Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

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sábado, 4 de setembro de 2010

Papo de buteco 5 - Pato ao molho


Como o mundo mudou!  Antes, aqui no buteco, mulher só vinha acompanhada. Era pra se dar o respeito. Mulher sozinha em buteco, não era bem vista.
Hoje não, elas vem sozinhas ou em turma, viraram freqüentadoras assíduas, principalmente no fim de tarde, inicio de noite, no happy hour.
Outro dia, estavam varias reunidas em uma mesa ao passeio, jogando conversa fora. Grupo de amigas, trocando figurinhas antes de irem para casa. Já estavam para pedir a conta. Era por volta de 09:00 horas
Nesse instante, para à porta um BMW do ano, chiquérrimo, e dele desce uma morena muito bem apanhada, na casa dos 40, muito elegante, mulher fina, de classe.
Desce e entrega a chave ao manobrista.  Manobrista?  Isso mesmo, meu buteco é chic, o freguês não pode se estressar em busca de vaga, principalmente a noite.
È um mínimo de respeito ao cliente.
Ela chega, cumprimenta as amigas, senta-se e me pede um gim tonica.
Quando venho servi-la, escuto, ela toda sorridente a relatar um caso às amigas, acontecido com ela ainda naquela noite.
O marido, diretor de uma grande instituição financeira, chegara em casa as 18:00 horas e disse a ela que teria uma reunião às 22:00, mas que ele definitivamente não iria, pois considerava isto um absurdo! Uma exploração trabalhista! Quem eles pensam que são?!?!
Ela, embora desconfiada desse arroubo, mas preocupada com o marido, o convence que o trabalho é importante. Afinal, vivem em um alto padrão graças a ele.
O maridão esperto então vai tomar um banho para se preparar e, provavelmente,  pensando:  
- "Foi mais fácil do que eu pensava!"
Ela continua relatando o caso:
- Como toda mulher que se presa, quando ele entra no banho eu sempre revisto o bolso do seu paletó, tem que se prevenir, não é meninas?
Só que dessa vez, segundo ela, encontrara um bilhetinho onde estava escrito:
"Amor, estou esperando por você para comermos um pato ao molho branco. Beijão, Sheila".
- Como não sou de descer do salto e não vou abrir mão do meu padrão, continua ela, quando o maridão saiu do banho me encontrou, toda lindona, com uma camisolinha preta, transparente, sem calcinha, toda fogosa já deitada de bruços.
Ele, ao ver aquela abundância de atributos sob a transparência não resistiu...
Então, diz ela toda sorridente, dei-lhe um trato completo, de um a dez, e ele, exaurido, exausto, como todo homem saciado virou pro lado e adormeceu.
- Vocês precisavam ver, o maridão tava morto, deixei ele dormindo, quietinho, pra se recuperar....
- Aí, meninas, quando ia chegando a hora de ir encontro, continua ela, eu fui lá e o acordei com um beijinho.
Ele, todo sério diz a ela:
- Não quero mais ir a esta reunião, eles que se danem!
Mas ela novamente o convenceu da importância da manutenção do seu cargo.
E ele vai....
Ela para um pouco, olha para as amigas, e com um ar de superioridade, diz:
- Do jeito que eu dei um trato nele, ao chegar na casa da amante, ele vai estar arrasado, estropiado!  Bastante cansado ele dirá a ela que hoje trabalhou muito e que só iria tomar um banho e descansar um pouco, conheço meu gado.
Sendo ela, também mulher - continua a morena - quando ele entrar no banho ela também vai revistar o bolso de seu paletó.
E ela encontrará um bilhete ...
- Você é louca, disseram as amigas em uníssono.
- O que você escreveu no bilhete? – Perguntou uma delas.
Simples e direto:
 "Querida Sheila, o pato foi, arriado mais foi, mas o molho branco ficou todinho aqui!  Beijão, A Esposa." 
- Tenho que cuidar do que é meu, vocês não acham?
A mesa toda caiu em gargalhadas, e eu também. Discretamente, é claro.
Voltei ao balcão encantado com a madame, e pensei com os meus botões:
- Classe é classe!!!!!

Imagem retirada da revista Isto É Gente
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