Em minhas horas de lazer gosto de dar uma passeada pela net e de vez em
quando acho algo de interessante e que me faz pensar.
Achei este texto de Jorge Bucay interessante e pertinente com muita coisa
que vejo por aí.
Tenho visto nos blogs muita gente reclamando de insatisfação com a vida,
de depressão, da monotonia do dia a dia. Acho que elas precisam de um “amante”!
Vejam o porquê:
Amante é "alguém!" ou "algo" que nos faz
"namorar a vida" e nos afasta do triste destino de "ir
levando"!..
Muitas pessoas têm um amante e outras gostariam de ter um.
Há também as que não têm, e as que tinham e perderam.
Geralmente, são essas últimas que vêm ao meu consultório, para me contar
que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia, apatia,
pessimismo, crises de choro, dores etc. Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem
perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar
seu tempo livre.
Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança.
Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança.
Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros
consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme:
“Depressão”, além da inevitável receita do antidepressivo do momento.
Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que não precisam de
nenhum antidepressivo; digo-lhes que precisam de um AMANTE!!!
É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem meu
conselho.
Há as que pensam:
“Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa
dessas”?!
Há também as que, chocadas e escandalizadas, se despedem e não voltam
nunca mais.
Para aquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu
explico o seguinte:
“AMANTE é aquilo que nos apaixona; é o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono; é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir.
“AMANTE é aquilo que nos apaixona; é o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono; é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir.
O nosso “AMANTE ” é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que
acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida.
Às vezes encontramos o nosso ”AMANTE” em nosso parceiro.
Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na
música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender
espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo
predileto…Enfim, é “alguém” ou “algo” que nos faz “namorar a vida” e nos afasta
do triste destino de ir levando.
E o que é “ir levando”?
Ir levando é ter medo de viver. É o vigiar a forma como os outros vivem,
é o se deixar dominar pela pressão, perambular por consultórios médicos, tomar
remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar
decepcionado cada ruga nova que o espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou
com o frio, com a umidade, com o sol ou com a chuva.
Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se
contentar com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar algo
amanhã.
Por favor, não se contente com “ir levando”…
Seja também um amante e um
protagonista DA SUA VIDA!
Acredite:
O trágico não é morrer; afinal a morte tem boa memória e nunca se esqueceu de ninguém.
O trágico não é morrer; afinal a morte tem boa memória e nunca se esqueceu de ninguém.
O trágico é desistir de viver…
Por isso, e sem mais delongas, procure algo para amar…
A psicologia, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo
transcendental:
PARA ESTAR SATISFEITO, ATIVO E SENTIR-SE JOVEM E FELIZ, É PRECISO NAMORAR
A VIDA.
Precisamos ter amantes. - Texto de Jorge Bucay
Jorge
Bucay nasceu em Buenos Aires, em 1949. É psiquiatra e psicoterapeuta e exerce a
sua profissão na Argentina, no México e em Espanha, ministrando cursos de
psicologia. É autor de nove livros com um grande sucesso de vendas em
Espanha e na América Latina. Quando é confrontado com o enorme sucesso da sua
obra, ele responde: «Escrevo apenas livros para pensar.»