Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

sábado, 19 de junho de 2010

Vá com Deus Saramago!

O titulo pode parecer irônico. 
Para mim Saramago era um homem amargurado e triste. Seus livros o mostravam assim. Pena ter escolhido o lado errado da política (ele era um comunista ferrenho, fanático) e, querendo ou não, o seu prestigio apoiou Castro e a ditadura cubana mesmo durante sua fase mais cruel no trato com os dissidentes. Um homem que apóia um regime ditatorial, de supressão da liberdade humana, não pode ser homenageado como tal. Não gostava dele como pessoa, mas é incontestável o escritor. A esse eu homenageio! Que o Deus, no qual ele não acreditava, o receba e perdoe.

"Hoje, sexta-feira, 18 de junho, José Saramago faleceu às 12h30 horas [horário local] na sua residência de Lanzarote, aos 87 anos de idade, em consequência de uma múltipla falha orgânica, após uma prolongada doença. O escritor morreu estando acompanhado pela sua família, despedindo-se de uma forma serena e tranquila". Nota publicada na página do escritor na internet.

O autor de "O evangelho segundo Jesus Cristo" e "Ensaio sobre a cegueira" vivia em Lanzarote, no arquipélago espanhol  de Ilhas Canárias desde 1993 com sua esposa. O escritor português era um dos maiores nomes da literatura contemporânea, vencedor do prêmio Nobel de Literatura no ano de 1998 e de um prêmio Camões - a mais importante condecoração da língua portuguesa. Entre entre seus livros mais conhecidos estão "Memorial do convento", "O ano da morte de Ricardo Reis", "O evangelho segundo Jesus Cristo", "A jangada de pedra" e "A viagem do elefante". O mais recente romance publicado pelo escritor foi "Caim", de 2009.
Seu estilo de escrita era caracterizado pelos parágrafos muito longos e escassez de pontuações
Pedaços do pensamento de Saramago:
 ”Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma maneira bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratularmo-nos ou para pedir perdão, aliás, há quem diga que é isto a imortalidade de que tanto se fala.”
“Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é só um dia mais.”
“É preciso variar, se não tivermos cuidado a vida torna-se rapidamente previsível, monótona, uma seca.”
“Ser-se homem não deveria significar nunca impedimento a proceder como cavalheiro”.
 
 

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