Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Depilação.


No inicio de maio, postei um texto sobre a depilação feminina. Dessa vez o post é sobre o outro lado, hug, a depilação masculina!!! Como o outro, não me enviaram a autoria. Certas coisas são afeitas somente às mulheres. Pra mim, é mais uma prova incontestável de que não adianta tentar misturar os universos masculino e feminino...
Estava eu no sofá assistindo tv numa noite de domingo, vendo o Fantástico, naquele horário em que não se quer fazer mais nada, pois no outro dia é segunda-feira, quando minha mulher se aconchegou ao meu lado e começou a brincar com as minhas"partes". Sabem como é cabeça de mulher, após alguns minutos ela veio com a seguinte idéia:
- Por que não depilamos seus ovinhos? Assim eu poderia fazer "outras coisas" com eles! Aquela frase me balançou o cabeção!
Por alguns segundos fiquei imaginando o que seriam "outras coisas".
Idéias mirabolantes passaram pela minha cabeça!! Hum...lisinho...nada de fiapo de manga... 
Mas me lembrei de como as mulheres vivem reclamando de depilação, respondi que não, esse trem vai  doer... coisa e tal, mas ela veio com argumentos sobre as novas técnicas, toda entusiasmada que eu não tive argumentos pra negar.
E eu ainda pensando “nas coisas”, concordei. Ela me pediu que ficasse peladão enquanto ia buscar as bugigangas necessárias a execução. Fiquei olhando para TV, porém minha mente estava vagando pelas novas sensações, “aquelas coisas”,  e só me toquei quando escutei o beeeep do microondas.
Ela voltou toda saltitante, me chamando ao quarto, tendo às mãos um pote de cera, uma espátula e algumas tiras de plástico.  Achei aquilo meio estranho, mas ela estava com um ar de sabichona, dona da situação, Doutora em “pela saco” que deixaria qualquer  urologista se sentindo um residente.
Vendo isso, fiquei tranqüilo e autorizei o inicio do processo. Ela me orientou  para que assumisse uma posição de frango assado e assim liberasse o aceso a zona do agrião. Pegou meus ovinhos como quem pega duas bolinhas de porcelana e começou a passar a cera morna. Achei aquela sensação maravilhosa... O Sr. Pinto já estava todo "pimpão" como quem diz: "sou o próximo da fila"!
Por enquanto estava ótimo, massagem de primeira, quentinha, fiquei imaginando quais seriam as "outras coisas" que viriam.
Após besuntar tudo de cera, ela embrulhou ambos os ovos no plástico, com tanto cuidado, que eu achei até que estava os embalando pra viagem.
Fiquei imaginando onde ela teria aprendido essa técnica deliciosa de causar prazer.  Em um templo na Thailândia, Birmania, na China ou... pela Internet mesmo!
Porém, alguns segundos depois ela delicadamente esticou o saquinho para um lado e... deu um puxão repentino. Aiiiiiiiii!!!!!!
Todas as novas sensações foram trocadas por um sonoro PUT*QUEOPARIU, quase gritado letra a letra.
Olhei para o plástico cuidadosamente, morto de receio, para ver se o couro do meu saco não tinha ficado grudado ali grudado.
Ela então me disse que ainda restaram alguns pelinhos, e que precisava passar de novo. Era só mais um minutinho.
Respondi imediatamente: - Nunca! Se depender de mim eles vão ficar aqui para toda eternidade!!
Segurei o Dr. Esquerdo e o Dr. Direito em minhas respectivas mãos, como quem segura os últimos ovos da mais bela ave amazônica em extinção, ovos de Arara azul, e fui correndo lépido para o banheiro. Sentia o coração batendo descompassadamente ali nos ovos.
Abri o chuveiro e foi a primeira vez na minha vida que eu molhei o saco antes de molhar a cabeça. Passei alguns minutos só deixando a água escorrer por eles, que refrescância, que sensação deliciosa! 
Saí do banho, aliviado, mas com a pele ainda irritada e nesses momentos pós dor qualquer homem vira uma criancinha: só faz merda  atrás de merda!
Peguei meu gel pós-barba, com camomila "que acalma a pele", enchi as mãos generosamente e passei cuidadosamente nos ovos.
Foi como se tivesse passado molho de pimenta capeta!  Sentei na privada, peguei a toalha de rosto e fiquei abanando os ovos como quem abana um boxeador no 10° round.
Olhei para meu pinto. Ele, que estava tão alegrinho minutos atrás, orgulhoso, atrevido, estava tão pequenininho que mais parecia que eu tinha saído de uma piscina a 5 graus abaixo de zero. Tava quase no avesso! Pra pegar, nem com pinça!!!
Nesse momento minha mulher bate na porta do banheiro e pergunta o que estava acontecendo. Aquela voz antes aveludada, macia,  soou aos meus ouvidos como a voz de um carrasco mandando que eu entregasse  o líder da revolução pra guilhotina!
Saí do banheiro, cabreiro, e voltei para o quarto.
Ela ainda estava argumentado que o bom era que os pelos tinham saído pelas raízes, e que demorariam voltar a nascer.
Respondi prontamente: -"Pela espessura que ficou a pele do meu saco, tenho certeza que até meus netos irão nascer sem pelos nos ovos".
Ela pediu para olhar como estavam. Eu mandei que ela se afastasse para olhar a um metro e meio de distância, e sem tocar em nada!! Até o olhar dela me doía...
Vesti uma camiseta e fui dormir.  Claro que somente de camiseta! Precisava de ar...
Naquele dia, naquela hora, sexo para mim nem se fosse para perpetuar a espécie humana. 
A humanidade que se danasse!
Tava com ódio só de ter pensado “naquelas coisas”! Seu besta!
No outro dia pela manhã fui me aprontar para o trabalho.
Os ovos estavam mais calmos, porém mais vermelhos que tomates maduros.
Foi estranha a sensação do vento batendo em lugares nunca d’antes visitados.
Tentei colocar a cueca, mas nada feito. A sensação era insuportável!
Procurei alguma cueca de veludo e nada. Mas também seria muita viadice se tivesse! 
Vesti a calça mais folgada que achei no meu armário e fui trabalhar sem cueca mesmo. 
Entrei sorrateiramente na minha seção, andando igual a um cowboy... cagado.
Falei bom dia para todos, mas sem olhar nos olhos, cabisbaixo, não tive coragem!
E se alguém perguntasse o que era?!?!
E passei aquele dia inteiro trabalhando em pé com receio de encostar os tomates maduros em qualquer superfície!
E, podem ter certeza, nunca perguntei e nunca vou perguntar o que eram “aquelas coisas”! Nunca mais!!!

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