Percorrendo a blogsfera me deparei com este texto , postado pela autora em 2006.
Achei-o tão atual e diz exatamente o que eu sinto neste momento, que eu resolvi posta-lo para vocês:
Sinto vergonha de mim…
por ter sido educadora de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.
Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o “eu” feliz a qualquer custo,
buscando a tal “felicidade”
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.
Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos “floreios” para justificar
atos criminosos,
a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre “contestar”,
voltar atrás
e mudar o futuro.
Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer…
Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.
Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro !
por ter sido educadora de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.
Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o “eu” feliz a qualquer custo,
buscando a tal “felicidade”
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.
Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos “floreios” para justificar
atos criminosos,
a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre “contestar”,
voltar atrás
e mudar o futuro.
Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer…
Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.
Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro !
(Cleide Canton)
08/09/2006
http://www.paginapoeticadecleidecanton.com/sintovergonha.htm
.
.
Nossa Lufe, apesar desse texto ser muito sério, e até mesmo triste, você não imagina a alegria que ele me trouxe.
ResponderExcluirConheci a Cleide na época que tinha meu site, o Razão & Emoção. Grande mulher!!! Excelente escritora!!
Batalhadora, sensível, um amor de pessoa.
Como ela também morava em SP pudemos nos conhecer pessoalmente, fizemos até festa de fim de ano juntas..rs
Infelizmente a vida segue seu rumo e acabamos perdendo contato.
Mas, as recordações permanecem.
Obrigada por trazê-las a mim ;)
Beijo grande
De uma dramaticidade dolorosa.
ResponderExcluirO texto aflige e solapa bastante, principalmente os de vergonha alguma.
Parabéns à Cleide Canton.
Abrços.
Oi,Lufe!Nessas horas sinto realmente vergonha de ser brasileira, mas temos que ter fé,esperança e claro a nossa parte par que as coisas mudem.
ResponderExcluirUma ótima semana!
Beijos
hehe belissimo texto, mas ai vejo um problema a mulher do comentário acima disse "sinto vergonha de ser brasileira", se não enfrentarmos de frente os defeitos e sentirmos vergonha cada vez que ocorrer algo de errado nunca vamos superar esse defeito e vamos sempre adquirir mais defeitos.
ResponderExcluirMas, temos que acreditar e continuar lutando cada vez mais e sempreeee.
ResponderExcluirO nosso BRASIL é LINDO!!!
Esses imprestáveis que não sabem dar valor algum na oportunidade que tem nas mãos vão existir todos os dias,mas se desistirmos e deixarmos a vergonha nos enfraquecer...o Brasil acaba por ser vencido pelo errado...então, vamos para frente, lutando e acreditando sempre,afinal, agua mole em pedra dura tanto bate até que fura e as sementes plantadas vingam se forem aguadas,cuidadas e mesmo que isso demore, ANIMOOOOOO, BÖRAAAAAA desanimar NUNCA!
Beijossssssssssssss
Obs:o meu blog ainda existe viu Lufe...sniff...
Lufe, meu querido!
ResponderExcluirBom dia! (Hoje tem um sol lindoooo)!!
O texto é forte e verdadeiro, com certeza.
Mas na verdade, eu não sinto vergonha de mim.
Eu sentiria essa vergonha, se eu desistisse de acreditar no meu Pais, no meu povo, no ser humano.
Apesar dos pesares, eu acredito. Eu tenho essa coisa violenta chamada "ESPERANÇA", e isso, como diz a escritora Elisa Lucinda, É IMORTALLLLLL!
Eu não tenho vergonha de mim!!!!
Eu faço a minha parte, eu sempre vou fazer a minha parte.
Desistir do ser humanos e dos seus valores, é desistir da vida, e isso JAMAISSSSSSS!!!
Um beijo na testa!!!!
Lufe, esse texto é bem atual para o que estamos vivendo hoje. Também tenho pena de ti povo brasileiro e de mim por ainda acreditar nesse povo que elege palhaços e corruptos.
ResponderExcluirLufe desejo uma ótima semana para ti.
Bjs!
Tem dias, quando me sinto impotente diante do das coisas que não dão certo no meu trabalho
ResponderExcluirQuando não consigo 'salvar' niguem com meu "conhecimento"...
Eu tb me envergonho por mim, por todos nós. Porque ainda não conseguimos ser humano e empático.
Abraços, Lufe
Mônica
Belo texto, o texto é antigo, mas nosso país está vivenciando tudo isso nos dias de hoje.
ResponderExcluirBeijo grande Lufe :)
"Tenho vergonha de mim
ResponderExcluirpois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer…"
é a mais profunda verdade! :(
Tristeza reconhecer!!!
Um beijão, meu amigo!
Lufe ,
ResponderExcluirReconheço que o texto é bem redigido e real.
Mas , assim como a Sil , também me recuso
a ter vergonha de mim e pena de nós ,
povo brasileiro ...
Isso me soa como uma fatalidade irreversível ,
sem esperança , tem cheiro de morte.
Eu me recuso a morrer em vida , a ser discrente ...
Me recuso a simplesmente dizer :
é , que pena ... isso é um cruzar de braços
muito cômodo , como se ninguém nada pudesse fazer.
Só mesmo lamentar ....
Será isso belo ???
BjO Grande e um Dia Lindo ... :)
Tocante, esse.
ResponderExcluir=**
ℓυηα
forte, triste, verdadeiro, perfeito!!!
ResponderExcluirLendo isso eu decidí: vou continuar em cima do muro.
ResponderExcluirForte abraço!
Vergonha é quase uma "espécie em extinção" hoje em dia...
ResponderExcluirUm beijo e uma boa semana!
Rê,Guará, Sibele, Raphael, Rosane, Sil, Ná, Jhenny, Flavia, Malu, Luna, Camila, Alexandre, Lívia,
ResponderExcluirPeço licença para responder a todos em conjunto, expressando a minha opinião sobre o tema deste texto.
Sinceramente eu cansei.
Quando você torce para as eleições irem para o segundo turno, onde poderiam ser debatidos os programas de campanha e os candidatos se mostrarem mais, se desnudarem perante o eleitor e o que se vê é manchetes de jornais dando ênfase a bolinhas de papel e balões de água, numa demonstração vergonhosa de que a mídia esta sendo conivente com o objetivos dos partidos de desviar os eleitores dos assuntos vitais a serem discutidos.
Quando você vê bandidos a muito desmascarados sendo tratados como indivíduos que tem opinião respeitada pelos candidatos.
Quando você vê crimes contra o patrimônio publico, contra a decência, contra a probidade administrativa sendo tratados como assuntos irrelevantes.
Eu tenho vergonha sim.
“Sinto vergonha de mim por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser”
Tenho vergonha de ter comungado pensamentos e filosofia política com estes indivíduos que hoje detém o poder. Tenho vergonha de ter acreditado que eles tinham ideais. Eles lutaram contra a ditadura militar para agora implantarem a ditadura da bandalheira.
“Depois de tantos anos em busca de liberdade, transformaram o Brasil em um pais Libertino.”
Tenho vergonha de fazer parte de um povo que perdeu a decência, que acha tudo natural, a falta de ética, a mentira deslavada, o encobrimento da historia,
a mentira política, o protecionismo, o paternalismo, o desvio de recursos, o enriquecimento ilícito, o vencer a qualquer custo, o uso da maquina administrativa, a politização das instituições, a invasão dos conselhos das estatais pelos sindicalistas. Tudo é natural quando se busca manter o poder, e em nome do bolsa família, de conseguir que milhões ascendessem fantasiosamente á classe media, com um piso irrisório de 1100 reais.(família que ganha 2 salários mínimos é classe media?), em promessas de moradia que nunca passam de promessas, e a manutenção do povo em níveis de ignorância nunca vistos na historia desse pais.
“Tenho vergonha de mim pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos que não quero percorrer…”
Por isso eu sinto vergonha!
Estou arrepiado, esse poema-desabafo foi um tapa no rosto...
ResponderExcluirAbçs!
Franck,
ResponderExcluirVocê exprimiu exatamente o que senti quando o li.
abço
Me permite uma sugestão?
ResponderExcluirQue vai além de uma opinião...
Verdades da Profissão de Professor
Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.
Paulo Freire
Quem diz é ele.
E EU, depois de mais de 20 anos de magistério... ASSINO EMBAIXO.
O que Paulo Freire disse, é uma grande verdade.
ResponderExcluirEu. Professora penso assim.