Contando o caso dos suecos, me lembrei de um outro caso inusitado, que foi protagonizado por um irlandês, na primeira vez que veio ao Buteco.
Virou fregues de cadeira cativa, e no fim do caso vocês verão o porquê.
Estava eu um dia assentado proximo a porta do Buteco, quando de repente escuto barulho de cascos de cavalo na calçada ao lado.
Achando estranho aquele barulho, me levanto e corro lá fora para ver o que era.
Era um irlandês com seu pingo, um tordilho todo equipado e o cavalheiro a caráter.
Pilcha completa, da bombacha à guaiaca. Traje tipico do irlandês da fronteira.
Esta cena um tanto incomum, chamou a atenção de motoristas e pedestres que passavam pela rua no começo da tarde desta sexta-feira.
Acostumados a disputar com os carros as vagas nos espaços destinados aos estacionamentos faixa azul, os motoristas se depararam com um meio de transporte inusitado,aqui na cidade grande.
Em seguida o irlandês estende os arreios e os pelegos, de carnal pra cima, e o cavalo estava amarrado a uma placa indicativa do estacionamento Faixa Azul, pago.
E o mais curioso, com um tíquete da Faixa Azul preso ao arreio, garantindo sua permanência naquele local por pelo menos duas horas.
Puxou o chapéu para os olhos ajeitou o barbicacho, pala sobre o ombro, lenço no pescoço, polaina sobre a bota com rosetas e encruzou um dos braços sobre a boca do estômago com o chiripá sobre ele, tendo antes posto de jeito o facão e a pistola no cinto, com ares de homem brabo...
O irlandês todo imponente entra no Buteco e se assenta.
- Buenas, achegue-se aqui, índio velho, dirigiu-se ao garçom.
Tira a cuia, a bomba e o chimarão do embornal e de imediato pede ao garçom água fervente para o seu mate.
O garçom traz e ele prepara a bebida que começa a sorver de imediato e pede ao garçom que lhe sirva um churrasco.
O garçom então entrega-lhe o cardápio e ele indignado diz ao garçom:
- Mas bah!!! Na minha terra não tem essa história de cardápio. Tu fica aí na minha frente charlando que nem china da fronteira. Lá a gente escolhe a carne cheirando a faca do assador!
O garçom deu um sorriso irônico, mas como sabe que eu não gosto de perder o cliente, o atendeu com presteza.
O garçom dirigiu-se ao assador, pegou sua faca que tinha acabado de cortar um cupim e levou-a ao irlandês.
O irlandês pegou a faca, colocou-a em frente do nariz e exclamou:
- Mas tu demoraste ô bagual. Mas bah!!! Esse cupim tá maravilhoso, me traz um pedaço!
O garçom, assustado, o serviu e, logo após, buscou a faca utilizada no corte da costela e entregou-a ao irlandês e o mesmo exclamou:
- Mas bah! Essa costela tá no ponto, pode trazer agora mesmo!
Desta vez, pegou a faca que acabara de cortar uma coxa de galinha e levou-a ao irlandês, que a cheirou e disse:
- Pues, traga-me um bom pedaço dessa galinha saborosa, tché!
O garçom, já fulo da vida e de saco cheio com a esnobação do irlandês buscou uma faca nova e disse para o cozinheiro:
- Valdir, passa bem a mão na cabecinha do seu bilau e depois a esfregue com vontade nesta faca, que eu vou dar um jeito nesse filhodamãe!
Dito e feito, missão cumprida, o Valdir devolve a faca ao garçom, que a leva ao irlandês.
Ele, colocando-a na frente de seu nariz, cheirou-a profundamente, seus olhos brilharam, ele deu um longo suspiro e disse:
- Bahhh, guri! Esse mundo é mesmo pequeno ! O Valdir trabalha aqui!?!...
Não é que o vivente era bom de faro mesmo, tché?
Ah, antes que eu me esqueça, o Valdir trabalha aqui até hoje e o irlandês, me parece, continua apurando o faro.
Ah, antes que eu me esqueça, o Valdir trabalha aqui até hoje e o irlandês, me parece, continua apurando o faro.
Imagem da net http://www.cfiosgauchos.com.br/estargentinapa.htm
Lufe,
ResponderExcluirNão gostei nada da comparação!
Primeiro porque o cidadão em questão é um Gaúcho, com muito orgulho, que pagou "pouso" para seu pingo em um estacionamento de rua rotativo, e o fato é verídico, e publicado na Zero Hora.
Segundo porque é uma comparação feia para o povo Gaúcho!
Terceiro porque tem que se respeitar quem prefere ser "colorido" nesta vida!
Não vou nem brigar contigo desta vez!
Fiquei magoada com a infeliz comparação!
Sandra,
ResponderExcluirComo você me comunicou que aquela foto seria de um cidadão real, a foto foi imediatamente trocada.
Nada aqui é feito com a intenção de ofender ou magoar alguem. As piadas são feitas em cima de esteriotipos onde os mineiros são caipiras, os cariocas são exxxpertinhos, os baianos são dolentes, os paulistas só pensam em dinheiro e por ai vai. Brinca-se com o povo de Santos Dumont em Minas, com os campineiros, com os pelotenses, por varios motivos.
Não existe neste texto nenhuma referencia ao povo do Rio Grande do Sul e se você estiver falando por causa das expressoes e vestimentas, estas expressões usadas no caso, são utilizadas em toda fronteira do Uruguai, e da Argentina com o Brasil onde vive o gaucho tambem símbolo da tradição nacional da Argentina e Uruguaia.
Você pode comprovar isso em http://www.inta.gov.ar/mercedes/info/grupocampos/XVII/Terra.pdf
Então eu estaria tambem ofendendo o povo argentino e uruguaio?
Existem gauchos, personagens clássicos da literatura dos pampas, como Blau Nunes (brasileiro), Martín Fierro (argentino) e Dom Segundo Sombra (uruguaio)
Da mesma forma, o fato dele conhecer o cheiro do Valdir, não indica nenhuma caracteristica colorida a sua atitude.Quem sabe não habitaram o mesmo galpão em outras eras?....rs
Aí, cada um interpreta como quer.
Quer dizer que se for contada uma piada onde um mineiro caipira compra um caderno de brochura quem conta essa piada estaria chamando todos os mineiros de caipira e broxa?
Você me desculpe mas acho que você esta vendo coisas aonde não tem, esta dando importancia demais a uma brincadeira e não existe nenhum motivo para estar magoada.
Ah, me disseram que esse irlandês é imigrante e mora no lado uruguaio dos pampas.
um beijo
Lufe,
ResponderExcluirVocê tem um dom nato para contar histórias, plenas de espírito. Às vezes com irlandeses que não o são, outras com suecos que não o são. Mas é o seu jeito. Ninguém é perfeito, não é assim? E, como toda a gente, eu também não gosto de pessoas perfeitas.
Abraço
AC
ResponderExcluirVocê sabe que quando se conta um caso, a imaginação corre solta. Em todas as historias personagens são criados e características individuais, de povo, de cor, de raça, de intelecto, cor de cabelo, educação, e tantas outras são utilizadas. Elas dão vida aos personagens.
Eu sou mineiro, do Estado de Minas Gerais, que tem como característica um povo simples, mas sábio em sua simplicidade. Seria, se fosse ai em Portugal, o povo de Trás-os-Montes e Alto Douro. A maioria dos meus casos é criada sobre estes personagens, nos quais me incluo, sem nenhum demérito. Eu os adoro e faço questão de demontrar.
Quer dizer que eu vou ficar bravo com algum português por contar piadas de brasileiro burro? Com os argentinos que nos chamam de macaquitos? Dos americanos que contam piadas dos ingleses? Dos ingleses que contam dos franceses e vice versa?
Como você bem disse, ninguém é perfeito.
Eu me considero um transgressor, embora sendo bastante conservador em minha natureza. Eu vejo o mundo com meus olhos sem cortinas, sem discriminação, sem violência, sem ignorância, sem fundamentalismo de qualquer espécie.
E alem disso, eu detesto a perfeição, pois ela é desumana.
E também ando meio com o saco cheio deste politicamente correto xiita, que nos algema.
Um grande abraço
Lufe,
ResponderExcluirGostei do seu comentário.
Um abraço
OI LINDO!!!
ResponderExcluirCOMO ESTÁS?
ESTES TEUS PAPOS DE BUTECO HEIN? DÃO O QUE FALAR! QUE BOM!!!
POSSO DAR UNS PITACOS NESTA SUA ÚLTIMA DISCUSSÃO DE RESPOSTA AO AC?
1°QUANDOO TU FORES FALAR DE RAÇA, TOME CUIDADO COM ESSE TERMO, FALEMOS DE ETNIAS, QUE É MAIS HETEROGÊNIO...
2° GOSTO DESSAS TUAS BRINCADEIRAS DE ESTEREÓTIPOS;
3° TU ÉS UM TRANSGRESSOR-CONSERVADOR, INTERESSANTE SUA DIALÉTICA, VOCÊ É UMA CONTRADIÇÃO, O QUE É MTO POSITIVO, SINAL DE QUE CRESCERÁS BEM MAIS;
4° NÃO ODEIE A PERFEIÇÃO , POIS A VIDA DELA NÃO É NADA FÁCIL... MOLE É A NOSSA VIDA IMPERFEITA, A QUAL NOS É CONCEDIDO O DIREITO DE ERRAR.
E 5° SER POLITICAMENTE CORRETO NÃO É SER FANATICAMENTE OBCECADO PELO QUE É "CERTO", ATÉ PORQUE PARA NÓS NÃO EXISTEM CERTEZAS NEM VERDADES ABSOLUTAS NÃO É MESMO?
BJOOOSSS!
Rita
ResponderExcluirObrigado pelo pitaco, ele é sempre bem vindo.
Quando eu falo de raça eu falo em um sentido amplo, nada pejorativa.
Você esta corretíssima no emprego do termo etnia, mas tem que se mudar hábitos profundamente enraizados.
Hoje a gente tem que ficar se policiando o tempo todo e isso é muito chato.
Como a gente faz com o a banda "Raça Negra", vai ter que mudar o nome?
Quando estes termos são utilizados de forma pejorativa, jocosa, com o intuito de denegrir, de discriminar, de humilhar, eles devem ser contestados com rigor.
Acho que esta havendo uma radicalização e eu não acho isso nada agradável.
A gente vai ter que parar de escutar “Upa neguinho”, na voz inigualável de Elis Regina?
As nossas crianças agora não vão poder ler “as Reinações de Narizinho” de Monteiro Lobato, acusado agora de pregar racismo, isso é correto?
Eu sou contraditório em minha dialética, pois tenho em mim introjetados valores quase que imutáveis, por isso me acho conservador, mas isso não me impede de ver o mundo com meus olhos e respeitar as diferenças, sejam elas quais forem.
Elas não me espantam, não me agridem, não me causam aversão, sejam de etnia, como você diz, de credo, de comportamento, de conotação sexual, enfim, diferenças de quaisquer espécie. O que me causa profunda aversão é o radicalismo. Venha de onde vier. Sou “radicalmente! contra ele....rsrsrs
Quando eu digo que odeio a perfeição, eu o faço por achá-la hipócrita, pois ela não existe.
Quando eu falo do “Politicamente Correto” que eu não gosto, eu sempre tenho o cuidado de citar que eu não gosto das atitudes fundamentalistas e xiitas. A correção social, política, de respeito as pessoas como elas são, eu a defendo sempre.
Gosto muito de suas opiniões inteligentes e fundamentadas, pois isso propicia o debate, o que é muito saudável.
Gosto quando você aparece.
bjos
Boa garoto, boa. Já havia tomado conhecimento dessa atitude do irlandês. É o que mais se fala aí em BH.
ResponderExcluirAbraços.
Guará,
ResponderExcluirE não é que o homem virou freguês.....rsrs
abraços
hahahaha...adoreeeeeeeeeei !!!
ResponderExcluirTodo cuidado é pouco minha gente rs !!!!!
Aaahhhh Sandra relaxa, o que seriam dos portugueses alvo de tantas piadas e até de nós ,brasileiros, que até de macacos somos chamados !!
São piadinhas para manter nosso humor elevado todas as noites !!! Não é nada para atingir ninguémmmmmmmm !!!!!
Viva o bom humooooooooooor !!!! Ebaaaaaaaa !!
Beijos pra todoooooooooooooosssssssss !!!
Lufe, você e sua contação de histórias e piadas... Só podia ser butequeiro, mesmo!!!!!!!
ResponderExcluirTem um carinho pra você lá no vivaagora, do lado direito, tá?
Beijo carinhoso, amigo!
Lufe!
ResponderExcluirVocê causou, hein!!
Mas eu gostei do causo, rsrsrs. O olfato do tal irlandês era bom mesmo!
Ah, lendo os comentários, não posso deixar de dar meu pitaco. Tudo que é radicalismo e fundamentalismo, na minha opinião, é ruim. Todas essas práticas extremistas levam a consequências desastrosas. Quanto à perfeição, tenho para mim que não existe.
No mais, vamos que vamos, que este buteco tá bombando! Adoro!
Obrigada por suas considerações lá no meu PBI, mais do que bem-vindas!
Beijão
Carla
Lu,
ResponderExcluirAgradeço o carinho
è muito bom quando vem brincar na despretenção do meu buteco, e ainda me trazendo presente então...
bjoca procê
Carla,
ResponderExcluirEu que elogio a coragem do seu post.
Teus textos estão a cada dia melhores.
Parabens
bjos
Ana querida,
ResponderExcluirVocê sempre fazendo essa algazarra....rsrs
E os Club do Rolo, como está indo?
Esta com novas promoções?
bjos
Eita! Era um irlandês de Pelotas?! :p
ResponderExcluirAdoro teu buteco, me divirto aqui, moço!
Beijo, beijo.
ℓυηα
ℓυηα
ResponderExcluirVocê gauchinha falando isso?
Vão te apedrejar em praça publica igualim no Irã.....rsrsrs
Me disseram que esse moço aí mora no Uruguai...
bjoca