Ah, essas Minas
Gerais!
Eita terra de povo
bão, como se diz por aqui.
Nessas minhas
andanças pela minha terra, dei de cara com uma pequena comunidade, a beira de
um riachinho, lá pras bandas da Serra do Cipó.
Como sempre faço, parei
numa venda para um cafezinho e, como é minha característica, assuntar com o
dono do local sobre o povo da região.
São os “causos”
destas pessoas simples que mostram toda a riqueza e beleza das gentes das
gerais.
Eles sempre tem historias pra contar.
Dito e feito! Conversa
vai, conversa vem, uma broa aqui, um pãozinho de queijo ali, mais um café com
rapadura.... e eis, que no meio da conversa, adentra no estabelecimento o Dr.
Diogenes, medico da região.
O Dr. mora em uma
cidade próxima e percorre a região atendendo aos chamados.
Medico experiente,
vivido, com quase quarenta anos de clinica, já viu de tudo um pouco.
Porem, exatamente
nesse dia, ao atender a um chamado, uma coisa inusitada aconteceu.
Ele chegou a venda,
ainda espantado com o acontecimento, e logo se pos a contar o fato.
Ele contou lá, com
todo seu sotaque mineiro, e eu repito aqui pra vocês:
- Cês num vão
acreditá!
- Acreditar no que, doutô?
Disse o dono da venda.....
- Sabe o Seu
Toinzinho, da Maricota, la do Desemboque, avô do Salustiano?
- Sei....
- Pois é, fui chamado
la pra atendê ele, pois disseram que tava nas urtimas.... Chegando lá, vi o
véio deitado no catre, dismilinguido, branco, parado, parado quetinho com os óio
fechado. Parecia já defunto!
-Viche, doutô, e aí?
- Bão, já que eu
tava ali, examinei o véio. Ainda tava vivo! Mas tava ruinzinho dimais. Disnutrido,
coração fraquinho quase parando, e uma moleza que fazia dó!
A família toda
chorosa em vorta, me pidindo que fizesse arguma coisa. Fazê o que?
Véio disnutrido é
igual criancinha de leite, quarquer coisa dirruba.
Pensando nisso, e
sem nenhuma outra alternativa da medicina, perguntei:
- Tem alguma moça
parida recente aqui por perto? Se tiver traga lá......
Pensava com meus
botões, quem sabe se um pouquinho de leite materno num ajuda ele? Num tem nada
melhor pros bacurizinhos do que leite da mãe... Ele tá qui nem bacuri..... Quem
sabe......
Num deu cinco
minutos e entra na casa uma moça, ainda
novinha, com um bebe no colo.
Rapariga forte da
roça, roliça, cheia de carnes e com seios fartos, volumosos.
Expliquei a ela a
minha ideia e ela, solidaria, topou!
Levei ela pro quarto
e coloquei ela sentada ao lado do catre, pertinho do véio.
Pedi uma colherzinha
de café, e a moça, desnudando os seios, colheu um pouquinho do leite, que
gotejava de seus mamilos.
Levei a colherzinha,
com muito cuidado, aos lábios do véio.
Surpresa!!!!!
Quase imediatamente
ele abriu um olho.......
Espanto geral!!!
De pronto, pedi que
trouxessem uma colher de chá.
Repeti o
procedimento e......o véio abriu o outro olho!!!!
Pedi então uma
colher de sopa, resolvido a aumentar a dose.
Com essa nova dose,
o véio, ate já um pouco mais corado, se assenta na cama......
Pra meu espanto, ele
murmura alguma coisa.... remedinho bão esse, pensei comigo mesmo.
Me aproximei mais
dele, tentando entender o que dizia.
- Tá melhor, Seu
Toinzinho? Posso fazer mais alguma coisa
pro sinhô?
Pra meu espanto, o
véio, com um sorriso malicioso, olhando pra cabocla, me disse:
- Num era mió eu
mamá não?
Que bom te ver de volta!!! Também estou voltando. bjs Jussara
ResponderExcluirBem... que saudades!!
ResponderExcluirJá há imenso tempo que não vinha cá ao blog... estou de regresso!
Abraços :D