Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Janis, a Perola do Blues.

Assisti hoje a tarde na Globo News um especial Janis Joplin, ainda em comemoração ao Dia Mundial do Rock, em treze de julho. Foi uma viagem ao túnel do tempo. Fantástica. 
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Me remeteu aos anos de juventude, onde as grandes transformações sociais estavam borbulhando e a  juventude transgredindo todas as regras impostas, desafiando as normas vigentes, combatendo a mesmice, a violência da guerra do Vietnam, as instituições de ensino retrogradas, as convenções sociais, sexuais e um respeito imenso pela liberdade, amor e a individualidade.
Nesse cenário surge Janis Joplin, uma menina tímida do Texas, que quando subia ao palco, encarnava o “soul” da grandes cantoras negras americanas. 
Com Janis, não existiam regras, normas, ela transgredia todas, convivendo no meio de homens e vivendo como um deles, nos bares, nas drogas, no sexo livre. Encarnou a geração beatnik.
Era uma pessoa única, como poucas no mundo o foram. Até hoje não surgiu nenhuma cantora para assumir um palco, como só ela fazia. Ela não cantava ou interpretava uma canção, ela "era a canção!" Ela dizia que cantar, para ela, era fazer amor com a platéia.
Saia exauta das suas apresentações, tal era a intensidade da performance!
Era uma menina feia, com um sorriso sapeca.
Eu a achava linda! 
Janis Joplin foi considerada a principal cantora branca de blues dos anos 60, e certamente foi  a maior estrela daquela época. 
Mesmo antes de sua morte, a sua forte imagem só serviu para camuflar sua vulnerabilidade.
A publicidade, que trouxe à tona sua vida sexual e seus problemas com álcool e drogas, conseguiu torná-la, de certa forma, uma lenda.
Recentemente, tentou-se resgatar a história da vida e trabalho dela num contexto feminista, apresentando resultados contestáveis. Ela nunca carregou essa bandeira, ela simplesmente foi ela mesma. Janis.
Janis Joplin nasceu numa sólida família de classe média, em 19 de janeiro de 1943. Ela sempre foi uma jovem muito solitária, que logo tomou gosto pelo blues e o folk music, retratando isso em pinturas e poesias. Aos 17 anos, ela saiu de casa e começou a cantar em bares de Houston e Austin, no Texas, para juntar dinheiro e ir para a Califórnia. Em 1965, ela já estava cantando blues e folk em bares de San Francisco e Venice, na Califórnia, nesse período, ela tinha perdido seus antigos colegas e estava desempregada. Janis voltou para Austin em 1966, para cantar numa banda Country, mas, em poucos meses um amigo dela, o empresário da Chet Helms, apresentou-a a uma outra banda de San Francisco, a Big Brother, que estava precisando de uma cantora. Então, ela voltou à Califórnia e juntou-se à essa nova banda. Janis Joplin e Big Brother deram um show em 1967, no Monterey Pop Festival; então Albert Grossman se propôs a empresariá-los. Janis Joplin começou a tornar-se uma superstar. 
Após um grande sucesso do primeiro LP com os Big Brothers, a gravadora Columbia Records assinou um contrato, e, o álbum Cheap Thrills, com o single "Piece of My Heart" (Dez, 1968), conquistou o disco de ouro. Passado um ano, Joplin começou a se ofuscar na banda, então ela resolveu deixar os Big Brother (mesmo tendo participado de algumas faixas do álbum Be a Brother, de 1971), para seguir sua carreira com o guitarrista Sam Andrew, formando a banda Kozmic Blues. Finalmente, o LP Kosmic Blues foi lançado, com várias faixas de blues-rock, assim como "Try (Just a Little Bit Harder)". 
Durante este período, Joplin começou a se envolver demais com álcool e drogas, tornando-se uma viciada em heroína. 
Sua vida parecia estar seguindo o rumo certo na época da gravação de “Pearl”. Ela resolveu se casar (namorava um caminhoneiro) e estava entusiasmada com a banda Full Tilt Boogie, que ela tinha formado para produzir o álbum Pearl (Pearl era o apelido de Joplin). 
Em 4 de outubro de 1970, o corpo de Janis Joplin foi encontrado num quarto do Hotel Landmark, em Hollywood, com picadas de agulha recentes, no braço.
Com relação à causa da morte de Janis Joplin e de seus contemporâneos (Hendrix, Jim Morrison e outros), talvez a dela seja a menos conhecida entre o público jovem. A causa de sua morte foi dada como overdose acidental de heroína. 
Como dizia Cazuza, “meus heróis morreram de overdose!” 
O LP póstumo Pearl (jan,1971) homenageou-a com a canção "Me and Bobby McGee" de Kris Kristofferson, e foi lançado com a faixa "Buried Alive in the Blues" sem o vocal de Joplin, que morreu antes de fazê-lo. Várias coletâneas póstumas foram lançadas, assim como o documentário Janis, de 1974. O filme The Rose, de 1979, estrelado por Bette Midler, foi um relato levemente disfarçado da carreira de Janis Joplin. 
         
“Posso não durar tanto quanto as outras cantoras, mas sei que posso destruir-me agora se me preocupar demais com o amanhã.”  Janis Joplin.       

Janis Joplin esteve no Brasil  em fevereiro de1970, na tentativa de se livrar do vício  da heroína. Durante a sua estada, fez topless em Copacabana, bebeu muito, cantou em um bordel, foi expulsa do Copacabana Palace por nadar nua na piscina e quase foi presa, pelas suas atitudes na praia, consideradas "fora do normal". 
Como era época de carnaval, tentou participar de um desfile de escola de samba, porém teve acesso negado por um segurança por causa de sua vestimenta hippie. 
Isso no Rio de Janeiro início dos anos 70!!
Especula-se que ela teve uma breve relação amorosa com o roqueiro brasileiro Serguei. Será?
Ela hoje é lembrada por sua voz forte e marcante, bastante distante das influências folk mais comuns em sua época, e também pelos temas de dor e perda que escolhia para suas músicas.
Para todos que curtem Janis Joplin: .      
                                                                 "Mercedes Benz"



                                                                "Piece Of My Heart" .   






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