Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Complicada e perfeitinha

Pegando uma carona no Post da Lu no “Alguém tem que falar”, realmente “tem hora que enche”, e sendo assim aproveitei pra falar um pouquinho do “outro lado” da questão.

Mulher toda certinha é muito chato. 

Não pode falar alto, dar risadas, paquerar quem quiser, e se quiser. Não pode ralhar com filho, botar seu homem no lugar ou ser executiva de grande desempenho. Tem de ser politicamente correta, refletir e ponderar, falar de coisas sérias com profundidade, quando fala, ser magrinha no padrão Elite ou Ford, ter conduta ilibada, não alterar a voz nem criar conflitos, ser submissa. 

Acho também insuportável essa “mulher de academia” toda durinha e musculosa, toda definida. Pra ver isso, tem as aulas de anatomia, onde você pode namorar os bíceps, tríceps, deltóides e outras coisinhas mais. Pra ser sequinha come uma folha de alface, dois biscoitos água e sal, um pedacinho de ricotta e só toma isotônico. Como pode uma mulher destas ser sensual, gostosa, se ela mesma sublima seu prazer em função de um padrão de beleza que parece ter vindo de Biafra! O tempo de Twigg acabou. Mulheres magrelas, secas com estilo de égua árabe, pernas longas, finas e dorso arqueado, só são bonitas pra quem gosta delas como amiguinhas, quem faz o cabelos e maquiagem delas. Esse tipo de fã é que adora confeccionar roupas para a mulher cabide.

Claro que gosto de mulher bonita, cheirosa, gostosa, mas uma mulher sem neuras. Mulher tem que ter vaidade, gostar de si, se achar bonita por inteiro, mesmo “desmontada” e sem todos os apetrechos, mas não pode colocar isso acima do “ser mulher” em sua essência. Tem de gostar de comer e cozinhar, tomar um bom vinho, gozar os prazeres da vida. Vestir uma camiseta, um jeans, uma rasteirinha, fazer um rabo de cavalo e por somente um filtro solar, um brilho e assim ela esta pronta para viver o seu eu, natural e sem amarras.

Gordurinhas e celulites toda mulher tem, e o interessante é que elas parecem não saber que o homem gosta disso, quem não gosta são as outras, que ficam botando reparo e olhando de cima a baixo, criticam mas não se olham no espelho. Oscar Wild dizia que a mulher tem um maravilhoso instinto para as coisas e conseguem descobrir tudo, menos o obvio. E ele estava certíssimo. Homem gosta de ter onde pegar! Se duvidam, perguntem aos homens que estão próximos de vocês. Acho um absurdo cobrar da mulher uma bunda perfeita. Ela já tem paranóia demais, pra que alimentar mais uma insegurança? O homem que exige isso dela, ou se acha muito gostosão e quer alguém a “altura”, e isso não é coisa de macho, ou se acha muito pra baixo e quer levantar a autoestima empinando a bunda alheia. Se a mulher não tiver nenhuma celulite, tenha extremo cuidado, certamente é travesti.

“A celulite é a gostosura em braile!” Escutei isso outro dia e me encantei com a verdade desta frase. Quem escreveu isso merece o Oscar de melhor roteiro! E que roteiro a se percorrer. Nada se compara a topografia e a maciez do corpo de uma mulher. Bunda dura parece bunda de homem. Quer coisa mais feia que mulher com barriga de tabua? Tem que ter uma barriguinha! 

Por outro lado, melancia, melão, jaca e outras coisas mais só servem para cultivar o marketing de bizarrice do Rio de Janeiro, com a sua cultura bundófila e de mulher vulgar. Esse artigo de consumo pronto para quem paga a maior pole. Esse negócio de mulher bunduda descendo ate o chão em velocidade 5 é coisa de circo dos horrores. Não tem mulher barbada mas tem mulher com boca de Margarida, peito de Clarabela e bunda de Dumbo. Peito comprado virou artigo de consumo, parece a época dos cadillacs, quanto maior melhor. Abaixo de 450 ml é peitinho. A Donatella consegue ser mais feia, plastificada e ridícula que um manequim de vitrine de fantasias de Halloween. Tem gente que gosta! Tem mulher Global, velha de Playboy de Photoshop, seduzindo com “poder e plata” garotinhos imberbes. Tem a mulher objeto e a mulher dejeto, que não serve mais nem pra reciclagem. Perdeu todo o senso do ridículo!

Mulher que é mulher, tem que ter classe, ser elegante, educada, fina, com postura de uma lady. Tem que ter disposição para encarar um tropeiro no Mineirão em dia de jogo do Galo. Tem que ser atleta para correr todo o percurso do “Comida de Buteco” experimentando todos os petiscos, tomando uma cervejinha com aquela carinha de quero mais. Tem que ser dengosa, alegre divertida e companheira. Tem que saber a hora de botar ordem nas coisas e cobrar categoricamente seu espaço, respeito e a atenção que merece. 

Afinal, tem de ser ela mesma, com qualidades e defeitos, consciente da belezura de ser mulher. Tem que ter confiança no taco de ser sempre esta belezoca, deliciosamente feminina, mas acima de tudo de ser um ser humano de atitude e protagonista da novela da própria vida. Sem dependência, submissão ou medo de realizar os seus desejos. O mais importante é ser livre e consciente dessa liberdade, para poder usá-la quando lhe der na telha!
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