Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

terça-feira, 28 de maio de 2013

O FRANGO!




PORQUE O FRANGO ATRAVESSOU A RUA?

Recebi um texto por e-mail e achei bastante interessante. Dando uma olhadinha na net percebi que varias pessoas o completaram, acrescentando novas visões. Dei tambem o meu pitaco e apresento aqui essa coletânea. É longa, mas é deliciosa, pela sua criatividade. Um frango atravessou a rua e, este simples ato, foi interpretado assim por diversas pessoas, todas elas conhecidas, cada um com o seu intelecto, cada qual a sua maneira:

Platão: porque queria alcançar o bem
Aristoteles: porque é da natureza do frango atravessar a rua
Sócrates: tudo que sei é que não sei.
Parmênides: o frango não atravessou a estrada porque não podia mover-se. O movimento não existe
Blaise Pascal: quem sabe? O coração do frango tem razões que a própria razão desconhece.
Sartre: trata-se de mera fatalidade. A existência do frango está em sua liberdade de cruzar a estrada.
Pavlov: porque antes eu tocava uma sineta e oferecia alimento ao frango do outro lado da rua. Agora, após vários experimentos iguais, basta tocar a sineta sem lhe dar alimento que ele a atravessará. É o condicionamento!
Clarice Lispector: a essência do frango está nas suas patas. As patas têm o frango. Quem vê as patas, vê o frango. A essência das patas é o correr, o correr abstrato. A estrada é a essência do correr. Quem vê o correr, vê a estrada.
Hipócrates: devido a um excesso de humores em seu pâncreas.
Kant: o frango seguiu apenas o imperativo categórico próprio dos frangos. É uma questão de razão prática.
Estóicos: o frango atravessou a estrada porque esse é um acontecimento necessário. É o destino. Já estava previsto pela ordem universal do cosmos.
Epicuristas: é prazeroso ao frango atravessar estradas. O que você acha, amigo?
Filósofos da escola de Frankfurt: é uma questão medíocre imposta pelos mentores de uma arte de massas que transformou a imagem de um frango em mais um produto da indústria cultural.
Filósofos medievais: para responder a tal questão, devemos primeiro deliberar se a expressão “frango” é puro termo esvaziado de sentido ou se a palavra que expressa a idéia genérica e universal de frango, ou ainda se se trata de um frango concreto em particular.
Schopenhauer: no ato de atravessar, está fugindo de si mesmo numa tentativa de aliviar o tédio e sofrimento que é estar vivo neste mundo sem sentido.
Newton: 1) Frangos em repouso tendem a ficar em repouso; frangos em movimento tendem a cruzar a estrada. 2) por causa da atração gravitacional exercida pelos outros frangos que já estavam do outro lado da estrada.
Descartes: o frango pensou antes de atravessar a rua; logo, existe!
Rousseau: o frango por natureza é bom; a sociedade é que o corrompe e o leva a travessar a rua.
Freud: na verdade a rua representa a relação com o seu progenitor, e o frango não é bem um frango....
Darwin: ao longo dos tempos, os frangos vem sendo seleciuonados de forma natural, de modo que, atuamente a sua evolução genética fe-los dotados da capacidade de cruzar a rua
Einsten: se o frango atravessou a rua ou a rua se moveu em sua direção, depende do ponto de vista. Tudo é relativo!
Marx: o atual estado das forças produtivas exigia uma nova classe de frangos capazes de atravessar a rua.
Netzche: ele desejava superar a sua condição de frango para tornar-se um super frango.
Martin Luther King:eu tive um sonho. Vi um mundo no qual todos os frangos podem cruzar a rua sem que sejam questionados os seus motivos. O frango sonhou.
George W Bush ; Sabemos que o frango atravessou a rua para poder dispor de seu arsenal de armas de destruição massiva. Por isso tivemos que eliminar o frango.
Obama: yes, he can
Feministas: Para humilhar a franga, num gesto exibicionista, tipicamente machista, tentando, além disso, convence-la de que, enquanto franga, jamais estará habilitada a cruzar a rua!
Datena: E uma pouca vergonha! Uma barbaridade...pôe no ar...pôe no ar aí as imagens do frango atravessando a rua!
Paulo Maluf: meu governo é que construiu o maior numero de passarelas pra frangos. Se novamente eleito, vou construir mais galinheiros desse lado para o frango não precisar atravessar. Alem disso, vou colocar a ROTA na rua, para dar mais segurança para o frango
Maquiavel: o que importa o porque? Estabelecido o fim de atravessar a estrada, é irrelevante discutir os meios  que utilizou para isso
Che Guevara: hay que cruzar la carretera, pero sin jamás perder la ternura
Capitão nascimento: Quem deixou o frango passar? Não era pra passar nenhum frango, porra!Esse frango è um moleque! Me traz o saco plástico e um cabo de vassoura que esse fanfarrão vai abrir o bico!
BILL GATES: Eu acabei de lançar a Chicken Office 2000; além de atravessar ruas, põe ovos e manda e-mails!
Capitão Kirk: Para ir onde nenhum frango jamais esteve
Lula: Eu não sabia que o frango tinha atravessado a rua. Mas se atravessou, nunca antes, na história deste país, um frango pôde atravessar a rua.
Faustão: Ô loco meu, olha essa fera aí atravessando a rua! Quem sabe faz ao vivo!
Dilma - "O frango atravessou pra ir receber o BOLSA MILHO, que acabamos de criar para garantir a igualdade social dos frangos menos favorecidos"..
HELOISA HELENA:A culpa é das elites estelionatárias, caucasianas e aristocráticas que usurpam a população de galinhas e mostra a sua capacidade de luta em defesa dos seus direitos. 
Shopenhauer: No ato de atravessar, esta fugndo de si mesmo numa tentativa de aliviar o tédio e sofrimento que é estar vivo nesse mundo sem sentido.
Shakespeare: Atravessar ou não atravessar, eis a questão!
Agnósticos: é impossível saber se o frango realmente atravessou a estrada. A incerteza há de pairar eternamente sobre esta questão.
Céticos: dizem que ele atravessou, mas será que atravessou mesmo? Precisamos investigar tal questão detidamente antes de fazer qualquer declaração a respeito.
Investigadores forenses: as evidências coletadas no local da travessia indicam fortemente que o frango de fato atravessou a estrada.
Ateus: o frango não atravessou a estrada porque ele não existe. Isso é uma crendice estúpida.
Deterministas: o frango não teve escolha. Aliás, nunca terá escolha, o livre-arbítrio não existe.
Parapsicólogos: todos sabemos que ele atravessou a estrada. Entretanto, o frango não o fez com seu corpo material. O fenômeno se deu através de uma bilocação de natureza ectoplasmática possibilitada pelo seu corpo astral que transcende as leis da física. Ele, por desejar intensamente estar do outro lado da estrada, foi capaz de desmaterializar-se e teletransportar-se mentalmente a fim de realizar seu ardente anseio. Pesquisas de cunho científico já provaram que isso é possível. Blá, blá, blá e blá… mais informações em nosso centro de pesquisas www.blablabla.we.lie.
Cristãos: isso é um mistério que somente Deus pode responder.
Espíritas: o frango cruzou a estrada porque incorporou um espírito aventureiro.
Evangélicos: porque Jesus o ama.
Edir Macedo: por 10% que eu te conto.
Sabedoria popular: porque o lado de lá é sempre melhor.
Chapolin Colorado: todos os meus movimentos são friamente calculados.
Surfista: o bicho atravessou cara?… que demais… bicho manêro…
Maconheiro: olha isso cara… que viagem…
Fazendeiro: por causa de que arguém deixou a porta do galinheiro aberta.
Hemingway: to die alone in the rain.
Moisés: porque uma voz vinda do céu bradou ao frango: “cruza a estrada”. Então o frango cruzou a estrada e todos se regozijaram.
Ambientalista: Era um frango transgênico, não era?
Shintoista: Porque assim tem sido feito desde tempos imemoriais!
Sabio popular: porque o lado de lá é sempre melhor. 
Polyanna: Porque estava feliz.
Pinochet: El se fué, pero tengo muchos penachos de el en mi mano!
ACM: Estava tentando fugir, mas já tenho um dossiê pronto, comprovando que aquele frango pertence a Jorge Amado. Quem o pegar vai ter que se ver comigo.
Dorival Caymmi: Eu acho (pausa)... - Amááália, vai lá ver pra onde vai esse frango pra mim, minha filha, que o moço aqui tá querendo saber..
Paulo Coelho: Para exorcizar seus demônios internos e entrar em harmonia com seu espírito. Atravessar a estrada é um ritual simbólico de passagem pelas tormentas da alma em busca de seu próprio caminho, como São Tiago de Compostela
Hitler: Para provar a superioridade dos frangos arianos. 
Carl Jung: Está no inconsciente coletivo dos frangos atravessar a estrada. 
Gugu: Para ver o Pintinho Amarelinho.
Umbandísta: Cruzou a estrada para não virar ebó na encruzilhada..!!!
Ludvigg Van Beethoven: Tchan tchan tchan tchaaaaan!!!
Zeca Pagodinho: Porque do outro lado da rua tinha uma Brahma gelada
Nelson Rodrigues: Porque viu sua cunhada, uma galinha deliciosamente sedutora, voluptosa, passeando sozinha do outro lado. 
Caetano Veloso: O galinho é amaro, é lindo, uma coisa assim amara. Ele atravessou, atravessa e atravessará a estrada porque Moreno, neto de D.Canô, quisera comê-lo...ou não!!
Gilberto Gil: Esse menino, o frango traz consigo toda essa coisa linda de ser ave, ser um bicho penoso, no sentido de aflorar em si enquanto ser de pena toda uma franguitude, que é brasileira, que é do povo, do bicho, do ser que solta sua franga para além das fronteiras da rua, e isso é lindo!
Pedro Bial: Pra dar mais uma espiadinha.

Carla Perez: porque queria se juntar aos outros mamíferos!

Nota: Adaptado de texto recebido por e-mail


 

sábado, 25 de maio de 2013

INCONECTO (Repostagem)





A solidão as vezes me vem
na calada da noite...
e com ela acordo pela manhã.
Ela sempre passa à minha porta,
abre a boca, dentes alvos, sorri.
E me sussurra:
"- Quer companhia?."
A solidão não vem da falta de algumas pessoas,
mas da incapacidade de me conectar com elas.
Abra a sua janela,
olhe para fora, bem ali na calçada
você vai me ver andando sozinho.
Camiseta branca folgada,
numa calça bege,
mocassins camurça,
olhando para o céu...
A alguém interessa
o saber por quê?


Este poema foi escrito e publicado em março de 2011. 
E eu me sentia mesmo assim....
Como é bom viver a vida, caminhar por seus caminhos e vivenciar os presentes que ela nos dá. 
E que presente ela me deu!
Por um acaso alguém se interessou em saber o porque.
A conexão foi instalada.
E isso tem sido muito bom!!!!



segunda-feira, 20 de maio de 2013

Casamento !?!?



Andei lendo algumas coisas sobre o casamento:

“Na carta que lhe escrevi dava-lhe, como me tinha pedido, a minha opinião sobre o casamento. É a seguinte: acho o casamento uma coisa revoltante! E isto por uma única razão mas que para mim é tudo, para mim e para aquelas mulheres que não são apenas fêmeas, para todas as delicadas, para todas as que têm pudor, espírito e consciência. Essa razão é a posse, essa suprema e grande lei da Natureza que, no entanto, revolta tudo quanto eu tenho de delicado e bom no íntimo da minha alma. Ganha-se um amigo muitas vezes, é certo; um amigo que às vezes é o nosso supremo amparo, mas em compensação quantas revoltas, quantas mágoas, quantas desilusões! Quantas!... A minha querida faz bem, faz muito bem em não se querer sujeitar ao mercado, à venda. Eu casei e casei por amor. É a única coisa que desculpa, no meu entender, o casamento, porque do contrário, quando nele apenas entram o interesse e a ambição, revolta-me e indigna-me.” (Florbela Espanca, in "Correspondência - 1916)"

“A verdadeira desvantagem do casamento é que nos despoja do egoísmo. E as pessoas que não são egoístas são absolutamente desinteressantes. Falta-lhes individualidade. Contudo, há certos temperamentos que se tornam mais complexos com o casamento. Mantêm o egotismo e acrescentam-lhe muitos outros egos. São obrigados a ter mais que uma vida. Tornam-se mais eficientes na sua disciplina, e uma organização eficiente é, segundo creio, o objectivo da existência do homem. Além disso, toda a experiência é válida e, por mais que se fale contra o casamento, não deixa de ser uma experiência.”
(Oscar Wilde, in 'O Retrato de Dorian Gray')

“Se não tens tempo nem oportunidade para consagrar uma dezena de anos da tua vida a uma viagem em volta do mundo para observar tudo o que um circunavegador pode aprender; se te falta, por não teres estudado por muito tempo as línguas estrangeiras, os dons e os meios de te iniciar nas mentalidades diversas dos povos que se revelam aos cientistas; se não pensas em descobrir um novo sistema astronómico que suprima o de Copérnico, bem como o de Ptolomeu - então, casa-te; e mesmo que tenhas tempo para viajar, dons para os estudos e a esperança de fazer descobertas, casa-te do mesmo modo. Tu não te arrependerás, ainda que isso te impeça de conheceres todo o Globo terrestre, de te exprimires em muitas línguas e de compreenderes o espaço celeste; pois o casamento é e continuará a ser a viagem da descoberta mais importante que o homem pode empreender; qualquer outro conhecimento da vida, comparado ao de um homem casado, é superficial, pois ele e só ele penetrou verdadeiramente na existência.” (Emmanuel Kant, in 'Considerações sobre o Casamento em Resposta a Objecções')

Gosto mais da do Kant. Dá o que pensar.....
E pensando nisso, veio a minha cabeça duas piadinhas que descrevem bem a maioria dos casamentos que vemos por aí:

A primeira fala sobre as três formas de fazer sexo dentro de casa:

1) Na casa inteira - Típico dos recém-casados, fazem sexo na cozinha, no banheiro, na sala, no quarto etc...

2) No quarto - Típico dos casais que já estão juntos há algum tempo, fazem sexo apenas no quarto.

3) No corredor - Típico dos casais que já estão juntos há muito tempo, eles se encontram no corredor e um diz para o outro: "Vá se fu#*%!"

Já a outra fala sobre o marido, que ao chegar em casa no final da noite diz à mulher que já estava deitada :

- Querida, eu quero amá-la.
A mulher, que estava dormindo, com a voz embolada, responde:
- A mala… ah não sei onde está,não! Use a mochila que está no maleiro do quarto de visitas.
- Não é isso querida, hoje vou amar-te.
- Por mim, você pode ir até Júpiter, até Saturno e até à PQP, desde que me deixe dormir em paz…

Apareço por aqui depois de um longo tempo.
Tenho ficado na moita, observando sempre o mundo bloguistico, mas percorrendo e acompanhando os blogs daqueles que me são caros.
Logo logo estou de volta.
Abraços a quem é de abraços e beijos a que é de beijo.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O Padre e o sabonete




Freira expulsa de convento por ter página do Facebook

«Hoje expulsaram-me do convento. Algumas irmãs quenianas tornaram a minha vida impossível».

“Foi assim que a freira María Jesús Galán anunciou no Facebook a sua expulsão do convento, escreve o site noticioso da Globo. Conhecida na cidade espanhola de Toledo como a ‘irmã internet’, viveu naquele convento mais de 35 anos. O Arcebispado de Toledo recusou-se a comentar o caso, divulgado pelo jornal ABC Toledo, e considerou-o um assunto interno da comunidade religiosa. Fontes anónimas descreveram ao jornal o ambiente tenso no convento Santo Domingo el Real entre a freira cibernauta e as outras irmãs. A noticia provocou protestos nas redes sociais. No perfil da freira, muitos deixaram mensagens de apoio de diferentes lugares do mundo.”

Ao ler essa noticia me lembrei de um uma anedota que me contaram outro dia.
Já não fazem mais freirinhas como antigamente.
Hoje elas estão plugadas no mundo real.


Num domingo, dois padres foram tomar banho bem cedo, antes da missa, mas esqueceram o sabonete.
Um dos padres falou:
- Vou buscar dois no meu quarto, que fica logo alí no fim do corredor.
Como era domingo, o convento estava vazio e eles estavam com pressa para irem à missa, ele foi buscar os sabonetes do jeito que estava, pelado mesmo.
Na volta, com os sabonetes um em cada mão, ele deu de cara com três
freiras que, apesar de bem cedo, já estavam indo para a missa.
Sem ter o que fazer, o padre se fingiu de estátua.
 As freiras olharam, espantadas, para aquela nova estátua e comentaram entre si:
- Nossa, que estátua linda, perfeita...
Uma delas, então, ao olhar o "bilau" do padre, resolveu dar um puxão.
Ao sentir a dor, um sabonete escorregou de sua mão.
As freiras, mais espantadas ainda, falaram:
- Não é uma estátua, mas sim, uma máquina de sabonetes!
A outra deu também um novo puxão e outro sabonete escorregou...
- Nossa, que maravilha! Exclamaram com felicidade.
A terceira freira, não querendo ficar para trás, logo puxou o "bilau" do padre,
nada, e puxou... e nada...
E puxou... e nada.... e repuxou... e puxou... e repuxou... e puxou... repuxou... puxou... repuxou... puxou... repuxou... puxou...  repuxou... puxou... repuxou... puxou...
E finalmente, maravilhada, disse:
- Deus seja louvado, essa maquina tem até shampoo!!!


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Causos de Minas XXV - A Onça




Como já contei aqui pra vocês, eu gosto muito de passear por essas Minas Gerais.
Gosto de suas montanhas, suas cidadezinhas, de seu povo, de seus causos.
Gosto da vida simples, da gentileza em nos receber, da comida feita no fogão de lenha, do café adoçado com rapadura.
Mas o que me fascina mesmo são os causos. Esses sim mexem comigo!
Numa dessas andanças, fui visitar uma cidadezinha onde meu pai nasceu, Piacatuba, localizada na Zona da Mata mineira, perto de Leopoldina, Cataguazes, Juiz de Fora.
Uma currutelazinha de uma rua só, que termina no pátio da igreja.
Nela passei algum tempo da minha infância, pois tinha alguns tios que ali permaneceram.
Um deles, Tio Fabio, tinha uma venda, daquelas bem típicas do interior de Minas, onde se vendia de tudo, e na caderneta.
Gostava de ficar por ali, assuntando e escutando as conversas do povo do lugar.
Esta visita me trouxe muitas lembranças e a visão da casa onde se localizava a venda, ainda de pé e bem conservada, reavivou um causo escutado bem alí.
Um belo dia, lá na venda do tio Fabio, alguns amigos conversavam sobre caçadas e um minerim conta pro pessoal:

- Cês precisava di vê como escapei por pouco duma baita onça outro dia...
- Num diga... retrucou alguém.
- Digo sim! Outro dia sai pra caçar uns tatu e repente, topei com a fera e carquei  o dedo no gatilho da minha cartuchera! Mas, nada... cês acredita que a danada faiô?!?
- É mêrmo?
- Mêrmo!!!  Aí carquei de novo e faiô outra veiz......
- Nossinhora! Disse um
- Quissefeiz cumpade? Disse outro
- Ora, aí sai correndo e subi de carreira em cima duma árvre! Mas a danada da onça também escalou os gaio, doida pra botá as pata ni mim. Sorte a minha que a bicha iscurregô da árvre e caiu!
- E aí, cumpade??
- Quanto mais ela tentava subi, mais ela iscurregava! Era tenta subi e caí de novo. E eu lá em riba agarradim nos gaio mais alto. Até que ela desistiu e foi simbora.....
- Nossa, cumpade... Que valentia ! Se fosse com eu, tinha me borrado tudinho ! - disse alguém.
E o minerim:
- E no que o cumpade acha que a onça iscurregô ?

Vocês entendem agora o porque eu adorava ficar por alí?




 

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