Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Papo de buteco 13 - Dor de pinto


Se tem uma coisa que me deixa preocupado é quando a parentada da roça vem a Beagá e aparece aqui no buteco
Todas as vezes que eles apaecem, alguma coisa acontece. 
Eles na sua ingenuidade de matutos sempre aprontam alguma.
Isso quando não querem ficar hospedados aqui. Aí não dá. 
Vou logo avisando que a casa é muito pequena, não tem acomodações adequadas, e descarto o pretenso hospede antes que me tragam problemas..
Se eu deixar, com a parentada que tenho, isso aqui vai ficar parecendo saguão de rodoviária nos feriadões.
Um dia desses , no inicio da tarde, chegou aqui no buteco um tio meu, morador da roça, vindo de Conçeição do Mato Dentro, pertinho da Serra do Cipó.
Prosa vai e vem, e ele disse que tinha vindo a Beagá, pois precisava fazer uma consulta medica de urgência.
- Que é que você tem tio Argemiro? Perguntei a ele.
- Nadinha não, tô com uas coisinha aqui, mas né trem pra discuti com ocê não!
- Que isso tio, você sai lá de Conceição para vir ao medico e não pode me dizer o que está sentindo?
- É coisa dasintimidade...
- Que intimidade tio, esta com dor aonde?
- Ara pois..... é nas parte...
E eu ingenuamente:
- Que parte, tio?
- Vixe, mas como ocê é burro minino, aqui nascoisa, no pingulim...
- Mas o que esta acontecendo com ele, tio?
- O pingulim ta dueno dimais da conta...
- O que que você andou fazendo tio? 
Já imaginei o pilantra fazendo das suas:
- Andou pulando a cerca? Traindo a tia com alguma prostituta?
- Cruzes minino, eu só côiso com sua tia...
- Só com ela mesmo?
- Ara, pois sim! É so cum a muié mermo! Acordo cuatruora damanhã cuandugalo canta, dô umazinha namuié, tomumbanho e dô otrazinha namuié... tomo café, dô mais umazinha namuié e aí vô trabaiá no miarau...
As dezora vórto pra lanchá, antis dô umazinha namuié, tomolanche, dô mais umazinha namuié e vórto p'ro miarau...
Meidia vórto prarmuçá, dô umazinha namuié, armóço e aí dô uma drumidinha (pruque dispois do armoço podi dá congestã), acordo, dô umazinha namuié e vórto p'ro miarau ...
Cuatrora da tarde paro ditrabaiá, vô pra casa, dô maizumazinha namuié, tomo um banho, dô otrazinha namuié e janto, aí drumo e no otro dia cumeço tudotraveiz...
Fiquei  horrorizado com o relato, o homem é um tarado de marca maior!
 Aí eu disse ao tio Argemiro que já sabia o que estava causando as tais dores no pênis, ele não precisava ir ao médico :
- O seu problema tio, é que você está fazendo sexo demais !
- Será?...
- Tio, você esta transando com a tia igual a um coelho, é pra doer mesmo!
Escutando isso, o tio Argemiro fez uma cara de alívio e levantando as mãos para o céu, disse :
- Graçadeus, sô !  Intão eu já nem vô no tar de doutô. E eu quitavachano qui era as masturbadinha queu dava lá no miarau cuasmão xuja de terra....
Depois que ele disse isso, fui lá para o fundo do buteco, procurar alguma coisa pra fazer, pra ver se me controlava.
Esse caso do tio Argemiro quase me tirou do sério.
Pode uma coisa dessa? 
.

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