Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Esposa de férias, marido sozinho...

Férias é uma coisa muito séria!
Todos que trabalham ou estudam pesado precisam delas.
Que saudades dos tempos de estudante onde tinha duas férias por ano. Que vidão!!!!
 Fora aquelas que fazia por conta própria, é claro.
Eu sempre achei férias longas muito chato, a não ser quando fazemos uma viagem a um local onde não podemos ir com freqüência e há muita coisa para se ver e deliciar, como uma viagem internacional por exemplo. 
Uma viagem a Europa, Asia ou ao Oriente merece um prazo mais longo. 
Já pra NY ou Buenos Aires, dez dias para mim bastam. 
Nestes lugares, como as visitas são mais frequentes, a gente consegue aproveitar bem em tiros curtos. 
Com férias longas e sem viajar, elas ainda não chegaram a metade e eu já fico louco para voltar ao batente. Ficar atoa tambem cansa!
Mulher quando sai de férias e deixa o marido para trás, então, é um desastre total.
Ontem dia aqui no Buteco, um dos meus fregueses veio almoçar e durante o almoço me pediu papel e caneta, pois queria escrever à sua esposa que se achava em viagem de férias. Longas.
Ele escrevia, rabiscava, amassava o papel e começava a escrever de novo.
Quando terminou o almoço e foi embora, deixou um monte de papel amassado sobre a mesa. Confesso que não resisti, recolhi tudo e abri alguns para dar uma olhadinha. De leve...
Eu não sabia se ria ou se chorava com o que li.
Como sempre, confiando na discrição de vocês, vou mostrar o que recolhi sobre a mesa. 
Dêem só uma olhadinha:




Vocês já pensaram o que vai acontecer quando a "querida" voltar?
Eu já estou até com dó do Astolpho, ele bem que tentou, não é mesmo?
Eu estou pensando que ela vai requerer ferias definitivas, vocês não acham?



quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Agradecimentos

 
20856404
Prezados(as ), quero agradecer a todos pelos e-mails educacionais que vocês me enviaram ao longo desses anos !
Hoje sou outra pessoa, graças a eles.
Não abro mais portas de banheiros sem usar uma toalha de papel nas mãos;
Não bebo mais refrigerante com limão nem gosto mais de camarão para não me intoxicar;
Não mais chupo laranja, me preocupo com as milhares de bactérias na casca;
Não consigo mais usar o controle remoto em quartos de hotel pois não sei quantos pegaram nele e com as mãos, provavelmente, infectadas
Tenho dificuldade em cumprimentar as pessoas que encontro;
Não consigo pegar numa bolsa de mulher com medo que ela a tenha colocado no chão de um banheiro público;
Mando um agradecimento especial para quem me enviou a mensagem das fezes de rato na cola de envelopes. Agora eu uso uma esponja úmida para cada
envelope que precisa ser selado.
Pela mesma razão, escovo vigorosamente cada latinha antes de abri-la;
Eu não tenho mais dinheiro porque o depositei para uma menina doente (Penny Brown) que está para morrer pela nonagésima vez.
É, não tenho mais dinheiro mas isso vai mudar quando eu receber os 15.000 dólares que o Bill Gates/Microsoft e AOL vão me mandar por participar do programa especial de e-mails.
Não me preocupo mais com minha alma porque eu tenho, agora, vinte e tantos anjosolhando por mim. A novena de Santa Theresa atendeu todos os meus desejos.
E, depois, até Nossa Senhora tá morando aqui em casa.
Não bebo mais qualquer drink em bares porque posso acordar numa banheira cheia de gelo sem meus rins.
Não mais uso desodorantes cancerígenos mesmo se fico fedendo como um búfalo num dia quente.
Graças a vcs aprendi que minhas preces só serão atendidas se eu enviar um email para trocentos amigos e fizer um desejo em 5 minutos.
Graças às suas preocupações eu não bebo mais Coca Cola porque ela é capaz de remover até ferrugens...
Não abasteço mais o carro sem ter alguém vigiando para que um serial killer não entre no banco de trás enquanto eu abasteço.
Eu não bebo mais Pepsi ou Fanta porque os produtores desses refris são ateus e se recusam a colocar nas latinhas "Feito por Deus".
E obrigado por me avisar que eu não devo esquentar um copo de água no microondas porque pode estourar na minha frente e me desfigurar a cara;
Eu não vou mais ao cinema porque me disseram que eu posso ser picado por um alfinete infectado com AIDS quando eu me sentar.
Eu não vou mais a shopping centers porque alguém pode me drogar com uma amostra de perfume e me roubar.
Eu não recebo mais pacotes da UPS ou FedEx porque na realidade os entregadores são ladrões disfarçados;
E eu não atendo mais telefones porque alguém vai me pedir que disque um número pelo qual eu vou receber uma conta com chamadas para a Jamaica, Uganda, Singapura e Uzbequistão.
Graças a vcs não uso outra privada que não a minha porque uma enorme cobra preta pode estar escondida dentro do vaso e me picar.
Eu não dirijo mais meu carro porque comprando gasolina de algumas empresas estou apoiando a Al Qaeda, e, se comprar das outras companhias, estou apoiando os ditadores sul-americanos.
Eu não mexo mais no meu jardim porque tenho medo que vou ser picado por aquela aranha armadeira e minha mão vai cair.
Daí, se você não enviar este email para pelo menos 250 pessoas nos próximos 15 minutos, uma pomba grande com diarréia vai pousar em sua cabeça às 17 h amanhã à tarde e as moscas de 120 camelos vão infestar suas costas, causando o crescimento de uma enorme corcunda ferida.   Sei que acontece porque ocorreu com a cabeleireira da melhor amiga do segundo marido da prima da sogra de minha vizinha.
 
Ah, a propósito:
Um cientista alemão da Argentina descobriu, após um longo estudo, que pessoas com pouca atividade cerebral lêem seus e-mails com a mão sobre o mouse. 
Não adianta tirá-la, é tarde demais!
 
P.S. Eu agora ponho minha escova de dentes no quarto  e não corro o risco de contaminá-la com as bactérias do banheiro.
Abraços a todos.
 
E mail enviado por Oswaldo F Andrade e gentilmente me cedido pela Malu do "Absinto"
 
assinatura pequena preta COPO 4 preto

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

MUDANÇA DE SEXO?


Devido a repercussão da participação da transexual Ariadne no BBB11 comecei a prestar maior atenção ao tema e inclusive andei dando uma pesquisada. É um assunto serio e merece respeito e um maior aprofundamento. A Transexualidade sempre se apresentou como uma área nebulosa, quase nada explorada da sexualidade humana.

Para quem não sabe, o SUS oferece o chamado processo transexualizador

http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=34017&janela=1

Trago aqui uma definição, por alto, sobre o assunto e quem quiser saber mais basta ir ao Google que tem diversos artigos sobre este tema.

 

“Transexualidade é a condição considerada pela OMS como um tipo de transtorno de identidade de gênero mas pode ser considerada apenas um extremo do espectro de transtorno de identidade de gênero. Refere-se à condição do indivíduo que possui uma identidade de gênero diferente a designado no nascimento, tendo o desejo de viver e ser aceito como sendo do sexo oposto. O termo corrente em uso para definir mudanças das características sexuais é Cirurgia de Reatribuição Sexual - CRS (Sex Reassignment Surgery - SRS, em inglês), um termo que reflete a idéia de que as pessoas transexuais não estão “mudando de sexo”, mas corrigindo seus corpos”. (wikipédia)

 

Como sempre, a gente sempre consegue extrair algo engraçado por mais serio que seja o tema. Achei também este texto e não poderia deixar de posta-lo.


MUDANÇA DE SEXO? PENSA BEM !

  

Toca o telefone e aquela secretária loira lindíssima que iniciava suas novas atividades, exatamente naquele dia, atende, naquela Clinica Especializada em Cirurgias de Transgenitalização.

No popular: Mudança de sexo!
- Alô, é da clinica do Doutor D. Cepa. Em que posso servi-lo senhor?
- Olha, eu gostaria de saber se vocês fazem transgenitalização?
- Não entendi. Dá para repetir, por favor?
- Transgenitalização.
- O Sr. quer marcar uma consulta?
- Não, sem antes saber se vocês fazem transgenitalização.
- O que é isto, senhor?
- Minha filha, aí não é a "Clinica do Doutor D. Cepa Ikose", que faz cirurgia genital?
- Aborto?
- Não, cortar o membro...
- Braço ou perna? É gangrena?
- Que gangrena.  É meu pênis.  Pô, tá difícil, conversarmos.  Você é nova na clinica?
- Sou, mas aprendo muito rápido, senhor.
- Minha filha eu quero ser mulher inteira, livre deste penduricalho, esta coisa inútil, deitado eternamente em berço esplêndido.
- Nossa, ele é inútil e sonolento? Então é um relógio sem ponteiros?
- Maneira de falar. Eu sou travesti, queridinha. Entendeu?
- Ah, sim. Desculpe o senhor é travesti, porque seu pênis é inútil e sonolento.
- Ao contrário, meu pênis é inútil e sonolento porque eu sou travesti, não gosto da fruta, meu negócio é homem, então esta “coisa” é inútil para mim.
- Bem que eu gostaria de poder ficar com seu pênis...
- Um pênis não adianta nada. É a cabeça do dono do pênis que faz ele ficar interessante ou não.
- Mas o senhor já tentou...
- Não, minha filha, nem quero!
- Quem sabe eu possa fazer o senhor mudar de idéia. Coitadinho, cortar o seu pênis para virar o que eu sou? O senhor sabe quantas vezes eu já gozei na minha vida?
- Não faço a menor idéia...
-  Nenhuma.
- Trabalho aqui nesta porcaria deste consultório e em casa. Passo, lavo, faço comida, limpo cocô de cachorro e vivo tirando teias de aranha do teto, fico menstruada e tenho TPM !
Final de semana meu marido dorme até as 6 da tarde, acorda e senta a bunda no sofá, pede cerveja gelada, quibe frito, enche a cara vê futebol me estupra vai dormir novamente .
E ainda diz que é muito macho, um verdadeiro espada!
É esta merda que você quer ser?
Cortar seu pênis para virar mulher escrava destes machões?
Ter que cuidar de quatro filhos, levar para escola às sete horas da manhã, apanhá-los depois que sair do trabalho, dar banho naquele monte de cabeças, braços, pernas, fazer o jantar e deixar o almoço do dia seguinte preparado. Acordar com os olhos ardendo, o corpo todo doido e, quase sempre com enxaqueca?
É para ser isto que o senhor quer cortar esta sua "coisa"?
Meu marido deve me cornear direto e eu só sirvo para servir. Entendeu?
Porque hoje, estou uma baranga!!!
Todos os meus quatro filhos nasceram de cesariana.
Enfiavam agulha na minha coluna, cortavam minha barriga, davam depois uns pontos que geralmente infeccionavam e eu voltava no médico para o cara abrir e espremer aquela merdalhada toda, uma dor incrível.
E os quatro mamaram até oito meses.
Eu me sintia uma verdadeira vaca! Leite que não acabava mais.
Molhava meu vestido todo e ainda tinha que aturar o pênis do meu marido a noite, às vezes de madrugada. Um vedadeiro animal.
Enfiava aquele troço lá dentro e ai, ai, ui, ui e pronto.
E eu ainda tinha que me lavar, sair do quentinho da cama e o porco dormia depois, assim mesmo e ainda roncava.
 É para isto que o Sr. quer cortar o seu pênis?
Pra virar mulher???
Alô, alô, está ouvindo?
Alô... Alô....
Do outro lado da linha parece que operou-se sim, uma transgenitalização mental.
Uma cabeça de travesti, às vésperas de virar mulher e que, de repente, pensou:
- Pensando bem... virar mulher?
 Tô fora!!!!!!!

Texto publicado em: http://adoraonoturnafeminina.blogspot.com   e   http://maryvillano.blogspot.com


sábado, 22 de janeiro de 2011

Do selo lambido ao ponto com 2


Ulisses, nesta resposta ao José Mauro, curva-se a tecnologia e mostra a força do progresso que impulsiona o  universo

 Do selo lambido ao ponto com

No mundo tecnológico
aparentemente ilógico
do viver globalizado
existem muitas pessoas
que seguem tecendo loas
à volta para o passado.

Assustadas com o novo
ficam espalhando pro povo
a mensagem distorcida
que a tecnologia mata
a sabedoria nata
acumulada na vida

Pessoalmente não creio
e vos falo sem receio
que a destruição do erro
nasce do nascer do novo
que Colombo no seu ovo
deu solução ao emperro

A humanidade tão ávida
acolhe a mudança, impávida
a internet é o portal
de nossa biblioteca
onde esta a hipoteca
do saber universal

O desuso é a conseqüência
do avanço da ciência
conforto sempre faz bem
usando certo o bom senso
podemos, sim, assim penso
ter o conforto também

Quem não tem computador
deveria andar de andor
voltar a telegrafar
sentar ao bonde parado
viver no ultrapassado
tempo do manivelar

Ora, pois, que absurdez!
parar o tempo de vez
bom mesmo é facilitar
mostrar a cara do mundo
num placar de um segundo
ver a noticia chegar!

Os dois lados da moeda
muitas vezes envereda
pro lado mal do pensar
mas quando o conhecimento
nos libertar do tormento
o bem há de despontar

Tudo é antropofagia
quando a tecnologia
muda, tudo há de mudar
Pois o avanço é uma alavanca
que a tartaruga manca
não consegue acionar

O medo da novidade
vem da historicidade
Basta ver na promissória
das invenções de Da Vince
até o século vinte
legadas pela memória

É bem grande o corolário
do pensar reacionário
não querendo aceitar
que a invenção é gerada
da necessidade alada
da vontade de mudar

Baudelaire foi rancoroso
não soube ser curioso
rejeitou a novidade
que foi a fotografia
pensando qu’ela trazia
às artes banalidade

Sem falar de Galileu
silenciado sofreu
vitima da neofobia
viu de perto a estupidez
a compulsiva surdez
do embotado que assobia

Deixemos de zum zum zum
o século vinte um
será de desvelamento
tudo nele será exposto
tempero de todo gosto
pra tudo que é pensamento


O homo-faber famoso
no dito do ser ditoso
não sabe mais o que faz
o burro constroi e tomba
o sábio desarma a bomba
que nos levara a paz

Meu amigo José Mauro
enfrentou o Minotauro
eu não lhe tiro a razão
visar apenas ao lucro
faz do homem um ser chucro
sem amor no coração.

Ulisses Germano Leite Rolim
Professor da região do Cariri e um apreciador do cordel

Obs : A história da literatura de cordel começa com o romanceiro luso-holandês da Idade Contemporanea  e do Renascimento. O nome cordel está ligado à forma de comercialização desses folhetos em Portugal, onde eram pendurados em cordões, chamados de cordéis. Inicialmente, eles também continham peças de teatro, como as de autoria de Gil Vicente. desde o início da colonização. Na segunda metade do seculo XIX começaram as impressões de folhetos brasileiros, com suas características próprias. Os temas incluem fatos do cotidiano, episódios históricos, lendas , temas religiosos, politicos, entre muitos outros . Foram os portugueses que introduziram o cordel no Brasil desde o início da colonização.
No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados de Pernambuco, da Paraiba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. Costumava ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Hoje também se faz presente em outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. O cordel hoje é vendido em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos cordelistas.
fonte:Wikpedia


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Do Selo lambido ao ponto com.


No Projeto Livro de Graça na Praça (veja aqui) também é feita a distribuição e divulgação  da literatura de Cordel, alem de livros de Literatura Infanto juvenil e do livro de Contos editado exclusivamente para o evento.
Trouxe para vocês este Cordel escrito por Jose Mauro da Costa, de Belo Horizonte, versado em prosa e contos, em um debate com Ulisses Germano, professor do Cariri e também apreciador do Cordel.  Este Cordel também foi impresso em Braile, fato inédito.
Hoje posto o Cordel de Jose Mauro e na próxima postagem apresento a resposta de Ulisses.
José Mauro fala de algumas inconveniências da tecnologia, de coisa abomináveis como as latinhas e as sacolas plásticas, alem dos enlatados e do fast-food. É um tema para reflexão num momento em que a terra sendo exaurida, se debate numa crise sem precedentes do consumismo desenfreado



Do selo lambido ao ponto com

Ao leitor faço um resumo
do que penso do consumo
e desse mundo digital
Tudo tem mudado tanto
parece que só eu me espanto
com o efeito colateral.

Veja que a tecnologia
quando usada em demasia
deixa o cara viciado
Seu juízo fica lento
fica lento e eu acrescento
olhe lá, tome cuidado.

Tem muito escrevinhador
louvando o computador.
Faz dele sua cachaça
e quando isso acontece
a poesia é que padece,
a rima fica sem graça

A moçada se submete
passivamente a internet
sei la que amores vivendo
Lua, seresta e violão,
beijos, abraços, mão na mão...
Não sabe o que esta perdendo

Nesse andar da carruagem
essa falta de coragem
prevê uma calamidade
O homem tal qual um monge
olha as mulheres de longe
é o fim da natalidade

Com tantas pilhas de lata
de pneus, pets, sucatas
sujando o meio ambiente,
causando devastação,
A terra vira um lixão,
para castigo da gente.

E o celular tão freqüente?
atormenta muita gente
quem usa este acessório
nas caminhada, nos bares,
nos quartos hospitalares,
não respeita nem velório.

A sacolinha de plástico
é um invento fantástico
do tal progresso que avança
De compras vem carregada
e  ainda serve a danada
pra sufocar criança.

Você que tanto desdenha
comida de fogão a lenha
eu preciso adverti-lo:
Peça a Deus que o ajude
pra não perder a saúde
comendo comida a quilo

Se alguém encomenda um grude
na entrega dos fast-food
o que vem eu já adivinho
É gordurento e pastoso
parece até que é gostoso
mas é veneno a caminho

Nas lutas pela audiência
numas tevês a aparência
choca quem vê e escuta
Vale tudo pro sucesso
o homem peca em excesso
ate mulher se disputa

Musica hoje é entulho
não tem letra é só barulho
quem manda é a propaganda
Quedê Paulinho da Viola
Noel, Caymmi, Cartola,
Chico Buarque de Holanda?

Onde esta o som brejeiro
do cavaquinho, pandeiro
samba de fundo de quintal?
Do forró, samba de breque,
do chorinho bem moleque?
Esta em fase terminal

Muito cantor estrangeiro
vem aqui só por dinheiro
e a turma aplaude e idolatra
E o que mais o povo engana
é a musica americana.
Só salva o Franck Sinatra..

Finalizo a artilharia
louvo a boa companhia
de Ulisses, Lulu, Josenir
Ao Edesio agradeço
sua ajuda não tem preço.
Não me deixou desistir

Esse é meu canto de guerra
Meu cordel aqui se encerra
já falei muito e demais
Gente do Crato e Juazeiro
e ao bom povo brasileiro
o  abraço de Minas Gerais.

José Mauro da Costa
Professor de Literatura, escritor, poeta e membro da Academia de Cordelistas do Crato. 
É o idealizador e mentor do Projeto Livro de Graça na Praça, evento anual realizado em 11 de setembro em Belo Horizonte.


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Papo de Buteco 41- Exames medicos.



Aqui no Buteco, a gente tem tempo para conversas de todos os níveis.
Outro dia, estava reunida para uma happy hour uma turma de médicos do hospital vizinho. Aquele logo ali na esquina de cima.
Entre papos amenos e conversa jogada fora, surgiu também um assunto serio, como o assunto sobre os novos exames de diagnostico ultra modernos já disponíveis a todos, aqui mesmo no hospital onde trabalhavam.
Os médicos mais proeminentes e as Associações Medicas estão preocupadíssimos com este avanço tecnológico, pois ele vem trazendo junto um comodismo dos jovens médicos que estão desprezando o exame clinico e a anamnese, confiando plenamente nesses exames. 
Eles estão trocando os conhecimentos médicos e o diagnostico feito através do exame do individuo, pesquisa de sua historia clinica, aliados aos exames laboratoriais, por diagnostico feito por meios sofisticados de imagem, ressonância magnética, tomografias computadorizadas e o escambau.   
Exames que deveriam ser auxiliares ao diagnostico, hoje dão o diagnostico. 
O diagnostico vem pronto e eles hoje o aceitam sem questionar.  Nem examinam o paciente ou conversam com ele.
Isso também aliado ao pagamento irrisório das consultas feitas pelos planos de saúde ou pelo SUS  que os obrigam a atender em torno de seis consultas para perfazer o valor de uma consulta particular.  Por isso as consultas de dez, quinze minutos. 
Bom, mas voltando ao que dizíamos, os exames hoje estão tão sofisticados que muitas vezes apresentam resultados ou imagens que não se encontram nos anais médicos. 
E aí, fazer o que?   
O bom medico baseia-se no exame clinico criterioso e segue seu felling, o medico de laboratório, por seu lado, muitas vezes prescreve tratamento errado, confiando plenamente na maquina. 
Eles esquecem que essa nossa “maquina” é individual, complexa  e nem sempre segue protocolos,  e como tal deve ser observada.
No meio desta discussão, um destes médicos contou uma historia bem interessante sobre a intensidade dos dados que estas maquinas produzem.
Relato a historia para vocês.

Um senhor foi Hospital fazer exames  laboratoriais de rotina.
O laboratorista, operando um equipamento de ultima geração, pediu que ele fizesse xixi num orifício da máquina.
Após alguns segundos, a máquina imprimiu o seguinte relatório:

Nome : João da Silva
Idade : 42
Profissão : Engenheiro
Estado Civil : Casado
Tipo Sanguíneo : A+
Diagnóstico : Artrite no braço direito.

O senhor ficou super impressionado e não acreditou no que via e pediu para fazer novo exame. Ele queria confirmação.
Novo exame feito e eis que a máquina expeliu mais um relatório.

Ainda informações sobre o Sr. João da Silva
Idade detalhada : 42 anos, 3 meses e 20 dias
Cor dos olhos : Castanhos escuros
Peso: 80 quilos
Tamanho: 181
Perda de cabelo : 35%
Diagnóstico : Artrite no braço direito.

Ele continuava a não acreditar.
Foi em casa e chegando lá fez xixi num vasilha  e pediu que a mulher a filha também fizessem, se masturbou e colocou ali também um pouco de seu esperma, tirou óleo do carro, pegou xixi do cachorro, juntou tudo e levou ao laboratório solicitando novo exame.
Colocaram a tal mistura na máquina e prontamente  saiu outro relatório:

Informações complementares sobre o Sr. João da Silva:
Corno: sua mulher está grávida de um pai que não é você, chame um advogado
Sua filha usa drogas, chame um médico psiquiatra
Seu cachorro tem sarna, chame um veterinário
Seu carro precisa trocar o óleo e está com problemas no freio, chame um mecânico
ATENÇÃO, AVISO IMPORTANTE! Quando for se masturbar novamente use a mão esquerda, pois o braço direiro TEM ARTRITE !!


Esta precisão das maquinas assusta!




quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Blogagem Retrô - Tuareg

Continuando ainda a Blogagem Retrô resolvi recordar esta postagem que a mim diz muito.


Resolvi postar esta entrevista pela simplicidade das verdades aqui contidas.
Entrevista realizada por Victor M Amela e Moussa Ag Assarid em 20/10 /07

- Não sei a minha idade. Nasci no deserto do Saara sem documentos. Nasci em um acampamento de nômades Tuareg entre Timbuctu e Gao, ao norte de Mali. Fui pastor de camelos, cabras, cordeiros e vacas do meu pai. Hoje estudo Gestão na Universidade de Montpellier. Estou solteiro. Defendo os pastores Tuareg. Sou muçulmano, sem fanatismo.
- Que turbante, tão formoso.
- É uma fina tela de algodão: permite tapar o rosto no deserto, e continuar a ver e respirar através dele.
- É e um azul belíssimo!
- Nós os Tuaregs, somos chamados de homens azuis por isso; o tecido solta alguma tinta e nossa pele adquire tons azulados.
- Como conseguem este tom de anil?
- Com uma planta chamada índigo, mesclada com outros pigmentos naturais. Para os Tuaregs o azul é a cor do mundo.
- Por quê?
- É a cor dominante. É a cor do céu, do teto da nossa casa.
- Quem são os Tuaregs?
- Tuareg significa “abandonados“, por que somos um velho povo nômade do deserto, solitários e orgulhosos: “Senhores do deserto“, é como nos chamam. Nossa etnia é a amasigh (bereber), e o nosso alfabeto, o tifinagh.
- Quantos são?
- Uns três milhões, e a maioria permanece nômade. Mas a população diminuiu. “É preciso que um povo desapareça para que saibamos que ele existiu“: Apregoava um sábio. Eu luto para preservar este povo.
- A que se dedicam?
- Pastoreamos rebanhos de cabras, camelos, cordeiros, vacas e asnos num reino de imensidão e silêncio.
- O deserto é realmente tão silencioso?
- Quando se está sozinho naquele silêncio, ouve-se o batimento do próprio coração. Não há lugar melhor para se estar sozinho.
- Quais recordações de sua infância você conserva com mais nitidez?
- Desperto com a luz do sol e ali estão as cabras de meu pai. Elas nos dão leite e carne, nós as levamos onde há água e pasto… Assim fizeram meu bisavô, meu avô e meu pai e eu. Não havia outra coisa no mundo além disso.
E eu era muito feliz com isso.
- De fato! Não parece muito estimulante…
- Mas é muito! Aos 7 anos já te deixam afastar-se do acampamento para que aprendas coisas importantes: farejar o ar, escutar, apurar a vista, e as estrelas…
E a deixar-se levar pelo camelo, se você se perder. Ele e levará onde há água.
- Saber isso é valioso, sem dúvida…
- Ali tudo é simples e profundo. Existem muito poucas coisas. E cada uma tem um enorme valor!
- Então esse mundo e aquele são muito diferentes?
- Ali cada pequena coisa te proporciona felicidade. Cada toque é valorizado. Sentimos uma enorme alegria pelo simples fato de nos tocarmos e estarmos juntos. Ali ninguém sonha com chegar a ser, por que cada um já o é.
- O que mais o chocou em sua primeira viagem á Europa?
- Ver as pessoas correndo pelo aeroporto. No deserto só se corre quando vem uma tempestade de areia. Me assustei! É claro!
- Eles iam apenas buscar suas malas…
- Sim! Era isso. Também vi cartazes de mulheres nuas. Me perguntei: por que esta falta de respeito para com a mulher? Depois no Íbis Hotel, vi a primeira torneira da minha vida, vi a água correndo e senti vontade de chorar…
Que abundância! Que desperdício! Não?
Todos os dias da minha vida consistiam-se em procurar água. Quando vejo as fontes ornamentais aqui e acolá, continuo sentindo por dentro uma dor tão intensa…
- Tanto assim?
- Sim! No começo dos anos 90 houve uma grande seca. Morreram animais e nós também adoecemos. Eu tinha uns 12 anos e minha mãe morreu. Ela era tudo para mim! Me contava histórias e ensinou-me a conta-las muito bem.
Ela me ensinou a ser eu mesmo.
- O que sucedeu com a sua família?
- Convenci meu pai que me deixasse ir á escola. Quase todo dia caminhava 15 km. Até que um dia o professor me arranjou um lugar para dormir e uma senhora me dava o que comer, quando eu passava em frente á sua casa.
Entendi que esta ajuda vinha da minha mãe.
- De onde surgiu este desejo de estudar?
- Uns dois anos antes havia passado pelo nosso acampamento o Rally Paris- Dakar, e uma jornalista havia deixado cair um livro da sua mochila. Eu o apanhei e o entreguei. Ela me deu o mesmo de presente. Era um exemplar do pequeno Príncipe e eu me prometi que um dia conseguiria lê-lo.
- E conseguiu?
- Foi assim que consegui uma bolsa de estudos na França.
- Um Tuareg na Universidade!
- Ah! O que mais sinto falta aqui é o leite de camela… E o calor da fogueira, e de andar com os pés descalços na areia quente. Lá nós olhamos as estrelas todas as noites e cada estrela é diferente das outras como cada cabra é diferente. Aqui á noite, você olha para a TV.
- Sim! E o que você acha pior aqui?
- Vocês tem tudo, mas não acham suficiente. Vocês se queixam. Na França passam a vida reclamando! Aprisionam-se pelo resto da vida á uma dívida bancária, num desejo de possuir tudo rapidamente… No deserto não há congestionamentos e você sabe por quê? Por que lá ninguém quer ultrapassar ninguém!
- Conte-me um momento de extrema felicidade no seu deserto distante.
- Todo dia, duas horas antes do pôr-do-sol: a temperatura abaixa, mas ainda não chegou o frio, e os homens e os animais, lentamente voltam para o acampamento e seus perfis são recortados em um céu cor-de-rosa, azul, vermelho, amarelo, verde…
- Fascinante, na verdade…
- É um momento mágico. Entramos todos na cabana e colocamos o chá para ferver. Sentamo-nos em silêncio a ouvir a ebulição… A calma invade todos nós e o nosso coração bate no ritmo da fervura…
- Que paz!
- Aqui vocês têm relógio, lá nós temos tempo.


Postado originalmente em 28/07/10

 

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