Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Causos de Minas VII - Paquera na roça.

As mineirinhas são garotas pra lá de especiais. Tem uma carinha de ingênua, mas por trás desta aparência ela são mesmo muito espertinhas. Fazem-se de bobas pra viver e assim conseguem tudo que querem, na meiguice.
Normalmente mais caladas, introspectivas, sem fazerem muito alarde elas também aprontam das suas. Elas são extremamente maliciosas.
Só não demonstram. Esperteza alí é mato.
Muita gente se engana, principalmente se alguem lida com elas confiando na sua aparente bobiçe. A carinha de lerda os faz pensar assim!
Outro dia, um fazendeiro, lá das bandas de Coromandel leva a sua vaca puro sangue para cruzar com o touro premiado do vizinho. Neste dia, o vizinho tinha ido a cidade e na fazenda só ficou a filha dele. Moçoila linda, brejeira, de linhagem, poderia ser muito bem comparada com uma novilha de raça. O fazendeiro colocou sua vaca no curral junto com o touro, sob os olhos da mineirinha e depois de ajudá-los no que podiam, os dois ficam ali, pendurados na cerca, olhando os animais a cruzar.
Quer dizer, quem olhava era ela, pois ele não tirava os olhos da mocinha.
Aí o fazendeiro muito do malandro, com cara de quem não quer nada, olha com malícia para a vizinha e comenta:
- Cumadre, só nos dois aqui e eu tô doidim pra fazê aquilo que nem o seu toro tá fazeno com a minha vaca!
E ela responde na lata:
- Uai, entonces vai lá, cumpadre! A vaca né sua?

Quando elas não querem, não querem, mas também não se apertam. Não pensem que com a aparente timidez elas se avexam com qualquer coisa.
Elas não tem medo de homem!.
Mas quando querem também, sai de baixo, pois elas se enroscam, se insinuam, com a carinha mais limpa se colocam a disposição.
Essa mesma mineirinha, filha do fazendeiro do touro, uma gatinha country da maior supimpitude, ficou toda entusiasmada com o novo capataz da fazenda.
Um vaqueiro alto, magro, bonitão, musculoso e queimado de sol, mas bem caipirão.
Já de olho nele e com a desculpa de dar uma vistoria pela propriedade, ela o convida para um passeio. Resolveu ir à caça.
Ao passarem por um cavalo e uma égua, que cruzavam despreocupadamente no pasto, a moça (que como eu já disse, também era uma bela potranca) tirando uma de bobinha aproveita para se insinuar:
- Cumo será que o cavalo sabe que a égua qué fazê amor?
- Uai, é pelo chêro... responde o rapaz.
Mais para a frente, passam por uma vaca que também está sendo coberta por um touro e ela olhando melosamente pro vaqueiro insiste:
- E o toro, como ele se apercebe que a vaca tá a fim?
- Uai moça, tomém é pelo chêro...
E a coisa se repete por todo o passeio...   e olha que a fazenda era grande.
A bicharada fazendo a festa no maior love e a moça, fogosa, cheia de amor pra dar e descaradamente dando a maior bandeira.
E o cara, nada, nadinha...
Ela rela, se encosta, passa as mãos por entre os cabelos, suspira, se espreguiça na frente dele de forma bem sensual e o cara, nada! Necas de pitibiriba!
No fim da tarde, ao voltarem do campo, o pai pergunta:
- E aí, minha fia? Cumo foi o passeo?
- Ara pai, foi inté bão.
E ela com um ar desafiador, entre coquete e insolente, olha pro peão e continua:
- Mas é meió o sinhô dá uns dia de licença prêce moço, pois com toda certeza ele tá num resfriado brabo...

É, essas mineirinhas são assim mesmo, atitude é que não falta.

imagem google


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