Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Centenário de Noel.

Em homenagem ao centenário do grande compositor Noel Rosa, a ser comemorado em dezembro de 2010, a Gravadora Som Livre lança “Noel Rosa - 100 Anos de Celebração”. 
A coletânea reúne grandes sucessos do sambista interpretados por nomes como Chico Buarque, Martinho da Vila, Caetano Veloso, Baden Powell, Zeca Pagodinho entre muitos outros.

Noel Rosa é um dos mais importantes nomes da história da música brasileira. Em apenas sete anos, dos 20 aos 27, ele construiu uma fértil carreira musical, compondo 259 canções. 
A partir da ironia e sentimento soube retratar o cotidiano dos primeiros anos do século passado. Suas letras atravessaram gerações e ainda hoje são reconhecidas como obras-primas.
Boêmio contumaz, vivia na noite freqüentando os cabarés da Lapa e os bares de Vila Isabel. Noel nasceu de um parto muito difícil onde foi necessário o uso de fórceps, que lhe fraturaram o maxilar. Nutrindo indisfarçável complexo devido a este defeito facial provocado pelo fórceps, evitava comer em público e só relaxava bebendo ou compondo. 
Noel Rosa mesmo assim, teve algumas namoradas, a maioria colegas de copo e de samba nos bares de Vila Isabel. Casou-se em 1934 com Lindaura, mas ele era apaixonado mesmo por Ceci, uma mulher-dama de um dos cabarés que ele frequentava.
Seu gosto pela vida boêmia, bebida e pelo cigarro, aliado a uma saúde frágil e a um corpo franzino, favoreceu o desenvolvimento de uma tuberculose e ele passou os anos seguintes travando uma infrutífera batalha contra a doença. 
A boêmia, porém, nunca deixou de ser um atrativo irresistível para ele, que entre viagens para cidades mais altas em função do clima mais puro, sempre, nelas se voltava para a noite, o samba, a bebida e o cigarro.
Mudou-se para Belo Horizonte, trabalhou algum tempo na Radio Mineira e entrou em contato com vários compositores, como ele, amigos da noite, recaindo sempre na boemia. 
Da capital mineira, como sempre sarcástico, escreveu ao seu médico, Dr. Graça Melo:

"Já apresento melhoras,
Pois levanto muito cedo
E deitar às nove horas
Para mim é um brinquedo.
A injeção me tortura
E muito medo me mete,
Mas minha temperatura
Não passa de trinta e sete!
Creio que fiz muito mal
Em desprezar o cigarro
Pois não há material
Para o exame de escarro!"

Diário Carioca, 6 de maio de 1937, Obituário 


Noel de Medeiros Rosa (RJ 11/12/1910 — 04/05/1937)

“O povo carioca perdeu hontem com a morte de Noel Rosa, um dos interpretes mais perfeitos da sua poesia. Noel Rosa deixa uma lacuna no seio da representação da musica popular do Rio de Janeiro. Elle, unicamente elle, compreendia e satisfazia o desejo do povo no tocante a arte dos sambas e das canções populares desta terra. O enterro de Noel Rosa realizou-se hontem, com grande accompanhamento, sendo o seu corpo sepultado no cemitério de S. Francisco Xavier.”

“Noel Rosa - 100 Anos de Celebração”.

• Feitiço da Vila - Martinho da Vila
• Fita amarela - Zeca Pagodinho
• De babado - Alcione e João Nogueira
• Filosofia - Chico Buarque
• João Ninguém - Tom Jobim
• Último desejo - Ney Matogrosso e Rafael Rabello
• Onde está a honestidade? - Beth Carvalho
• Meu barracão - Maria Bethânia
• Feitio de oração - Clara Nunes
• Palpite infeliz (ao vivo) - Joyce Moreno
• Adeus - Toquinho e Vinícius de Moraes
• Conversa de botequim - Moreira da Silva
• As pastorinhas (instrumental) - Baden Powell
• Pra que mentir (ao vivo) - Caetano Veloso 

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