Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Delícias da minha juventude VII - Ano 73 - Uberaba



Chegando em Uberaba me deparei com uma vida totalmente nova.
De cara o trote dos calouros (lá chamados de Bicho)
Eu de cabelos grandes, batendo nos ombros, fui em direção à Faculdade já para o inicio do ano letivo. Chegando a porta, vi que estava ocorrendo o trote e parei meio afastado para ver.
Um veterano, me observando perguntou se eu era bicho. Confirmei.
Ele então me disse: -Se eu fosse você cortaria esse cabelo no barbeiro antes de se apresentar, senão vão fazer muita sacanagem. Legal o cara!
Fui imediatamente procurar um barbeiro onde raspei a cabeça com maquina zero.
Voltando lá, retiraram toda minha roupa, me pintaram com zarcão e me deram um saco de aniagem para vestir. Fiquei lindão!
As meninas tinham o seus cabelos descoloridos e vestiram a mesma vestimenta.
Nos levaram em desfile pela avenida principal da cidade, puxando carroças cheias de veteranos. 
Foi um espetáculo! A bebida corria solta.
Uberaba era uma cidade relativamente grande, cento e poucos mil habitantes, mas com uma população de estudantes que superava os dez por cento em relação ao numero de habitantes.
Era uma republica em cada quarteirão. Boas e ruins.
Fui morar com uma tia que tinha um pensionato de mulheres!
Esta tia, havia ficado viúva com seis anos de casada e com 5 filhos! Sem alternativas onde morava, mudou-se para Uberaba, uma cidade universitária, e montou um pensionato.
Com isso, ela criaria seus filhos em meio a estudantes que buscavam algo na vida, daria melhores condições de moradia e alimentação. A grana dava pra isso. Inteligente, tinha visão de futuro!
O que eu pagava a ela daria tranquilamente para pagar qualquer republica da cidade, mas ali, eu teria uma vida familiar e a ajudaria com a garotada, pois o mais velho tinha 15 anos.
Eu contribuía igualmente às pensionistas, mas fui morar em um quartinho no fundo do quintal junto aos dois filhos homens que ela tinha. Dois garotos. A casa era do mulherio. Casa grande, construção boa, dois andares.  O quarto tinha somente uma janela, pequena,  que dava para o restante do quintal, colado a um barranco cortado, dando quase a altura dessa janela. Quando a grama estava alta, dava para vê-la deitado na minha cama. A parede minava agua proveniente da terra. O chão era de cimento e o banheiro era separado, do lado de fora, próximo a casa.
Embora fosse uma cidade de clima quente, as noites eram geladas.
Eu, garotão zona sul da capital, acostumado a mordomias, mudei de champanhe francês para água!
Geralmente aos fins de semana as pensionistas iam para suas cidades natais e a casa era só nossa. Minha tia fazia salgados para fora e não sei quantas noites passamos acordados fazendo coxinhas, empadinhas  e cigarretes para atender as encomendas. Ela se virava, não custava nada dar uma mão.
No inicio, eu não conseguia me desligar de Beagá. Tinha a namorada e além disso eu tinha que ganhar uma graninha. Minha mãe pagava minha faculdade com quase todo o valor de seu salario. Meu pai pagava o pensionato e eu que me virasse para arrumar grana para os meus gastos pessoais. Eu havia brigado com meu pai alguns anos antes, quando lhe pedi um dinheiro para sair e ele disse que eu estava gastando demais. Eu mandei ele enfiar o dinheiro dele naquele lugar, bem enroladinho! Depois dessa, com que cara eu ia pedir dinheiro?
Portanto quando passei no vestibular eu calcei a cara e disse a ele: - Um lugar para morar você paga pra mim? Ele respondeu: - Casa e comida eu pago! E foi o que ele fez!
Para arrumar grana, eu pintava e enviava meus quadros para Beagá e a minha namorada os vendia na Feira da Praça da Liberdade, reduto de artistas e artesãos aos domingos pela manhã. Nos fins de semana que eu arrumava uma carona eu me mandava para Beagá para vê-la. Como eu disse no capitulo passado, eu era apaixonadinho. Cheio das bobices!
Com uns três meses nessa lida, eu notei que eu não estava nem em Beagá e nem em Uberaba. 
Os nativos não nos aceitavam. Eles nos queriam longe das filhas deles, pois sabiam que estavamos de passagem. Em alguns anos formariamos e largariamos suas filhas a ver navios. 
Eram de familias mineiras tradicionais. Minhas filhas não!
Uberaba era e ainda é, uma cidade de ruralistas criadores de gado. Sede da ABCZ, Associação Brasileira de Criadores de Zebu. A economia é ainda fundamentada na produção rural. 
Cidade de coroneis. Hoje com menos poderio, mas ainda existem. 
Nessa minha permanencia por lá, eles ainda imperavam. E a mentalidade tambem!
Os estudantes de fora (a grande maioria ) viviam praticamente num gueto. 
Só haviam dois estudantes de Beagá por lá, eu e mais um! O triangulo mineiro ficou por anos e anos isolado da capital e ligado mais a Goias e ao norte de São Paulo. Se precisavam de alguma coisa que não encontrassem na cidade, iam a SP. Nunca em Beagá! O triangulo fora ligado a Beaga havia muito pouco tempo, pela BR 262, aberta por influencia do então governador Rondon Pacheco, oriundo de Uberlandia. Até nisso eu estava isolado!
Eu estava sem lugar! 
Nessa época, eu tive um estreitamento no esôfago e não estava conseguindo engolir nem agua. 
Eu tinha feito amizade com um cara que estudava medicina, já nos últimos anos, e fui procura-lo.
Ele me disse: -Isso é de fundo emocional!
Duvidei na hora: -  Que emocional que nada! Eu estou bem de cabeça!
Olha o preconceito e a ignorância! Mas também, trinta e seis anos atrás, quem era capaz de assumir problemas emocionais? Eu não era!
Ele então me fez perguntinhas simples:
- Você mora bem? (Ele sabia onde eu dormia)
- Onde esta sua namorada?
- Você esta bem de grana?
- Você esta bem adaptado aqui?
Na hora eu vi que ele estava coberto de razão. Minha vida estava mesmo uma merda!
Ele me arrumou um ansiolítico e logo logo sarei.
Mas eu tinha que mudar essa vida! Ou eu me adapto ou vou-me embora daqui!
Mudei!
Mal sabia eu, que essa mudança me levaria a alguns dos melhores anos de minha vida

(continua no próximo capítulo)

Imagem: Entrada do Parque de Exposições de Uberaba, Minas Gerais.


sexta-feira, 27 de julho de 2012

Causos de Minas XXI - Esperteza dos minerim

O mineiro não se aperta. Quem acha que pega o mineiro desprevenido, quase sempre se dá mal. Ele, apesar de sua aparência dolente, é de raciocínio rápido e tem sempre uma resposta na ponta da língua. Quase sempre respostas de grande sabedoria.

Lá na região da cidade do Ibiá, Seu Idelfonso, criador de gado pra reprodução, tinha inúmeros touros reprodutores em sua fazenda. Alem da venda do semem, do gado de primeira linha, ele também alugava alguns touros para cobertura de vacas dos vizinhos.
Alugava por dia.
 Pra quem não esta acostumado a vida na roça, isso pode parecer estranho, mas é pratica usual. Para quem não é um grande criador, um bom reprodutor é caro e é mais interessante se alugar um touro, pois melhora a qualidade do gado e também não corre o risco de piorar a genética com a cruza repetida entre um gado da mesma linhagem.
Um belo dia o Seu Idelfonso teve que ir a Belo Horizonte com a mulher resolver umas pendengas e deixou na fazenda somente a filha Ritinha.
Nesse ínterim aparece por lá o compadre Tonho, da fazenda vizinha.
Acostumada a ver o pai negociar com os vizinhos o aluguel dos touros de raça para procriação, a Ritinha recebe o compadre e já foi logo dizendo:
- Meu pai num tá em casa, cumpadi, mais o sinhô pode tratácumigo mesmo. O sinhô qué que um dos nosso touro vá cobrí suas vaca? Dos bão, meu pai cobra 200 contos por dia.
- Não, minina Ritinha, num é isso que eu quero não. Responde o vizinho.
A moça continua:
- Nóistemos tamém um touro que tá só começano a cruzar. O pai disse que inda num sabe se ele é bão mesmo, pruque inda num nasceu nenhum novío dele, mais diz qui ele é muito bão. Desse meu pai cobra 100 conto por dia.
- Mais num é isso que eu quero não. Responde o vizinho.
- Bão, se o sinhô ta achano caro, nóis tamém temo um touro véio no pasto do fundo. Ele inda dá conta do recado, mais é muito brabo! Se o sinhô conseguí pegáêle, pode levá. Meu pai cobra só 50 conto.
- Eu não vim por isso. Explica o vizinho
- Mas o sinhô veio intão pro modo de quê? Pergunta a Ritinha
- Eu vim conversar com seu pai por causa de que seu irmão Bastião que deixou minha filha grávida!
Ao que de pronto responde a Ritinha!
- Ah, cumpadi... Intão o sinhô vai percisá esperá meu pai mesmo! Eu num sei quanto é que ele cobra pelo Bastião, não.


Menina esperta essa Ritinha!


terça-feira, 24 de julho de 2012

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Mulherzices!!!



Li isso em algum lugar e achei bastante interessante. Não é que tem um fundo de verdade nessa brincadeira? São palavras e expressões que tem um significado todo especial no universo feminino. 

Confiram:
 
Aliança: Garantia financeira.
Amante: Homem que faz tudo aquilo que o marido nunca faz.
Amor impossível: Um pretendente pobre.
Batom: Poderosa arma feminina que deixa marcas fatais.
Bolsa: Membro essencial no funcionamento do corpo feminino.
Cansaço: Vontade de ficar sozinha.
Carteira: Principal órgão masculino.
Certeza: Quase certeza.
Confiança: Ação incompatível com os homens.
Dor de cabeça: Falta de vontade.
Fracasso: Perder um homem para uma mulher mais magra.
Gravidez: Investimento a longo prazo.
Minutos: Horas. Principalmente antes de sair.
Maquiagem: Realce da beleza natural e disfarce de feiúra original.
Meia calça: Camada de acabamento das pernas.
Namorado: Desculpa usada para despistar homens indesejados.
Nunca: Por enquanto não...
Pílula: Medicamento usado no momento certo e suspenso no momento oportuno.
Problemas conjugais: Ausência de orgasmo.
Satisfação: Verbete desconhecido no dicionário feminino.
Seios: Sinônimo de maçaneta, pois também abrem muitas portas.
Talvez: Sim.
Terapia de grupo: Shopping com as amigas.
Valorização: Flores no dia seguinte.

"Cabeça de Mulher", de Pablo Picasso, um óleo sobre tela pintado em 1939 e doado à Grécia pelo próprio artista em homenagem à luta do povo grego contra os nazistas e que foi roubado em janeiro deste ano da Galeria Nacional de Arte de Atenas, na Grécia.


segunda-feira, 16 de julho de 2012

Delícias da minha Juventude VI – ano 72 – Mudança Geral

Recebi na semana passada a ligação telefonica de uma colega de faculdade me convidando para o nosso encontro de 35 anos de formados. 
Confesso que passou um filme em minha cabeça e ele foi extremamente reavivado quando recebi o convite de ingressar na pagina da turma no facebook. A ultima vez que eu tivera contato direto com eles foi em 97, nosso ultimo encontro.
Resolvi então continuar a contar as "Delicias da minha juventude" ( pra quem quiser ver ou rever o inicio da serie clique aqui ) pulando o ano de 1970 e indo direto ao ano que consegui o meu ingresso na faculdade.
Vou tentar contar algumas peripecias de meus anos de faculdade cronologicamente, embora as lembranças me venha em roldão. Certamente agora contarei com a ajuda de varios desses colegas e amigos, que me ajudarão a relembrar os fatos.
Em 70 eu prestei vestibular na federal em Belo Horizonte e não passei. Nem poderia!
Eu havia terminado o terceiro ano em 69 (durante o serviço militar, que já contei um pouco por aqui nos “Delicias” anteriores), ano em que passei sem praticamente estudar devido as circunstancias  e trabalhara durante todo o ano de 70, no inicio no mercado de capitais como operador de Letras de Cambio e no segundo semestre  se prolongando até o final de 71 ajudando um amigo de infância, que montara um sebo e precisava de alguém que o ajudasse na Livraria. Como eu adorava ler e tinha disponibilidade, alem da grande amizade que nos unia, fui uma opção natural. 
Ano fantástico esse, onde, apesar de não receber nenhum pagamento pelo serviço, que chegava a ser de dez doze horas/dia, se transformou em um dos anos de maior alegria e crescimento pessoal. O meu amigo me pagava de uma forma pitoresca. 
Se ele ia mandar fazer uma calça, por exemplo, ele me levava junto e mandava fazer uma para mim. Naquela época ainda não usávamos as calças jeans, raras por aqui, mas mandávamos fazer nossas calças em lojas modernas que faziam calças sob medida, em panos de brim, coloridos, de cós baixo (15 cm) e bocas largas. As tais “bocas de sino”, apertadas até o joelho e com bocas que cobriam os pés (Tive uma feita com pano de colchão, daqueles de capim, listrado de azul e branco, que me assombra até hoje).
Se saiamos a noite, e ele visse que eu estava de papo com alguma garota, ele discretamente vinha e colocava uma grana no meu bolso, para garantir a noite. 
Quer um trabalho melhor que esse?
Alem disso eu tinha acesso livre a qualquer livro que aparecesse na loja, e eu, como rato de livro que era, me esbaldava. Tive acesso aos mais diversos autores e, o mais importante, a toda literatura de vanguarda que pipocava na época. Li de tudo! Expandi a mente!
Neste ano de 71 tiveramos um inicio de ano, até fins de março, muito atribulado, chegando a trabalhar até 16 horas por dia na epoca de inicio de aulas, ficando por vezes até sem almoçar. 
As vendas e trocas de livros usados era tanta, que a caixa registradora enchia e não tinhamos onde por o dinheiro, colocando-o em caixas de papelão, arrumados em pacotes presos com aquelas gominhas de banco. As caixas enchiam e eram empilhadas no deposito. Sério, isso ocorria mesmo! Nunca vimos tanto dinheiro vivo em nossas vidas.  
Quando fechavamos a loja, tinhamos ainda que arrumar todo estoque e só depois, pediamos um frando assado num restaurante perto. Essa era toda nossa alimentação do dia.
Chegando o mes de julho, meu “patrão” me disse: - Vamos viajar?
E eu falei: - Pra onde?
Ele respondeu: - Tou com vontade de ir a Salvador, vamos?
E eu: Como?
Ele: - Deixa comigo, é por minha conta!
Fomos e passamos o mês inteiro por lá! Trinta dias de pura farra!
Dias memoráveis, dolce far niente, natureza e mulheres lindas, peripécias que depois em uma outra oportunidade eu conto por aqui esse meu ano 71!
Mas voltando ao vestibular, depois do que eu já disse, vocês já viram que passei praticamente dois anos sem estudar e seria muito difícil eu ser aprovado.
Como eu tinha uma base até bem razoável, eu resolvi tentar também o vestibular fora, já para o ano letivo de 73. Fiz, portanto, a inscrição para Beagá na Federal e para Uberaba, no triangulo mineiro, na Uniube, escola particular. 
Chegando lá, feito o vestibular, fiquei um pouco sem esperanças, pois fiz as provas somente com o conhecimento que eu tinha adquirido no ensino médio. O vestibular de Uberaba era completamente diferente de tudo que eu tinha estudado para as provas da Federal. 
Apostei mal, e me ferrei. Sai de lá com esse pensamento.
Sai o resultado. Não passei!!!! Nem em Beagá e nem lá!
Logo depois, me ligam de Uberaba falando que a primeira lista que saíra fora anulada e que na segunda lista o meu nome constava. Quase cai para trás! Eu fora aprovado!
Agora era largar toda minha vida por aqui, mudar-me para o interior e me adaptar a nova vida. Confesso que quase não fui. Eu tinha uma namorada já há dois anos e eu era profundamente apaixonado. (Para quem ainda não sabe, eu sempre fui dado a grandes paixões e ate hoje padeço deste mal. Eu me entrego e quase sempre me estrepo. Triste sina!)
Com ela eu desenvolvera meu lado artistico e fazia artesanato e pinturas a oleo, que vendia na Feira de Artesanato da Praça da Liberdade, onde fui um dos artistas que iniciaram o projeto. Isso mesmo! Eu era artista plastico credenciado e de carteirinha. 
Alem disso, tinha toda a minha turma de amigos, forjada desde a infância, que nos encontrávamos quase que diariamente numa das esquinas do bairro, onde fazíamos ponto. Éramos quase trinta e todas as minhas experiências de vida, até aquela época, foram adquiridas em compartilhamento com eles. Era um aprendizado de “osmose”, adquirido em trocas e convivência. Viviamos! Todos tínhamos uma criação e educação  familiar semelhante, mas a vivencia de rua, principalmente àquela época de grandes transformações sociais, fora construída na experimentação. Acerto e erro. E muita discussão e muita troca.
Agora eu teria de largar isso tudo, sair da minha zona de conforto.
Eu teria que amadurecer e crescer por outras bandas.
Fui! 

(Continua no proximo capítulo)


sexta-feira, 13 de julho de 2012

Causos de Minas XX - Largando as drogas!


As drogas estão cada dia mais se espalhando pelo interior do país e o mesmo acontece também aqui em Minas. Virou epidemia!
Um dia desses eu soube de um caso que aconteceu lá na cidade de Dores do Indaiá, em Minas Gerais, quando dois amigos adolescentes estavam fumando maconha, queimando uma beatinha,  e foram pegos pela polícia.
Na cidade grande eles são encaminhados ao Conselho Tutelar e normalmente alem da advertência recebem medidas sócio-educativas.
Como eram primários e oriundos de famílias conhecidas na cidade, os guardinhas agiram com esperteza e eles foram levados direto ao delegado.
Na apresentação ao delegado, que estava de bom-humor, ele disse: 
- Vocês parecem ser boas pessoas, de boas famílias, por isso lhes darei uma segunda chance! Ao invés de irem pro Conselho Tutelar, vocês terão que mostrar para as pessoas os terríveis males das drogas e convencê-las a largá-las! Compareçam à delegacia daqui uma semana, pois eu quero saber quantas pessoas vocês convenceram! 
Os dois moleques foram vistos durante a semana batendo perna pela cidade inteirinha.
Na semana seguinte os dois voltaram à delegacia, como combinado, e o delegado perguntou para o primeiro jovem: 
- Como foi sua semana, rapaz? 
- Bem, doutor, eu convenci 7 pessoas a pararem de consumir drogas para sempre!
- 7 pessoas? -- disse o delegado, satisfeito -- Que maravilha. O que você disse para elas? 
- Eu usei um diagrama, seu delegado. Desenhei 2 círculos como estes: 

O o

Aí apontei pro círculo maior e disse:
- Este é o seu cérebro em tamanho normal... -- e apontando pro menor -- E este é o seu cérebro depois das drogas! 
- Muito bem! -- aplaudiu o delegado
Virando-se para o outro jovem ele pergunta:
 - E você? Como foi sua semana? 
- Eu convenci 234 pessoas, seu delegado! 
- 234 pessoas? -- exclamou o delegado, pulando da cadeira - Incrível! Como você conseguiu isso? 
O segundo jovem responde:
- Utilizei um método parecido com o do meu amigo. Desenhei também 2 círculos como estes: 

o O

E continua:
- Mas aí, eu apontei para o círculo menor e disse - Este é seu fiofó antes da prisão...


É..... bem convincente o argumento do minerim, vocês não acham?!
    

segunda-feira, 9 de julho de 2012

MINAS DE MINAS !!!


"Gostaria muito de poder encontrar palavras para poder dizer do orgulho que sinto de ser mineiro. Meus pais não poderiam me dar um presente melhor. Se existir uma outra vida, quero nascer mineiro de novo. Mas tem uma coisa melhor que eu gosto mais do que ser mineiro: é namorar as mineiras.
Mineira não usa perfume, ela cheira gostoso demais.
O jeito irresistível que a mineira tem para conversar no portão, sem encarar nos olhos e mexendo com os botões da nossa camisa é que nos conquista. Essa sabedoria não se aprende em nenhuma universidade.
Joaquim da Mata, o Velho Quincas, filósofo dos cafundós de Minas, quando compara o jeito de ser de uma mineira com o de outra mulher, afirma que a "deferença" está no preparo. O "caldinho" que envolve a mineira e dá a ela este jeitinho tão gostoso foi preparado em panela de ferro num fogão à lenha.
Mineira não mente, conta lorota. Não menstrua, fica úmida. Não paquera, espia. Não fica bonita, já nasce formosa. Mineira não curte um som, ouve música. Não fala, proseia. Mineira não come estrogonofe, mas adora um picadinho de carne. Não faz crediário, compra fiado. Mineira não transa, faz amor. Não fica pelada, mostra as "vergonhas". Não erra, comete engano. Mineira não chupa cana, toma garapa na beira do engenho. Não liga pra ninguém, mas telefona pra todo mundo. Mineira não trai marido, escorrega na rua.
Mineira ama diferente. Flerta de longe, promete com o olhar e cumpre tudo o que não precisou esclarecer com palavras. Ela sabe que amor não é para discursar, é pra fazer. Ama com os olhos, com as mãos, com o sorriso, com os gestos. Mineira ama com o corpo inteiro e com toda a sofreguidão da alma.
Conheci muitos tipos de brasileiras. Faceiras, trigueiras, formosas, irresistíveis, loiras, morenas, mulatas, cafuzas, todas bonitas, mas só as mineiras têm essa brejeirice, essa paciência de construir sem pressa uma teia de aconchegos e mimos e lembranças e sorrisos, que nós das Gerais tanto apreciamos.
Existem coisas que já nascem com a mulher e muitas destas coisas estão diretamente ligadas ao lugar. Mineira faz doce como ninguém neste país. Quem já provou doce de cidra ou de leite feito por mineira, sabe o que é bom. Goiabada e marmelada, nem se fala. Queijo então é até pecado comparar.
Mineira estuda menos e ensina mais porque o que há de melhor ela já nasceu sabendo. Isso se deve à simplicidade das mineiras que se embelezam com bijuterias e ofuscam o brilho de jóias raras. Mineira se veste de chita e fica bonita, porque mineira não segue moda, ela faz a moda. Mineira não usa tênis, enfeita as alpercatas. Mineira vai à igreja, assiste missa, comunga, mas por via das dúvidas toma um passe de candomblé e joga rosas vermelhas pra Iemanjá. Assim descobre caminhos que levam à Deus. Também faz política, porque sempre sabe distinguir o certo do errado. Escondida por trás da simplicidade de toda mineira está uma guerreira pronta pra botar as unhas de fora se bolirem com ela.
Dizem mesmo nas Gerais que é a mulher quem ensina o homem a ficar rico.  Fato!
Mineira não é feminista: é feminina. Pra que lutar contra os homens, se todo o poder está mesmo em suas mãos? E elas sabem fazer um bom uso dele!
Qualquer mulher, quando casa com homem rico, vira madame.
A mineira vira esposa!"

O autor é desconhecido, mas com certeza um minerim dos bão!
E as mulheres de outros estados que me perdoem, cada uma tem seu charme, mas as mineirinhas tem um cantinho especial no meu querer.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

HOMEM É TUDO IGUAL!!!!



A cada dia que passa as coisas andam mais difíceis para o homem se relacionar com uma mulher dita “moderna”. Elas não sabem o que querem!
Elas vivem reclamando e não reparam que o homem já mudou muito. E para melhor!
O que antes nos era dito por nossas mães, -  “Você não arruma nenhuma mulher que preste porque onde você anda as mulheres que tem algo a dizer não andam” – tem que ser falado agora também para as filhas.
Mulher quer achar homem que presta na balada? Dando mole pra garotão marombado? Caçando ogro? Se for pra curtir, tirar uma ondinha, tirar uma........ Tudo bem!
Mas para se relacionar numa boa?
Depois reclamam que homem não presta, que homem é tudo igual.
A mulher de hoje tem atitudes liberais, gritam por sua independência ( e jogam na cara), exigem uma liberdade total, falam que não dependem ou precisam de homem. Exigem respeito, exigem ser compreendidas em suas atitudes.
Mas ao se relacionarem mais serio, com um homem cavalheiro, que seja amoroso, leal, que a respeite como mulher, que entenda que o relacionamento é gostoso se feito a dois, elas, logo logo,  colocam as manguinhas de fora e iniciam uma serie de exigências e elas mesmas põem tudo a perder.
Tudo que elas reivindicam para si, esquecem de dar ao parceiro.
Simplesmente entender que homem é homem e tem suas características próprias, seus desejos, suas vontades. Isso elas não aceitam!
A mulher, logo que o relacionamento fica mais serio ela quer que o homem deixe de ir ao jogo de futebol, porque domingo o dia é dela! Ela quer que ele se desloque até o fim do mundo, atravessando o transito da cidade, mesmo sabendo que só vai poder vê-la por 5 minutinhos, porque depois ela tem que ir ao salão, pintar as unhas. Quer que ele a acompanhe feliz e satisfeito, ficando sentado em uma poltrona incomoda para assistir um filme porcaria, daqueles bem melosos. É autônoma, independente, liberal, mas espera que ele pague todas as contas, e principalmente que, sempre se ofereça para fazê-lo Espera que ele não reclame de assistir novela e que até discuta com ela as peripécias de Nina e Carminha Espera que ele não se importe de passar o dia com a mãe dela, ou suas amigas, num ti ti ti sem fim e fique lá no seu canto, quietinho e sorridente como um bibelot ou troféu. Adora ganhar presentinhos, ser surpreendida sem motivo algum, mas não se interessa pelos problemas dele. (Coisa chata homem falar de trabalho!). Quer que ele perca o interesse, mesmo que momentaneamente, por todas as outras mulheres. Em suma, que vire um eunuco! Quer que ele conheça melhor a família dela, inclusive aquelas tias carolas e solteironas, distantes. Exige que ele mude sua rotina pra se adaptar mais a dela. Liga, manda mensagens, sms, etc. pelo menos a cada meia hora e espera que ele responda prontamente. Espera que ele fique com cara de bobo sempre meio que sorrindo e a olhe olhos nos olhos, sempre que está conversando com ela. Quer que ele elimine da agenda telefônica todos os nomes de mulheres que ela não conheça.  Pede que ele vá com a sogra num shopping para ajudar a escolher um sofá novo para a casa dela, sempre solicito, de cara alegre e paciente. Espera que ele prefira muito mais uma sexta-feira agarradinho, de mãos dadas no sofá, com chocolate e carinho, do que uma balada com cerveja e os amigos. Insiste para que ele vá a um chá de bebê sabado a tarde, e de cara boa! Quer que ele escute tudo o que ela tem a dizer, mesmo quando está passando um jogo de futebol na TV. Espera que ele cale a boca, quando diz que está com dor de cabeça, mesmo que ele estiver falando algo sério, principalmente coisas de grande importância para ele.
E querem que o homem, eu digo Homem, se sinta feliz e realizado.
Quando e se, por um acaso, elas conseguem adestrar algum individuo conseguindo que ele supra todas essas exigências e caprichos, certamente ela o trocará pelo primeiro safardana que lhe cair as mãos. É notória a tendência do mulherio para cair de amores por sacanas, particularmente se estes souberem levá-las com jeitinho, isto é, tiverem lábia e lábios ardilosos. Daqueles que olham de cima, arrogantes, tipo ogro. Tratarem-nas com menosprezo, tipo – "Não estou nem aí! Se não quiser tem quem quer!”.
Ah, elas se perdem de paixão!

É por essas e outras que ao receber esta musica, enviada por uma amiga querida, eu achei que ela foi feita pra mim! Me identifiquei de cara!
Escutem só:


Tou com ele e não abro!
Em questão de relacionamentos serios, tou que nem sapo!
Vou montar um ranário!


domingo, 1 de julho de 2012

Causos de Minas XIX - Ingenuidade dos minerim


O mineiro típico do interior é normalmente ingênuo, o que não necessariamente quer dizer ignorante. É que ele morando na roça, pouco acesso tem às novidades e por isso, quando apresentado a elas, é preciso que isso seja bem detalhado, bem explicadinho!
Se isso não ocorre, criam-se situações que podem ser constrangedoras:

O minerim entra no consultório médico, com a esposa e 9 crianças à tira-colo, querendo saber um jeito de não ter mais nenhum filho.
Depois de muita conversa o doutor pergunta:
- O senhor usa preservativos?
- Preservativo? Qui negócio é esse, Dotô? – pergunta o minerim.
Muito prestativo, o médico explicou pacientemente o que era, ensinou a colocar e até deu algumas camisinhas para o caipira, que saiu de lá feliz da vida.
Seis meses depois, ele volta ao consultório com as 9 crianças catarrentas a tira-colo, mais a esposa com um barrigão de grávida, reclamando:
- Seu Dotô! O seu remédio é uma porqueira! Nóis já vamotêotra criança...
- Mas o senhor usou os preservativos? perguntou o médico, preocupado.
- Craro que sim, sô dotô... Eu usava todo santo dia! De sol a sol. Só tirava pra uriná e pra namorá com a Maricotinha

Doutra feita, uma mineirinha foi visitar uma parenta em uma cidade vizinha e estava na estação ferroviária, pra pegar o trem de volta pra casa.
Ela olha para o relógio a todo instante e, pela hora, o trem já deveria ter chegado na plataforma há pelo menos meia hora.  Como todos sabem, mineiro não perde trem! Ele chega na estação bem antes da hora pra que isso não aconteça. E não acontece mesmo! 
Como havia chegado cedo e com a demora, ela já estava doida para descarregar a bexiga. Se contorce daqui, se contorce dali, cruza as pernas, se tranca, até que não agüentando mais vai ao banheiro.
Banheiro de mulher, mesmo em estação é sempre aquela fila.
Quando finalmente chega sua vez e começa a se aliviar, ouve o trem chegar.
Atrasado, mal chegou e o trem já partiu.
Quando voltou e constatou a partida do trem, se desespera:
- Oh, não! fez ela, sentando-se no chão e derramando-se em lágrimas.
Nisto o chefe da estação, solidário, aproximou-se dela:
- Ô, Dona! Por causa de que esta choradera?
- É que eu fui fazer xixi e o meu trem partiu! explicou ela chorosa.
- Uai, dona, mais a senhora já num nasceu com o trem partido não???

Essa mania de chamar tudo de trem, dá nisso!!!!!
Tem que explicar.......

Imagem: Escultura da série "Mulheres" de Lufe

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...