Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A leitura e eu.

A minha relação com a leitura vem de muito tempo. Aprendi a ler aos 4 anos quando meu irmão de seis estava sendo alfabetizado. Eu curioso ficava ali grudado prestando atenção. Aprendi a juntar as letrinhas antes dele e minha mãe pegando um jornal foi confirmar me fazendo ler as manchetes. Logo, a primeira vez que li foi sobre os ombros de meu irmão. A partir daí nunca mais parei de ler. Não tive uma orientação especifica de leitura, mas tive muito acesso a ela. Lia de tudo. Tive em mão o Tesouro da Juventude,  a coleção completa de Monteiro Lobato, as Seleções Reader’s Digest de meu avô, (morávamos em uma casa em frente, na mesma rua) os livros de Tarzan de Edgar Rice Burroughs, Charles Dickens, Agatha Christie ,  Irmãos Grimm  e outros autores, de meus tios (tenho tios mais velhos dez anos apenas). Minha infância foi assim, no meio dos livros, isso quando eu não estava sobre o telhado da casa, em cima de uma arvore, jogando futebol, bentealtas ou finca na rua. Fui um moleque feliz. Já adolescente tínhamos em casa as coleções de Machado de Assis, de Jose de Alencar,  a Enciclopédia Barsa e outros, além das Sabrinas e outras literaturas juvenis das moçoilas da época, que me caiam a mão através das minhas irmãs.  Li todos vorazmente.

 Era uma verdadeira miscelânea literária.

Ainda hoje tenho por habito ler de tudo, sem preconceitos. Acho que qualquer livro, por pior que ele seja, sempre nos traz alguma coisa de bom e pode ao menos nos aguçar o senso critico de questiona-lo.
Sempre tive muito cuidado com os livros. Não dobro paginas, não faço anotações, tendo o cuidado de sempre utilizar um marcador. Ao terminar a leitura, meus livros parecem ter saído das estantes das livrarias. Este habito talvez tenha surgido quando no final da adolescência fui ajudar um grande amigo em um sebo que ele abrira, ao deixar de trabalhar com um tio dele, dono do mais tradicional sebo de Beagá.  Ajudei-o desde o inicio, desde o pintar a loja e pregar as prateleiras, até ir com ele comprar acervos de bibliotecas particulares de casa em casa. Aprendi com ele a observar os livros pela qualidade literária, valor histórico ou ate mesmo pelo valor de revenda. Trabalhei com ele (sem salario) durante dois anos até entrar na faculdade. A remuneração era feita através das saídas a noite, viagens  e ate mesmo as noitadas com as namoradas, bancadas por ele. Mas a maior remuneração que tive foi através do acesso a qualquer livro que eu quisesse ler (daí o cuidado, pois tinha que devolve-los a livraria). E isso não tem preço!
Eu me sentia feliz como um pinto no lixo! Eu estava no Paraiso! 
Afinal eu tinha em minhas mão, livros novos e usados, de todas as áreas do conhecimento humano, de religião, filosofia, historia, romances, ficção, literatura brasileira e internacional, romances históricos, livros de historia brasileira, enfim, qualquer assunto que eu quisesse. Nesta época eu lia ate sentado em pilhas de livros no deposito da loja. Foi a época em que mais li em minha vida, pois inclusive para me tornar um livreiro de qualidade eu teria de saber do que eu estava falando. E na época, modéstia a parte, eu discorria sobre tudo que existia na loja. O tempo foi passando, novas responsabilidades foram surgindo, família, trabalho, logico que a intensidade de leitura foi diminuindo com o tempo. Mas ainda sou um leitor voraz. Não tenho o habito de carregar livros no cotidiano. Leio sempre em casa ou viagens, no transporte só em aviões. Hoje na blogsfera, passeio por um outro tipo de leitura, e também muito diversificada. Gosto muito dos blogs que falam sobre literatura, mas de forma critica, onde o blogueiro fala de suas impressões, a sua percepção do que leu e não uma simples sinopse pinçada nas orelhas dos livros. Gosto de blogueiros inteligentes, criativos, de palavra facil e que demonstram ter vivido no universo da leitura.

Esta postagem faz parte do Meme Literário proposto pela Vanessa do blog Fio de Ariadne em comemoração pelos 6 anos do blog. Parabens a ela e a todos os participantes.
Veja as outras postagens aqui 



quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Há amor em mim!


Porque após desnudados todos os desejos, o desvario,
temos a compulsão da fuga como a correnteza de um rio?
A gente se engana e não vê, que quem nos ama o faz
com o mel ou a pimenta, que o nosso tempero traz.
A capa que nos encobre, as vezes tão transparente,
desnuda a nossa alma e mostra que somos gente
Quando somos amados as vezes, não percebemos
e até nos mantemos fechados com medo de o recebermos.
E o amor é tão simples, gratuito, incondicional,
que o medo de nos expormos as vezes só nos faz mal
Porque, as vezes num átimo, o desnudar da alma
permite o ingresso, um balsamo, que traz de volta a calma
Podemos expor as fraquezas, cairmos em tentação,
satisfazer os desejos, numa enorme compulsão,
isso as vezes nos revigora, nos  alimenta e renova,
e quem sabe é a nossa essência, que sempre nos põe a prova
Sujeito a altos e baixos, o nosso self mundano
as vezes nos encaminha a tudo que é profano
Não uso mascara, eu me exponho, me dou, me gosta prover,
 acalento, apoio, estimulo, rego pra fazer crescer.
Ando na frente, cara limpa, as vezes abrindo caminho, 
eu resguardo, protejo, eu aninho.
Também sei que num relacionamento,
tem que existir o mistério, pitada de insegurança,
a eterna conquista, um fomento
e para isso,  as vezes é preciso abalar a confiança,
mostrar-se esquivo, distante, apenas por um momento.
Eu sei fazer isso.... porem não é mais minha vida,
hoje maduro, por certo, não quero saber dessa lida
. Eu não quero viver mentiras, frescuras, firulas e engodo.
Eu não quero fugir do que sou, de meus princípios, sem jogo.
Sei que o desejo quase sempre, busca o inalcançável,
o que nos provoca, nos instiga e também nos desafia.
Não quero ser mais o mistério, nem talvez o indecifrável,
me tornei um livro aberto, de muito fácil leitura .
Eu nasci para me dar, me gosto assim “in natura”
Desde que eu me sinta inteiro, bem amado, mui querido,
busco meu papel,  meu lugar, me conheço, conferido.
 Não pretendo ser metade , tento sempre ser certeiro
pra preservar a minha lucidez, continuo a ser inteiro
Cultivo, cevo, alimento, o amor que existe em mim,
buscando sempre ser dois e nunca uma simples mistura,
para que eu continue inteiro, vivendo na minha loucura.

Esta postagem faz parte da Blogagem Coletiva de comemoração do aniversário de tres anos do Blog "Um pouco de mim" da Elaine Gaspareto. 
Parabens a ela e que continue sempre nos brindando com as suas peripécias neste mundo das blogagens!   
Veja todas as postagens aqui


domingo, 25 de setembro de 2011

O sotaque das mineiras (repostagem)

 

Quando eu procurava alguma coisa para gravar devido a postagem anterior, me lembrei dessa postagem feita ainda no inicio da inauguração do “Buteco” em 1 de maio de 2010.


Eu adoro este vídeo! O falar das mineiras é simplesmente apaixonante! 

Esse garoto sintetiza o nosso falar bem característico. Eu acho delicioso! 

Esta fala é uma adaptação do texto: "Sotaque mineiro: é ilegal, imoral ou engorda?" de Felipe Peixoto Braga Netto e é  interpretada por Thiago Godoy.


Vale a pena gastar um pouquinho do seu tempo para ver.

Será que só eu e esse garoto achamos este falar uma delicia?

Me dê a sua impressão?



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

De viva voz

Outro dia a Luna, do Palavras....apenas momentos, me fez um desafio de colocar minha voz em um texto e publica-lo por aqui.
Eu pedi que ela me ensinasse a gravar e após a gravação, ainda tem um monte de presepada pra poder publicar.  Ela, com sua gentileza peculiar, o fêz.

Busquei diversos textos e temas, meus e de outras pessoas, mas de nenhum eu gostei do resultado. Comecei a ficar meio encucado. O que fazer?

Como vocês já sabem que sou meio atrevido, resolvi aceitar e ao mesmo tempo dar um presente à autora do desafio. Espero que ela goste.
Este texto é dessa gaúchinha Luna Sanchez em “Notas de uma Garota Cruel
Luna tem observações e comentários muito certeiros sobre comportamentos humanos que beiram a genialidade. Beiram não, são geniais mesmo.
Ela se utiliza de sua enorme capacidade de observação, de absorção dos fatos, da percepção num estalo, de seu sarcasmo, ironia, sensualidade, bom humor, molecagem, inteligência e criatividade apuradas, além de estar sempre antenada a tudo que a rodeia. 
Tudo isso em doses certas. Nada ali distoa.  Ela tem esse cuidado. 
Como ela mesma se descreve, ela tem uma relação de amor com as palavras, com elas ela se veste, elas são o seu hobby. Hobby este, feito de palavras que tem o suave e sensual toque de seda pura.
Confira aqui o resultado:



Que eu tenho um caso de amor cheio de taras e fetiches com as palavras não é novidade alguma. Gosto das letras que se agrupam para fazer sentido (não o gesto), acho bonito pensar em uma palavra e os dedos encostarem nas teclinhas (ou o lápis deslizar sobre o papel) e elas aparecerem juntinhas, como se dessem as mãos. Sim, letras tem mãos. E corações. Eu avisei que tenho tara, não avisei?”


(Luna Sanchez)

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

The Ross Sisters

Os grandes artistas americanos sempre me encantaram com a sua performance.

Eram artistas completos. Dançavam, cantavam e atuavam divinamente.

Artistas como Sammy Davis Jr, Fred Astaire, Ginger Rogers, Bing Crosby,  Gene Kelly e tantos outros, marcaram uma época que deixou lembranças.

Passeando pela Net, garimpei este vídeo de artistas que provavelmente passaram desapercebidos do publico brasileiro, mas tiveram seus grandes momentos em Hollywood e na Broadway

O vídeo nos mostra estas moças fantásticas que foram bastante famosas na sua época.

Elas reafirmam essa minha admiração por estes artistas que foram, e ainda são, extremamente diferenciados.

Este é um vídeo de 1944 que foi recuperado, digitalizado e colorido.

Nesta clássica coreografia do filme “Broadway Rhythm”, as "The Ross Sisters", Aggie, Maggie e Elmira, cantam e movimentam-se de uma forma que não parece ser humanamente possível.

Nos primeiros 45 segundos elas cantam divinamente, mas o que vem a seguir é impressionante.

Ah, e ainda são belissimas!

Vale a pena conferir.













quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Crise na escola


Os professores de Minas já se encontram em  greve num período de quase 90 dias  e para repor as aulas perdidas neste ano já não dá mais. Certamente todos os alunos do ensino médio da rede estadual repetirão o ano ou irão passar compulsoriamente, o que dará na mesma, perderão o ano! Como o ensino público já não é lá grandes coisas, com esta falta de aulas contínua, este fato se caracteriza como uma catastrofe.
Situação bastante complicada, onde os professores estão certos em sua reivindicação na busca de melhores salarios, mas em contra partida os alunos e familias estão sendo os maiores prejudicados neste impasse. 
Já esta mais que claro a todos que o nosso governo não prioriza a educação e esta prioridade começa com um salário digno aos profissionais do ensino de 1º grau. Embora esta greve aqui em Minas tenha características evidentes de uma greve política, o impasse foi criado por ambas as partes terem razão. O governo cumpre a lei e os professores querem mais e como sempre o maior prejudicado é o povo, que depende dos dois para que as escolas funcionem. 
O interessante é que nas escolas publicas onde há um maior envolvimento e participação, tanto das famílias e das comunidades quanto dos professores, as aulas continuam e os professores não aderiram à greve. É um caso a se pensar.
Tanto os professores como o governo prestam um desserviço à população por criarem este impasse numa área vital ao desenvolvimento destes jovens.
Outra coisa que eu acho bem interessante é o fato desta categoria ser representada por sindicatos atuantes, todos eles ligados ao partido que detem o poder e tem maioria no legislativo. Não se vê nenhuma mobilização destes sindicatos, em nivel nacional, para traçar uma nova diretriz de ensino e um plano de carreira para a categoria. Não se vê nenhum planejamento ou politica a longo prazo. E eles estão no poder a 9 anos. Se houvesse algum interesse em se formar novas gerações educadas, de cabeças pensantes, capazes de desenvolverem um racicinio proprio e questionadora dos fatos, eles ja teriam tomado providencias, vocês não acham?  E ja não adianta culpar os governos anteriores. 
Já é o terceiro mandato no cargo mais alto da nação, com maioria no congresso e todos o s ministros nomeados por eles e ainda nem se fala nisso!

Como a gente sempre da um jeito de fazer humor com coisa séria e o ENEM apresentou um resultado prá lá de insatisfatório, resolvi postar algumas coisas que recebi, sobre conhecimentos gerais,  que poderão ajudar algum candidato:


LEIS DA CIÊNCIA MODERNA

- Se mexer, pertence à Biologia.
- Se feder, pertence à Química.
- Se não funciona, pertence à Física.
- Se ninguém entende, é Matemática.
- Se não faz sentido, é Economia ou Psicologia.
- Se mexer, feder, não funcionar, ninguém entender e não fizer sentido é Informática.

LEI DA PROCURA INDIRETA


- O modo mais rápido de se encontrar uma coisa é procurar outra.
- Você sempre encontra aquilo que não está procurando.

LEI DA TELEFONIA

- Quando te ligam: se você tem caneta, não tem papel. Se tiver papel, não tem caneta. Se tiver ambos, ninguém liga..
- Quando você liga para números errados de telefone, eles nunca  estão ocupados.
- Parágrafo único: Todo corpo mergulhado numa banheira ou debaixo do chuveiro faz tocar o telefone.

LEI DAS UNIDADES DE MEDIDA

- Se estiver escrito 'Tamanho Único', é porque não serve em ninguém, muito menos em você...

LEI DA GRAVIDADE

- Se você consegue manter a cabeça enquanto à sua volta todos a estão perdendo, provavelmente você não está entendendo a gravidade da situação.

LEI DOS CURSOS, PROVAS E AFINS

- 80% da prova final será baseada na única aula a que você não compareceu e no único livro que você não leu.

LEI DA QUEDA LIVRE

- Qualquer esforço para se agarrar um objeto em queda, provoca mais destruição do que se o deixássemos cair naturalmente.
- A probabilidade de o pão cair com o lado da manteiga virado para baixo é proporcional ao valor do carpete.

LEI DAS FILAS E DOS ENGARRAFAMENTOS

- A fila do lado sempre anda mais rápido.
- Parágrafo único: Não adianta mudar de fila. A outra é sempre mais rápida.

LEI DA RELATIVIDADE DOCUMENTADA

- Nada é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação do manual.

LEI DO ESPARADRAPO

- Existem dois tipos de esparadrapo: o que não gruda e o que não sai.

LEI DA VIDA

- Uma pessoa saudável é aquela que não foi suficientemente examinada.
- Tudo que é bom na vida é ilegal, imoral, engorda ou engravida.

LEI DA ATRAÇÃO DE PARTÍCULAS

- Toda partícula que voa sempre encontra um olho aberto.

COISAS QUE NATURALMENTE SE ATRAEM

Mãos e seios
Olhos e bunda
Nariz e dedo
Pobre e funk
Mulher e vitrines
Homem e cerveja
Queijo e goiabada
Chifre e dupla sertaneja
Carro de bêbado e poste
Tampa de caneta e orelha
Moeda e carteira de pobre
Tornozelo e pedal de bicicleta
Jato de xixi e tampa de vaso
Leite fervendo e fogão limpinho
Político e dinheiro público
Dedinho do pé e ponta de móveis
Camisa branca e molho de tomate
Tampa de creme dental e ralo de pia
Café preto e toalha branca na mesa
Dezembro na Globo e Roberto Carlos
Show do KLB e controle remoto (para mudar de canal)
Chuva e carro trancado com a chave dentro
Dor de barriga e final de rolo de papel higiênico
Bebedeira e mulher feia
Mau humor e segunda-feira.

Piada recebida por e-mail
Imagem do google

domingo, 11 de setembro de 2011

Frases Incontestáveis



"Incomodam-me as pessoas que não dão a cara."
 (Anônimo)

"Vamos por partes"
 (Jack "O Estripador")

"A minha esposa tem um bom físico."
(Albert Einstein)

"Eu comecei roendo as unhas."
(Venus de Milo)

"Nunca pude estudar Direito."
 (O Corcunda de Notre Dame)

"Ser cego não é nada, pior seria ser negro."
(Stevie Wonder)

"Sempre quis ser o primeiro."
(João Paulo II)

"Este caso deixou-me um sabor amargo na boca."
(Monica Lewinski)

"Hás-de pagar-me."
(Fundo Monetario Internacional)

"Não ao derramamento de sangue!!!"
(Tampax)

"O automóvel nunca substituirá o cavalo."
(A égua)

"Gostava muito de jogar junto a linha branca."
 (Diego A. Maradona)

"Tenho um nó na garganta."
(Tiradentes)

"Estou feito em pedaços."
(Frankenstein)

"Gosto da humanidade."
(Um canibal)

"Basta de humor negro!"
(Ku Klux Klan)

"A minha noiva é uma cadela!"
 (Pluto)

"Levantarei os caídos e oprimirei os grandes!"
 (O soutien)

"És a única mulher da minha vida!"
(Adão)

“A humanidade é plurisexual”
(Grupo GLBTT)


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Lançamento do livro de contos 'VIDA"


Quando a Elaine Gaspareto, do “Um pouco de mim” lançou um concurso de contos, o “Contos Vida”, achei uma iniciativa interessante, mas nem de longe pensei em participar.
Eu nunca havia escrito nenhum conto, crônica ou nada parecido.
Eu participara anteriormente de uma outra iniciativa dela, “O melhor de mim”, onde ela pedia que falássemos sobre nós, na primeira pessoa. Projeto também muito difícil, pois ao falarmos da gente, tentamos “dourar a pílula” o que nem sempre soa bem.
Escrevi um texto em forma de poema (também nunca escrevera algum) e no ultimo dia enviei a ela. Também concurso de votação popular entre os blogueiros. Fiquei em segundo lugar! Meu ego foi às alturas.
Mas escrever um conto? Era muita pretensão!
Dei tratos a bola e comecei a tentar escrever alguma coisa. Deu um branco!
Durante toda a minha vida escrevi sobre assuntos técnicos, nunca me aventurara a escrever sobre “vida”. Eu comecei a “brincar” com outros temas ao iniciar este blog, local de lazer e interação com outros blogueiros. Aqui eu me divirto sem maiores compromissos!
Mas para participar deste concurso, onde alem da avaliação de uma banca ele teria tambem a critica e votação dos leitores, a responsabilidade pesa, e eu teria que achar  um tema que fosse interessante e pudesse motivar o leitor a chegar pelo menos ao final do texto.
Depois de muita luta, e muito “del” utilizado no teclado, consegui concluir o “Namoradeira”, que enviei por puro atrevimento (É, nessas horas eu sou meio atrevido).
Não é que fui classificado? E mais, os contos classificados seriam publicados em um livro, especialmente editado para a ocasião.
Quando a Elaine anunciou esta publicação, eu confesso que não acreditei na sua viabilidade. Achei um projeto muito visionário e pretencioso. Mas Elaine é danada, quando encasqueta com uma coisa ela consegue. 
Através de uma parceria com a DIGITEXTO que realizou um trabalho primoroso, não é que ela conseguiu levar a cabo o que tinha proposto? 
Rendo aqui minha sincera homenagem a ela! Ela merece.
Agradeço à Digitexto pelo cuidado e pela qualidade do trabalho. O livro ficou lindo!
Parabenizo também a todos que enviaram seus contos, fazendo desta iniciativa um grande sucesso.  Ajude-nos a divulgar e com certeza outros projetos virão!
O livro terá o seu lançamento oficial no dia 15 de setembro de 2010 e é motivo de orgulho para todos os participantes.
Para saber mais sobre o lançamento ou se tiver interesse em adquiri-lo, clique aqui, onde terá todas as informações.
Aproveite a promoção de pré-lançamento. Vale a pena!


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Preconceito?

Preconceito é a idéia.
Discriminação é a idéia colocada em "prática".
Um exemplo: em algum momento você pode não gostar de uma pessoa com determinada característica, feia ou bonita, bizarra ou estigmatizada, esse é um preconceito.
A partir do momento que você passa a insultá-los ou qualquer outro tipo de atitude pejorativa, é a discriminação.
Preconceito - uma indisposição, um julgamento prévio negativo que se faz de pessoas estigmatizadas por estereótipos";
Estereótipo - "atributos dirigidos a pessoas e grupos, formando um julgamento a priori, um carimbo. Uma vez ‘carimbados’ os membros de determinado grupo como possuidores deste ou daquele ‘atributo’, as pessoas deixaram de avaliar os membros desses grupos pelas suas reais qualidades e passam a julgá-las pelo carimbo";
Discriminação – "é o nome que se dá para a conduta (ação ou omissão) que viola direitos das pessoas com base em critérios injustificados e injustos, tais como: a raça, o sexo, a idade, a opção religiosa e outros".

Nestes dias de hoje, a gente tem que saber distinguir muito bem estes conceitos para não fazer julgamentos errados.
Vejam esse caso:

Duas amigas se encontraram num ponto de ônibus :
- E aí, Creuza, porque tu num foi no pagodi onti ?
- Pagodi ? Qui pagodi qui nada, Craudete ! Ônti eu saí cum branco di fechá o cumercio...
- Tu saiu cum branco ? Branco mermo ?
- Tô falando, muié! O nome dele é Célio. O cara tá amarradão na minha figura.
- Me conta isso direito, Creuza ! Cumo foi qui tu arranjô essa pérula ?
-Tudo muito simpres, Craudete. Eu ia passando pela rua, ele se agradou da minha pessoa, puxô cunversa, eu me agradei da pessoa dele e marcamo pra saí dinoite.
- E onde foi que tu se incontrô com ele ?
- Sincontrei ? Tu tá doida ? Sincontrei qui nada, o Célio foi me buscá em casa, que ele é umhomi muito do fino ! Hora marcada ! E veio me buscá de carro, minha nega ! Eu não deixei por menos e me enfeitei toda, bem gostosa naquela sainha roxa e com o meu corpetinho verde. Subi naquele tamancão vermeio, chique no urtimo, e tasquei aqueles brinco pratiado que tu me deu !
- Creuza, tu divia tá um arrazo ! Aí cês foram fazê um lanche ?
- E tu acha qui o Célio é homi di fazê lanche ? Fomo num belo dum restaurante da Zona Sul. Cumi camarão, Craudete ! Camarão!!!!
- Tô toda arripiada ! Mas e depois, Creuza ? Me conta!!!!!
- Depois nós fumo dançá numa buati de crasse. Tiramo aquele sarro ! Tomei até uísqui 12 ano, imagina! Me esbardei !
- Qui inveja qui eu tô, muié ! Minha Nossa Sora Parecida ! Depois oceis foram pro motel, é craro !
- Craro qui não ! Num fala bestera, Craudete ! É craro qui nós fumo pru apartamento dele ! Qui apê, mulé ! Um luxo só ! Sabe daqueles sofá que afunda quando agente senta? Pois é !
- Deus seja louvado ! E aí, Creuza ? Já tô ficando toda impipocada!
- Bom, aí nós cumeçamo a namorá. Beijo pra lá, beijo pra cá. Fomo tirando as rôpa..     E aí ele pediu preu pegá o pênis dele !
- Péraí, Creuza ! Pênis ? Qui diabo é isso ?
- Pô, Craudete, como tu és inguinorante mermo, vige! É o mesmo qui "caraio", só que é mais branquinho, mais molinho e mais menor !!

E ai, minha gente, este é um caso de preconceito, de estereótipo, de discriminação ou simplesmente de constatação de fato?
Tenham a palavra.......



sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Papos de Buteco 56 - Degustação de vinho


O vinho possui uma longa história que remonta pelo menos a aproximadamente 6 000 a.C., pensando-se que tenha tido origem nos atuais territórios da Geórgia ou do Irã.
Nesse inverno, preparei uma surpresa para minha freguesia. Convidei um Sommelier, sujeito fino, elegante, profundo estudioso e conhecedor dos vinhos de todas as partes do mundo.
Os Sommeliers são seres mágicos e fantásticos. A sociedade não poderia viver sem eles. 
Alguns até dizem que a degustação de vinhos deveria fazer parte da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Afinal de contas, todos deveriam conhecer um pouco desta técnica que é a degustação, para poder aproveitar o vinho em toda sua plenitude.
Afinal, distinguir entre um Cabernet-Sauvingnon safra 2006 e um Merlot safra 2007 é de um profundo interesse nacional. 
Preparei toda a logística com perfeição, seguindo suas orientações, colocando a disposição a agua mineiral natural e gasosa, os pães italianos e os cinco tipos distintos de vinhos: os vinhos tintos, os brancos, os rosés, os espumantes, e os vinhos fortificados. 
Em Portugal existe um tipo de vinho específico, o vinho verde, que pode ser tinto ou branco, mas devido à sua acentuada acidez pode ser considerado como uma categoria à parte.
Ele, com toda sua classe, num blaser e mocassins italianos, calça de flanela e lenço de seda no pescoço, começou sua explanação:
“- A degustação é o ato de examinar e avaliar o vinho. Eles podem ser classificados segundo o efeito que causam nas papilas gustativas. A doçura é determinada pela quantidade de açúcar residual do vinho após a fermentação.
É possível identificar sabores e aromas individuais graças ao complexo mix de moléculas que a uva e seu suco podem conter. A degustação pode identificar as características de uma uva específica como também os sabores que resultaram da fabricação e maturação do vinho, seja intencional ou não.
 Os mais típicos elementos de sabor que são intencionalmente introduzidos no vinho são aqueles presentes nos barris de carvalho: chocolate, baunilha, café, além de mato ou couro. Outras variedades de minerais também são absorvidas pelo vinho.
O vinho deve ser degustado no copo ou cálice específico colocando-se apenas uma quantidade suficiente para dois ou três goles. Uma vez aprovado ele pode ser servido até atingir o máximo de 1/3 da altura do copo. Esse procedimento faz com que os aromas se concentrem dentro do copo além de permitir apreciar as cores do vinho em todas as suas tonalidades........”

Nesse dia, eu chegou por aqui de surpresa, o Tio Tonho, mineirão da gema, daqueles de botina gomeira e calça pega frango.
Visita da família, eu não podia fazer desfeita.  
Tava ele lá no salão, com os olhinhos pregados naquela figura estranha, roupa afrescalhada, de falar afetado, nariz empinado e trejeitos estranhos.

O Sommelier termina a breve explanação e com toda tecnica desenvolvida, abre algumas garrafas, começa servir o vinho nas taças apropriadas e as entrega aos presentes para iniciar a cerimônia da degustação classica, que  é dividida em três fases: análise visual, análise olfativa e análise gustativa, nesta ordem obrigatoriamente.
Tio Tonho, é claro, pegou a sua. Só de olho no individuo......
Todos iniciaram a degustação seguindo à risca as instruções passadas pelo expert.
- Hummm...
- Hummm...
- Hummm...

E de repente:

- Eca!!!
- Eca?! Quem falou Eca? - disse o Sommelier!
- Fui eu, sô! O sinhô num acha que êsse vinho tá com um gostim estranho?
- Que é isso?! Ele lembra frutas secas adamascadas, com leve toque de trufas brancas, revelando um retrogosto persistente, mas sutil, que enevoa as papilas de lembranças tropicais atávicas...
- Potaqueopareu sô! E o sinhô cherô isso tudo aí no copo?!
- Claro! Sou um Sommelier laureado. E o senhor?
- Cebesta, eu não! Sou isso não sinhô!! Mas que isso aqui tá me cherano iguarzinho à minha egüinha Gertrudes adespois da chuva, lá isso tá!
- Ai, que heresia! Valei-me São Mouton Rothschild!
- O sinhô me descurpe, mas eu vi o sinhô sacudindo o copo e enfiando o narigão lá dentro. O sinhô tá gripado, é?
- Não, meu amigo, são técnicas internacionais de degustação entende? Caso queira, posso ser seu mestre na arte enológica. O senhor aprenderá como  segurar a garrafa, sacar a rolha, escolher a taça, deitar o vinho e, então...
- E intão moiá o biscoito, né? Tô fora, seu frutinha adamascada!
- O querido não entendeu. O que eu quero é introduzi-lo no...
- Mais num vai introduzi mais é nunca!  Desafasta, coisa ruim!
- Calma! O senhor precisa conhecer nossa forma de degustação. Hoje, por exemplo, vamos apreciar uns franceses jovens...
- Hã-hã... Eu sabia que tinha francês nessa história lazarenta...
- O senhor poderia começar com um Beaujolais!
- Num beijo lê, nem beijo lá! Eu sô é home, seu safardana!
- Então, que tal um mais encorpado?
- Óia lá, ocê tá brincano com fogo...
- Ou, então, um suave fresco!
- Seu moço, tome tento, que a minha mão já tá coçano de vontade de meter um tabefe nessa sua cara desavergonhada!
- Já sei: iniciemos com um brut, curto e duro. O senhor vai gostar!
- Num vô não, seu fio de um cão! Mas num vô, messs! Num é questão de tamanho e firmeza, não, seu fióte de brabuleta. Meu negócio é outro, qui inté rima com brabuleta...
- Então, vejamos, que tal um aveludado e escorregadio?
- E que tar a mão nos pédovido, hein, seu fióte de Belzebu?
- Pra que esse nervosismo todo? Já sei, o senhor prefere um duro e macio, acertei?
- Eu é qui vô acertá um tapão nas suas venta, cão sarnento! Engulidô de rôia!
- Mole e redondo, com bouquet forte?
- Agora, ocê pulô o corguim! E é um... e é dois... e é treis! Num corre, não, seu fidazunha!  Vorta aqui que eu te arrebento todo, sua bicha fedorenta.

E lá se foi toda a sofisticação que eu tinha preparado para aquela noite!
Mas tambem, botar o Tio Tonho pra degustar vinhos, só podia dar nisso!

Este dialogo entre O MINERIM E O DEGUSTADOR DE VINHO é erroneamente atribuído a Luiz Fernando Verissimo, sendo que é texto de autoria desconhecida
Imagem daqui: http://2.bp.blogspot.com

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