Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Essa mãe é minha!

Toda família tem seu doido, a minha tem, e isso um dia foi de grande utilidade.
Lembro da morte da minha bisavó como se fosse hoje, ela morava sozinha numa casinha estilo bem romântico, e atrás, num barracão morava um sobrinho dela. Todos os domingos ela “abria os salões” para receber visitas de seus descendentes. Todos davam uma passada por lá. Ela servia um cafezinho e bolo de fubá para todos, todos os domingos sem falta. Esta era a tradição. Morreu aos 99 anos e 11 meses. Isso mesmo! Festão preparado. Gente se imperequetando para vir de longe para a festa de 100 anos. Com a morte ocorrendo tão próximo ao evento, os convidados foram os mesmos. Até a missa de aniversário, que seria comandada pelo Bispo da Diocese Dom Serafim, foi celebrada, só mudou o palavrório. O Velório foi em sua própria sala e em homenagem a ela foi servido o mesmo menu. Velório bastante concorrido, todos estavam lá. Em um canto da sala estava triste, cabisbaixo, um de seus filhos. Homem de 1.90m, forte, bem apessoado, mas deficiente mental. O que ele tinha nunca foi diagnosticado. Se não se conversasse com ele a sua deficiência passava despercebida. Se chamava Zé Rocha. Convivi muito com ele. Era como um menino, dócil, contador de casos, tinha uma imaginação fantástica, pura fantasia. Nós meninos, adorávamos. Terminado o velório, segue o féretro para o cemitério do Bom Fim, à saída fica impressa em minha mente uma imagem, que até hoje, anos depois, me emociona.. O jardineiro de minha bisavó, velhinho de seus 80 anos, pequenino, frágil, permanece postado em seu jardim e à passagem do caixão levanta suavemente a mão e acena. Permanece acenando até o cotejo virar a esquina, lá longe. Foi uma demonstração de respeito, afeto e carinho, gesto de singela delicadeza em toda sua simplicidade. Seguimos para o cemitério e após todas as homenagens prestadas, rezas e flores, inicia-se o sepultamento. Baixado o caixão o coveiro começa a jogar displicentemente as pás de terra. Ainda estamos muito atrasados. Até hoje em Belo Horizonte não existe elevador para enterro. Igual aqueles de americano, sabe? De repente escuta-se: Brruumm, Brruummm, era o som surdo da terra batendo com força na tampa do caixão. Todos que estavam ali ficaram constrangidos, incomodados com aquela cena deprimente.
No mesmo instante ouve-se aquele vozeirão, era o Zé:
- Ei, toma cuidado aí. Você não esta enterrando a sua mãe, essa ai é a minha.!
Tem ou não tem de ter um doido na família?
E o coveiro continuou o serviço pianinho, pianinho....

Oncotô, poncovô?

Esse negócio de blog é uma coisa do capeta. A gente o cria despretensiosamente, como uma brincadeira, e começa a postar. Moleza. Algum tempo depois, começa o dilema. Vou falar do que no meu blog? Tem anos que não escrevo nada! Posso falar, nesse cantinho, de qualquer assunto, mas só não quero falar em política. Não estou falando dessa política que fazemos ao viver o dia a dia da nossa vida. Política de relacionamento, política de conservar o planeta, política de amor ao próximo, etc, etc, etc. A que eu não quero falar dela, é essa que vem de Brasília onde mora aquele analfaboquirroto e sua terrorista predileta, como diz o Manso. Essa me irrita demais e eu não vou fazer um blog pra ficar irritado! Podia, como meu xará o Veríssimo, falar de minhas analises e meus analistas. Mas nem análise eu fiz. A última que eu me lembro foi de sangue e estava tudo nos conformes. Ah! Fiz uma de fezes também. A última pessoa que me analisou foi uma gostosona que desfilava em meu passeio (pros outros é calçada) e ao me ver boquiaberto, babando, deu aquela olhada de cima em baixo, me analisando, e disse: -Você não se manca, seu velho sem vergonha! O que sei eu de Freud, Jung ou Lacan? Esses caras até que podiam vir ao meu buteco, conheço muita gente que ia ter altos papos com ele. Tem um amigo meu que já tem vinte anos que conversa com o Seu Freud. Podia falar também de administração ou de marketing, sobre realitys, séries de TV, comportamento, economia, mas pra falar disso já tem o Ricco, que o faz com toda credibilidade e competência no Artigolandia. .Fazer protesto, puxar umas orelhas, buscando a reflexão de forma bem delicada mas contundente, a Lu o faz de maneira sublime no seu recém-nascido blog,”Alguém tem que falar”. Tem uma outra blogueira que eu adoro, mas ela é coisa de doido, até agora busco entender a cabeça dessa criatura, ela tem hora que parece estar variando, mas só parece, e posta com bastante inteligência e humor. É o blog da Born. Só falei isso, pois embora não a conheça pessoalmente sei que ela dará boas risadas la de Sant harém. Outro dia ela me convidou para um jantar chic, à francesa, mas não me deu nem o endereço, nem mandou a passagem. Não tou falando que é coisa de gente doida? Mas retornando ao assunto, tirando textos dos outros, que continuarei a postar, umas piadinhas sem vergonhas que recebo e as mineirices, pra louvar minha terrinha, só se acontecer outra catástrofe aqui em casa, pra que eu tenha algum assunto. Toc, Toc, Toc, bati na madeira três vezes pra afastar as desgraças. Então, eu vou falar de quê? Como diz a mineirada por aqui, oncotô, proncovô (onde que eu estou, pra onde que eu vou)? Alguém sabe? Acho que vou dar uma de Forrest Gump e começar a falar sobre as coisas que vi na minha vida. Afinal, só dos meus anos sessenta tem assunto a dar com o pau. Mas vou fazê-lo do jeito que eu me lembro das coisas, sem nenhum comprometimento em relatar com fidelidade os fatos históricos.
Afinal eu vi nascer a minissaia, por causa dela nasceu a pílula e por causa dela nasceu o feminismo e por causa dele......Eu vi no telejornal da TV Itacolomi o Gagarin subir aos céus e anos depois assisti ao vivo pela TV o Neil Armstrong (um grade passo para o homem....) pisar na lua e a Elis cantar pra defende-la. Nossa, os fatos vem de fileira, brotam.... Como aquela fala do Guimarães que eu postei lá atrás, preciso aprender a driblar a astúcia que tem certas coisas passadas, de fazer balancê, de se remexerem dos lugares, e tentar ordená-las pra contar pra vocês. Se vocês quiserem vou fazer isso.....Se não quiserem, vou contar  também!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Mineira é assim


Achei interessante esse texto de Domingos Leoni, pra descrever um pouquinho da gostosura da mineiras.


O "caldinho" que envolve a mineira e dá a ela este jeitinho tão gostoso foi preparado em panela de ferro num fogão à lenha!
Mineira não mente, conta lorota. Não paquera, espia. Não fica bonita, já nasce formosa. Mineira não usa perfume e cheira gostoso demais (sô). Mineira não curte um som, ouve música. Não fala, proseia. Mineira não come estrogonofe, mas adora um picadinho. Não faz crediário, compra fiado. Não fica pelada, mostra as "vergonhas". Não erra, comete engano. Não liga pra ninguém, mas telefona pra todo mundo. Mineira ama diferente. Flerta de longe, promete com o olhar e cumpre tudo o que nos fez sonhar. Ela sabe que amor não é pra discursar, é pra fazer. Ama com os olhos, com as mãos, com o sorriso, com os gestos.
Conheci muitos tipos de brasileiras. Faceiras, trigueiras, formosas, poderosas, turbinadas,loiras, morenas, mulatas, bonitas, mas lhes falta essa brejeirice das mineiras, essa paciência de tecer sem pressa uma teia de aconchegos e mimos, de lembranças e sorrisos, que nós das gerais tanto apreciamos. Existem coisas que já nascem com a mulher e muitas destas coisas estão diretamente ligadas ao lugar. Mineira faz doce como ninguém neste país. Quem já provou doce de cidra ou de leite feito por mineira, sabe o que é bom. Goiabada e marmelada, então, nem se fala. Mineira ensina mais porque, o que há de importante, ela já nasceu sabendo. Mineiras se embelezam com bijuterias e ofuscam o brilho de jóias raras. Vestem-se de chita e ficam bonitas, porque mineira não segue moda: faz moda. Mineira não usa tênis, enfeita as alpercatas. Mineira vai à igreja, assiste missa, comunga, mas por via das dúvidas toma um passe no centro espírita e joga rosas vermelhas pra Iemanjá no córgo de frente à horta. Sabe que são misteriosos os caminhos que levam às graças de Deus.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Cê cridita in Deus?

Interior de Minas Gerais... a mulher grávida de oito meses na porta da cozinha, olhava o tempo e procurava um jeito de começar uma prosa com o marido, que descansava numa rede:
- Ô bem... cê cridita im Deus?
- Ora si criditu.... craro!
- Intão, si é da vontade de Deus, nesse crima seco danado e Ele queresse fazê chuvê dirrepente, chuvia?
- Uai, muié, si é da vontade de Deus, chuvia na merma hora....
- Si é da vontade de Deus, o dia pudia virá noiti num minutim?
- Ora, si é da vontade de Deus, virava sim....pruque não?
- Si é da vontade de Deus, seno nóis dois branquelo azedo desse jeito, nosso fio pudia nascê pritim ... quasi azurzin?
- Uai, sô... Si fosse da vontade de Deus nosso fio nascê pritim, nascia... mais qui ocê ia tomá uma surra de virá os zóio, arriá no chão e inté mijá pelas perna abaixo, cê.....ia,
aaaaaah! si ia!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Mais "causos"de meu pai.

Meu pai voltou da cirurgia bastante agitado, promovendo o maior rebu no CTI. Fomos chamados, na área de espera, para enviar alguém que lhe fizesse companhia e conseqüentemente o acalmasse. Uma de minhas irmãs foi escalada de acompanhante aquele resto de noite. Fui substituí-la pela manha.
 – E ai como foi a noite? Ela abre o amplo sorriso e diz: - Foi ótimo, tivemos função a noite inteira! O velho passou a noite inteirinha em delírios e tendo as mais variadas visões, disse ela. E tome causos.
Noite alta, minha irmã esta sentada ao lado da cama no interior do box no CTI. A sua frente do outro lado do corredor senta-se um enfermeiro alto, corpulento, em posição bem frontal. Meu pai a certo momento fica agitado e começa a sacudir a grade da cama. Minha irmã pergunta: - que foi, pai? – Me ajuda a abrir esta porta minha fia. – Que porta, pai? Você esta no hospital, não se lembra? – Me ajuda a abrir, fia! Eu quero descer deste automóvel! – Que isso pai? Que automóvel? – Esse aqui. Vamos logo. Aquele homi ali quer a minha vaga.!
Já pensando que ele ta falando em vaga do leito, e em paciente esperando pra deitar na cama, minha irmã se pôs a rir. – O que isso pai, aquele é o enfermeiro. - Infermero que nada, ele qué é minha vaga. Aqui mal cabe um carro e ele quer por o dele aqui, vamo embora rápido pra num criar caso!
Após um bom tempo ele se acalma e dorme novamente.
Daí a pouco, xixi! Aquela dificuldade, molha tudo!
Minha irmã solicita um fraldão para o resto da noite.
Meu pai diz: - Fralda em mim, não! Esse trem fica frouxo e eu mijo na cama toda!
Depois de muito convencimento ela consegue que ele use, se ela colocar o tal do fraldão. Drama! Como ela vai por o trem, sem botar os documentos dele a mostra?
Ela, criativa, divide um dos troços em três e cria um tapa sexo: – Pai, vou virar pra lá, você tira as calças e poe isso aqui por cima e segura, depois você me chama.
- Pó virá, já tou pronto. E lá vai ela colocar a coisa.
Fraldão colocado ele admira e elogia: - Ninguém sabe botar esse trem como você. Agora vou poder mijar sossegado a noite inteira!
Meu pai é o único sobrevivente dos filhos do primeiro casamento de meu avô.
Dentre eles, tinha o Dr Jose Rocha, médico, apelido familiar de Neném, pouco mais velho que meu pai, e foi quem propiciou a vinda dele, do interior, para Beagá.  Morto a mais de 20 anos.
Madrugada alta, quase alvorecendo, meu pai fica novamente inquieto, querendo se levantar a qualquer custo. Minha irmã tenta acalmá-lo.
Ele rebela-se: - Você num faz nada que eu quero, eu quero descer e calçar meus sapatos. - Pra que, pai? Você não pode se levantar, tá recém operado.
- Pois eu vou, disse ele, o Neném chega daqui a pouco pra me visitar!
Minha Irma, que sempre tem uma na ponta da língua, logo diz: - Pai, se o tio Neném, o tio Fabio ou qualquer outro seu irmão vier te chamar, não vá! Fala que você não quer ir! O tio Neném já morreeeeeeu! Ele só vai aparecer aqui se ele quiser te levar pro além!
Alguém aqui acha que o véio falou mais em sapato?

Guimarães

"Contar é muito dificultoso. Não pelos anos que se já passaram. Mas pela astúcia que tem certas coisas passadas - de fazer balancê, de se remexerem dos lugares."

"Vivendo, se aprende; mas o que se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas."

Falas de Riobaldo em Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Familia.


Nos dias de hoje, nesse mundão que vivemos, os meninos tem três pais ou quatro mães e a meu ver, corremos um serio perigo de acabarmos com toda estrutura familiar na qual fui acostumado. Na minha família sempre se cultuou os almoços de Domingo onde se junta a turma toda e a cada dia o bando cresce mais pois vão se incorporando os namorados da mulecada. Aqui em casa, somos cinco filhos, dois machos e três fêmeas, treze netos e uma bisneta. Dos netos, nove são mulheres e todos na faixa dos 18 aos 30 anos. Bom, né? Quando a mulherada junta, sai de baixo! E também, todos tem uma característica em comum, falam alto. Valha-me Deus quando a conversa se anima, é cada um querendo expor sua opinião num tom mais alto que o outro. Vira uma balburdia . O expectador desavisado corre o risco de chamar a policia. É um bando de gente, cada um com a sua maluquêz, convivendo sob a batuta da matriarca. Isso mesmo, a coisa aqui é o matriarcado. Minha mãe é igualzim galinha choca, mantêm todos debaixo das suas asas. Traz os filhos até hoje sob rédea curta. As noras e genros que se adaptem pois senão, como se diz aqui em Minas, “sai da frente que atrás vem gente”, isto é, a fila anda. Tem filho ainda casado e tem gente que já rodou. Na casa de minha mãe não se cultua convivência com ex. Na concepção de minha mãe, Ex é exatamente Ex, moreeeeeu! Isso traz um aspecto interessante, pois a terceira geração só apresenta o namorado(a) quando já é namoro firme, e felizmente eles todos se integram passando a fazer parte da família, com todos prazeres e pesares. Namoro curto, a véia não curte nem conhecer o individuo. Gosta de saber pelo menos o nome deles(as).
Do jeito que as coisas andam eu até já me acostumei a não dizer o nome dos filisteus que aparecem na minha casa, é só oi e tchau. Se não é um tal de: - Cê emagreceu? – Eu? –Xiii, o gordinho era outro!
Que coisa mais desagradável!
Não temos ascendência italiana, mas a estrutura familiar é a mesma. Todos de temperamento forte acostumados a defender suas opiniões com unhas e dentes, ninguém tem medo de enfrentar nada. Mas também todos constituídos de uma ética solida, e retidão de caráter.
Minha mãe sempre fala: -Nessa casa não nasceu ladrão nem borboleta!
Minha mãe é a propria mamma e a mamma italiana é sagrada. Outro dia deu nos jornais: “Uma mãe siciliana, de 81 anos, cancelou a mesada, tirou as chaves de casa do filho, de 61 anos, e fez queixa na delegacia da cidade italiana de Caltagirone, porque ele chega tarde e não diz onde vai à noite”
Em minha casa nunca houve essa conversa de feminismo...as mulheres já nascem mandando mesmo! Culpa da minha mãe.
Por causa disso ajudamos a fundar o M.M.M, que é o Movimento Machão Mineiro. Mas isso é outra estória que um dia eu conto.
Fomos criados assim. Você fez alguma coisa errada? Assuma, sejam quais forem as conseqüências. Ela ainda ajudava a reprimenda, dando mais uns cascudos. Isso foi ruim? Não! A gente hoje lembra com carinho até dos cacetes que tomava e dá boas gargalhadas. Isso nos ensinou a pensar antes de agir, avaliar os riscos e agir de acordo as regras. Claro que as regras agüentaram umas torcidinhas, umas curvas, mas quebrar nunca! Acho interessante essa cultura do “bando” pois assim todos se cobram, da mesma forma que se ajudam, desse jeito todos crescem, a vida é mais exposta mas também é mais prazerosa. Falar mal de um de nós.....esse direito só nós temos, e ai de quem de fora se atreva!

domingo, 25 de abril de 2010

Mercearia Paraopeba – Oh! Minas Gerais!!!

Meu irmão me mandou este video que caracteriza fielmente a Minas Gerais que amamos.
É um depoimento de pessoas que preservam a cultura de confiança, amizade, respeito e amor pelo ser humano. Observem que você pode ver que o caboclo mineiro é bom só de conversar com êle e isso a gente pode perceber no papo dos donos da Mercearia Paraobeba.



Isto é Minas Gerais! Esse trem é cultura! Este video é memória viva de um tempo bom e pelo qual devemos lutar para preservar.

sábado, 24 de abril de 2010

As novas peripécias do meu pai.

Como eu disse no outro post sobre meu pai, chamamos o Shower body delivery e o véio aceitou uma das lavadoras, depois das varias recusas como foi citado lá, mas, o mais incrível foi após o banho, ele todo limpinho, cheirozinho, de pijama trocado e lá vem ele com essa perola: - Essa trabalha bem, disse ele, lavou tudo direitinho, até o meu anus ta limpinho! Do jeito que ele falou, com os olhinhos brilhando até parece que a menina do olho lá de baixo tomou banho também....rs.
Depois do banho, calmaria, dá soninho no homi e ele dorme de montão.
A família enfim tranqüila, cada um pro seu lado com os seus afazeres. Uns cochilam...Oba tá passando um joguinho do meu Galo. Sento pra assistir. Futebol no volume mínimo é um saco!
Tudo bem, é por uma causa maior. Lá vai o Tardelli pro ataque, dribla um, dribla dois e.... Aiiiiiii
Corro ao quarto, na pressa taco o mindinho do pé na quina da porta, num da tempo nem de gritar e entro no quarto num pé só: - Que foi, pai? E o safado com a cara mais limpa do mundo me pergunta: - Gol de quem? Um anjinho...
Bom volto pro jogo, o gol que é bom, não vi!
Repentinamente um gemido ressoa pela casa: - Ai meu Deus, eu num dou conta.....geme ele. Lá vamos nós. Tropa em alerta. Corremos pra ajudar. Chegando lá, tava o véio com o marreco na mão virado de cabeça pra baixo, e a cama, ele e o chão que era um mijo só.
Aí ele solta a perola: - Dá vontade de torcer o pescoço desse marreco fidamãe!
Minha mãe toda solicita disse: - Mas Pacifico, você não deixa ninguém te ajudar, você é pirracento, sabe que não vai dar conta e veja o que você fez!
Diante da reprimenda o véio solta mais uma: - Você não faz nada, não ajuda em nada, é só sua língua que trabalha...
Tadinha da véia! Mas rimos a valer e esta tirada já virou brincadeira aqui em casa. Alguém falou demais e la vem a máxima: - Você não trabalha...
Minha irmã, com toda paciência que Deus lhe deu, explica a ele: - Pai, abre as pernas um pouquinho e põe o marreco no meio sobre a cama e enfia os trem no buraco. Fica com as mãos por cima que o marreco não foge... Dito e feito, todos se retiram pra dar privacidade a ele, mas não resistimos e o deixamos com a seguinte recomendação: - Num dá as três balançadinhas que o marreco não gosta... Daí a um pouquinho o grito: - Fia!!!! Minha irmã correndo mais que o ligeirinho, chega ao quarto: - Que foi pai? E o véio todo sorridente responde: - Funcionou, da até pra dar uma cochiladinha....
È, eu esqueci de dizer que o nome do meu pai é Pacífico, como o do oceano. O seu humor, em dias normais de temperatura e pressão, é quase sempre uma marolinha, como diz o Lula, outras raras vezes, parece um Tsuname de trinta metros de altura. Sai de baixo!
O som se assemelha a um trovão, e o vozeirão ressoa pela casa toda. Um terremoto, um sismo com magnitude 6 na escala Richter, e olha que o do Haiti foi da magnitude 7. Aqui, nas raras vezes que o homi grita, vai todo mundo pra debaixo dos portais, sei lá....
Chega a hora da medicação: - Pai, vamos reclinar o corpo pra tomar o remédio. O medico disse que se você tomar deitado você pode aspirar o comprimido e dar um edema no pulmão. - Num levanto! Cês só vem aqui pra me encher o saco!
- Mas se não levantar como vou dar o remédio?
- Enfia no c...!!!!!!
Gargalhada geral! quaquaquaquaqua!
Ta bem, digo eu, vou agora mesmo pedir ao medico pra trocar a receita pra supositório!
Eita! Agora estamos de acordo com o Zeca, “Deixa a vida me levar”.....

A LINGUIÇA

Sou fã desse cara ele tem um humor ferino e elegante. Queria ter escrito esse texto. Olha a inveja....


Texto de Arnaldo Jabor

À medida que envelheço e convivo com outras, valorizo mais ainda as mulheres que estão acima dos 30. Elas não se importam com o que você pensa, mas se dispõem de coração se você tiver a intenção de conversar.
Se ela não quer assistir ao jogo de futebol na tv, não fica à sua volta resmungando, pirraçando... Vai fazer alguma coisa que queira fazer... E geralmente é alguma coisa bem mais interessante.
Ela se conhece o suficiente para saber quem é, o que e quem quer. Elas definitivamente não ficam com quem não confiam. Mulheres se tornam psicanalistas quando envelhecem. Você nunca precisa confessar seus pecados... Elas sempre sabem...
Ficam lindas quando usam batom vermelho. O mesmo não acontece com mulheres mais jovens... Por que será, hein?? Mulheres mais velhas são diretas e honestas. Elas te dirão na cara se você for um idiota, caso esteja agindo como um!
Você nunca precisa se preocupar onde se encaixa na vida dela. Basta agir como homem e o resto deixe que ela faça... Sim, nós admiramos as mulheres com mais de 30 anos! Infelizmente isto não é recíproco, pois prá cada mulher com mais de 30 anos, estonteante, bonita, bem apanhada, sexy e resolvida, há um homem com mais de 30, careca, pançudo em bermudões amarelos, bancando o bobo para uma garota de 19 anos...
Senhoras, eu peço desculpas por eles: não sabem o que fazem! Para todos os homens que dizem: 'Porque comprar a vaca, se você pode beber o leite de graça?', aqui está a novidade para vocês: Hoje em dia 80% das mulheres são contra o casamento e sabem por quê?
Porque “as mulheres perceberam que não vale a pena comprar um porco inteiro só para ter uma lingüiça!”

quinta-feira, 22 de abril de 2010

E o meu pai quebrou o fêmur!

Meu pai, mineirão de raiz, 94 anos, quebrou a cabeça do fêmur. Até aí novidade nenhuma. Fratura, gripe e piriri são as maiores causas de passagem pro segundo andar dos nossos velhinhos queridos. Até mesmo porque com o prodigioso avanço da medicina não se morre mais de velhice. Tem aparelho hoje, tão detalhista, mas tão detalhista que nem os médicos tão sabendo o que é que eles vêem. Os remédios de ultima geração curam qualquer coisa. Quer comer um torresminho? Pode! É só tomar um anticolesterol todo dia. O trem parece um detergente, fora gordura! Ainda tem os remédios naturebas que também estão a solta. Gosta de encher a pança demais? Tome uma colherzinha de chá de semente de linhaça antes das refeições que é tiro e queda! Haja fibra pra se ir ao banheiro toda hora!
Mas voltando à vaca fria, entre a queda, a cirurgia para colocação da protese, a alta e a volta do hospital tudo beleza. A hotelaria dos hospitais, nos dias de hoje, mais parece um Resort. Até manicure tem!Você pode até pedir pizza delivery.
É verdade mesmo! O que tem de maquina de refrigerante, batata frita e sanduiche ensacado nos corredores hospitalares é brincadeira! Já tem até microondas acoplado na geringonça pra você esquentar o veneno! Bom, chegando em casa é que a jurupoca pia. Os caras de branco fazem a entrega a domicilio e deixam o nosso amado progenitor deitadinho e confortável em sua própria caminha. Lindo. E agora?
Vocês não imaginam a logística necessária pra cuidar do velho. O homem tem que comer e beber. Deitado não pode senão corre o risco de aspirar o alimento pro pulmão, aí bau bau! Um levanta o dorso, coloca almofadas e sustenta o véio. Outro dá comidinha de aviãozinho. Legal, né? Mas o que entrou tem que sair!
E agora? –Tou com vontade.....É uma correria. Pega o véio, três de cada vez, bota na cadeira de rodas, corre para o banheiro, senta-o no vaso e espera a execução da obra. Obrou? Beleza, agora toda a estratégia da volta.
Quando dá tempo e a operação é executada com sucesso, todos exultam, e com razão. Quando não dá tempo e a obra é executada durante o percurso, valha-me Deus.
O barro cria um rastro que vai da cama ao vaso. Fenomenal! E como a operação não pode parar, os ajudantes se sentem andando nas calçadas de Copacabana.
Como é que você desvia da merda carregando um pacote frágil que lhe impede a visão? Como dizemos por aqui é pá e bosta! Passadas as agruras e escorregadelas, acaba tudo correndo na mais perfeita desordem. Agora vamos à operação final do processo. Genial! Você tem que pegar o chuveirinho, levantar os apetrechos que atestam a masculinidade dos machos da espécie, dar uma lavagem geral, no detalhe, secar, passar pomadinha antiassaduras e o escambau. Todo cuidado é pouco!
Já recomendei à cozinheira, comidinha leve, verduras, nada de frutas cítricas.
Já pensou se o veio pega uma diarréia?
Chamamos o Shower body delivery, parece coisa das Organizações Tabajara! Momento Mastercard – Não tem preço.
Veio uma moça: _ Nâo deixo, diz o veio! Mandaram um rapaz. Rapaz! Era um membro de uma minoria que quer se fazer maioria, muito em voga hoje em dia. Meu pai, notando o gliter e a purpurina já gritou: _em mim não põe a mão!
Mandaram outra, só assim o véio lavou os documentos.
Por essas e outras já avisei aqui em casa. O Departamento Bundal definitivamente não é comigo. Alguém assume! Dos outros Departamentos cuido eu!
Mas tem muitas outras peripécias que merecem registro.
Depois eu conto mais, pois o alarme tocou....corre aqui!

Autorização de namoro

Com o frequente surgimento de vários pretendentes querendo namorar a minha filha, tirei da gaveta o seguinte formulário que agora disponibilizo para todos que tenham ou venham ter uma filha.

FORMULÁRIO PARA AUTORIZAÇÃO DE NAMORO COM MINHA FILHA

Este formulário deverá vir devidamente acompanhado de:

• Declaração completa de bens
• Histórico Escolar
• Histórico Profissional
• Árvore Genealógica completa
• Ficha Criminal
• Exame de Saúde completo e atualizado.

DADOS PESSOAIS:

Nome:
Data de Nascimento: / / ( Nascido após 1980 não continue)
Altura (Se inferior a 1,80 m NÃO CONTINUE):
Peso (Se acima de 90 kg NÃO CONTINUE):
Q.I: (menor que 140 não continue)
Média Escolar ( Se inferior a 8 NÃO CONTINUE):

PRONTUÁRIO
RG: CPF:
Escoteiro? SIM NÃO
Medalhas? SIM NÃO
Quais?
Atividades Esportivas? SIM NÃO
Medalhas? SIM NÃO
Quais?
Endereço Residencial (Completo):
Você tem 1 (UM) Pai e 1 (UMA) Mãe? SIM NÃO
Se Não, explique:
Há quantos anos seus pais são casados?
Se menos que sua idade, explique:

ACESSÓRIOS ESQUISITOS:
Usa piercings na orelha, nariz ou boca? SIM NÃO
No umbigo e outras partes do corpo? SIM NÃO
Tem tatuagem? SIM NÃO Onde?
(SE VOCÊ RESPONDEU POSITIVAMENTE A QUALQUER ITEM ACIMA, NÃO CONTINUE)

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO:

1. Usando 50 palavras ou menos, para você o que significa não chegar TARDE?

2. Usando 50 palavras ou menos, descreva o que significa NÃO BULINAR MINHA FILHA.

3. Usando 50 palavras ou menos, em sua opinião o que significa ABSTINÊNCIA?


OUTROS:

Que Igreja que você freqüenta:
Com que freqüência?

COMPLETE AS FRASES ABAIXO.
(TODAS AS RESPOSTAS SERÃO CONFIDENCIAIS):

1 - Se eu for atingido por uma bala, eu detestaria ser atingido no:

2 - Se eu levar uma surra, não quero que me quebrem o seguinte osso

3 - Lugar de mulher é:

4 - Escreva algo que você não espera ter que responder neste formulário:

5 - Qual a primeira coisa que você nota em uma mulher?
(Nota: Se a resposta começar pelas letras "P", "B" ou "C" , abandone imediatamente este formulário e saia correndo, e de cabeça baixa seu pervertido!)

6 - O que você quer ser "SE" crescer?


___________________________________
Assinatura do estúpido


As letras pequenas abaixo são mera formalidade, não precisa ler!!

1. Eu, o namorado, doravante denominado "estúpido", declaro que este documento tem poder de "procuração" seja para que assunto for.
2. Desisto de qualquer direito, mesmo sobre minha integridade física, tais como ossos, órgãos e dentes, durante todo o tempo de vigência do namoro "mais nove meses", pertencendo ao Pai da Namorada os poderes de decisão, inclusive de vida ou de morte.
3. Ao pai da namorada não questionarei a autoridade ou ordens, deverei agir com obediência cega a toda e qualquer ordem ou vontade que me for imposta, a mínima que seja.
4. Admito toda e qualquer culpa que me for imputada sem questionar. Sem direito a teste de DNA.
5. Reconheço a legitimidade de "Pagamento de pensão" durante o período que a "namorada" se mantiver solteira a titulo de indenização moral caso este não resulte em um honroso matrimônio.


Obrigado pelo seu interesse. Favor aguardar a seleção.
Se aprovado, você receberá uma notificação por escrito. Não chame, ligue ou escreva em hipótese alguma. Aguarde!
Se você não for aprovado e dependendo das circunstâncias, você será notificado, pessoalmente, pela Polícia Militar!

Atenciosamente,
_______________________________
(O PROGENITOR)

Curriculum Vitae:
Campeão Mineiro de tiro (2007) - modalidade saque-rápido;
Campeão Brasileiro de tiro ao alvo (2006) - modalidade Moore System;
Campeão Brasileiro de judô (2006 / 2007 / 2008)
Campeão Brasileiro de vale-tudo (2002)
Campeão Brasileiro de caratê (2003)
Mestre no Combate com facas
Adestrador de Cães de ataque

Livros Publicados:
"Táticas de Combate corpo a corpo"
"Silenciamento de sentinelas"
"Matando com as mãos nuas".
“Como castrar um garanhão indócil”
“Eliminação do inimigo sem deixar rastro”
“Faça você mesmo a ração alternativa para seus cães”

OBS: Já se passaram alguns meses e nenhum dos pretendentes apareceram para me entregar o formulário preenchido.

terça-feira, 20 de abril de 2010

COMIDA DI BUTECO 2010 - BH

Para quem mora aqui ou vem a Beagá a passeio ou a negócio, uma ótima pedida. Iniciou-se em 09 de abril e vai até 09 de maio o maior festival de tira gostos do Brasil, o “Comida di Buteco” de BH 2010. São 41 botecos participantes da 11º edição, com os mais criativos pratos e, certamente irão proporcionar fortes emoções a todos que por ali passarem. O slogan deste ano é: “ Em cada coração bate um boteco e em cada boteco batem vários corações!” O tema dos pratos fica por conta da criatividade dos donos dos botecos mas as todas as receitas terão de levar sempre um componente: o JILÓ. Quem gosta de um boteco, vive aqui ou visitou Beagá e nunca comeu o fígado acebolado com jiló do Mercado Central, acompanhado de uma loura geladinha? São 41 butecos pra se percorrer em trinta dias. Comer e votar em seu prato preferido.Haja fígado! Maiores informações pelo site www.comidadibuteco.com.br

RECEITA MÉDICA

Um jovem que acabara de se formar em medicina, volta pra casa no interior de Minas e ganha de seu pai um carro importado, último modelo e, no entusiasmo, resolve dar um passeio.
Pegou a estradinha rural e quando se deu conta, percebeu que estava quase sem combustível. Entrou num vilarejo e dirigiu-se a um posto de gasolina para abastecer o carro.
Não viu uma viva alma no posto e, apesar de buzinar várias vezes, ninguém vinha atendê-lo. Finalmente apareceu um rapazinho que lhe disse: -“Num dianta buziná não seu moço, purquê u posto tá fechadu; a fia du donu morreu onte i tudo mundu tão nu velório”.
O jovem médico pensa uns segundos e chega à seguinte conclusão: Se não posso prosseguir e não sei a que horas irão retornar, vou até ao velório também, já que não posso fazer mais nada.
Lá chegando, aproxima-se do caixão por mera curiosidade, e de repente, examinando a “defunta” observa algo extremamente raro.
Chama o pai da 'falecida' e diz-lhe: - Olhe, sou médico, e vi que a sua filha não está morta, está em estado catatônico; parece morta, mas não está, está viva!
O pai, nervosíssimo, pergunta: - “U Sinhô podi fazê arguma coisa?”
O jovem médico, explica-lhe que há uma possibilidade, embora remota, de trazé-la à vida. Para isso, teriam que submetê-la a uma sensação muito forte.
Pergunta então ao pai: a sua filha tinha namorado?
Embora estranhando a pergunta, o pai respondeu sim, e que ele se encontrava presente.
Bem, disse o jovem médico, então tirem o corpo do caixão, levem-no para uma cama junto com o namorado e deixem que eles façam sexo durante toda à noite. Ela vai voltar a vida!
Ainda que com algumas reservas, o pai dá ordens para que seja feito tudo o que o doutor disse, mas pede para que ele fique, por via das dúvidas, a fim de comprovar o 'resultado'.
Passadas quatro horas abre-se a porta do quarto e, como por um milagre, a moça aparece vivinha e feliz da silva!
Foi uma grande alegria para todos, que logo programam uma festa e convidam o jovem doutor. Este se desculpa, alegando que tem de ir visitar um familiar que se encontra doente, mas promete passar pela aldeia na viagem de regresso.
Tanque cheio, satisfeito com diagnóstico, o médico volta para casa.
Passados 15 dias ele decide regressar e cumprir o que prometera, passar pela aldeola para ver como estava a jovem ex-defunta.
Ao chegar ao posto, repete-se a mesma cena de antes. Ninguém para atendê-lo.
Depois de muito buzinar, aparece o mesmo rapaz, que desta vez estava ali tomando conta do negócio.
Assim que reconheceu o doutor o jovem corre desesperado ao seu encontro e lhe diz: - “Graças a Deus qui u sinhô vortô! Num sabíamo cumo incontrá u Dotô i a gente tava tudo disisperadu ti insperanu vortá!
U Seu Engrácio, pai da minina qui u sinhô salvô, morreu faz dois dia! Mais da metadi da vila já cumeu u rabu du pobre homi, mas ele nadinha di ressuscitá!”

Moral da história: A MESMA RECEITA NÃO SERVE PARA TODOS!
Não se automedique, nem aconselhe medicamentos a ninguém... Procure um médico.

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