Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Rua Ramalhete

Essa musica, para mim é uma viagem no tempo, me faz lembrar de uma fase boa  minha juventude, as ruas, os bailes, os bilhetes, a escola, tudo que a letra diz ...
Aos dezoito anos estudava em uma escola bem próxima ao Colégio Sacrè Coeur de Marie  e o clube da esquina era o Olympico Clube, ambos na rua Estevão Pinto, no bairro da Serra. Os dois ainda existem aqui em Beagá. Muitos confundem o clube citado na letra com o "Clube da Esquina " do Milton, Lô, Marilton e outros mais. O clube deles não tinha clube, tinha só esquina onde a turma se reunia, pratica muito disseminada na época entre as  turmas de jovens  em Beagá. Cada bairro tinha sua turma, enormes. Isso infelizmente acabou!
O Tavito, autor da musica, à época morava algumas ruas  acima, nessa rua Ramalhete.
Era habito da molecada esperar a saída das meninas no final da tarde, todas ainda de saias plissadas, até pouco acima dos joelhos,  e meias três quartos. Colégio de Freiras, tradicional!
Naquela época, paquerava-se no olhar, nos bilhetes e se declarava dançando nos bailes dos clubes sociais.  As Horas Dançantes, aos sabados. 
Dançava-se de rostos colados, dois pra lá, dois pra cá.... 
Saia-se de mãos dadas trocando sussurros. Palavras aos pés do ouvido...
Um beijo roubado era uma gloria!!!!  Final dos anos sessenta....
Esta ingenuidade, esse romantismo perdeu-se no tempo...

Achei esta fantástica versão, um vocal à capela, daqueles que não existem mais...
Colocaram um video desconectado com a musica, mas com esse vocal, a gente nem chega a notar. 



Interpretes: Trio Esperança
Autores: Tavito e Ney Azambuja


Rua Ramalhete

Sem querer fui me lembrar
de uma rua e seus ramalhetes,
do amor anotado em bilhetes...
Daquelas tardes...

No muro do Sacre Coeur,
de uniforme e olhar de rapina,
nossos bailes no clube da esquina
Quanta saudade!

Muito prazer, vamos dançar
que eu vou falar no seu ouvido,
coisas que vão fazer você tremer
dentro do vestido...

Vamos deixar tudo rolar,
e o som dos Beatles na vitrola...
Será que algum dia eles vem aí,
cantar as canções que agente quer ouvir?

.

30 comentários:

  1. Eita, danado!!! Quanta saudade, hein?!
    É isso aí, meu caro Lufe... a saudade também alimenta a alma!
    Hey, recordei um pouco tb!!! Estudei em colégio de freiras durante toda a minha vida. Mas, não usei esse uniforme não! :P rsrs...
    A coisa era um pouquinho mais liberal.
    Bom, já bati meu ponto, puxei o banquinho e proseei com ocê... agora, vou seguir!!!
    Beijo e boa noite, querido.

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  2. Oi Lufe!!!
    Delícia de post...saudades de um tempo tão bom né?
    Curti minha adolescência no final da década de 70 - época maravilhosa. Nem aqui no interior isso existe mais...pena!!
    Tenha um lindo e produtivo dia...beijos!!!

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  3. Lufe, bom dia meu queridooooo!!

    Vi sua atualização ontem antes de dormir, mas não comentei. Abri um saco imensooo de cartas antigas, diários escritos, porque eu quis muito relembrar a melhor fase da minha vida, ouvindo essa musica "Rua ramalhete".
    Reli meu diário. 15, 16 anos...voltei ao meu passado, revivi lembranças, fatos, como se eu estive ali. E fiquei ouvindo essa música, umas 10 vezes.
    Não sei explicar a emoção que senti....não tem como.
    Apenas me deu uma vontade imensa de poder voltar naquele ano, viver todas as coisas que eu vivi.
    E ainda me lembrei de outras preciosidades desse trio maravilhoso, como festa do bolinha, filme triste, chuva fina, e por ai vai.
    Ainda não sei direito como comentar aqui, porque te confesso que ainda me sinto emocionada.
    Mas queria te agradecer por isso, por ter postado essa música.
    E te dizer, que fui dormir já madrugada, com lágrimas nos olhos, e o coração tão cheio de paz e de saudade.
    Foi maravilhoso olhar pra trás, e me lembrar de tantas coisas...flores amassadas dentro do meu diário, fatos vividos, o famoso bar do D.A (Diretório acadêmico) do pessoal da Unesp (pessoas que eu convivia com meus 16 anos), Ilha Solteira sendo construida, e eu tbm junto com aquela cidade. Os bailes da esquina....que a gente ia acompanhada pelos pais, ou pais dos amigos devido a idade, mas numa época tão ingênua, tão sem maldade da minha vida.
    Eu me lembrei de TUDO Lufe. Nem precisava ler meu diário pra isso, mas foi muito bom poder ler novamente o que eu vivi.
    Eu era FELIZ, e SABIA!
    Obrigada por ter me proporcionado uma noite maravilhosa.
    Sinto muita saudade, mas muita saudade daquela época. Pena que a vida é uma estrada reta, pois eu te juro, que se tivesse uma curva, em que eu pudesse ter a chance de voltar no tempo, com certeza eu voltaria.

    Meu abraço apertado!!!

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  4. Uma das tantas belas e espetaculares criações mineiras. Tavito com simplicidade, como é a poesia de Minas, desenvolveu uma "viagem", um sonho nas luzes da ribalta chamada Rua Ramalhete.

    Abraços.

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  5. Lufe,
    como a Sil disse eu era feliz e sabia.
    Lembrei também que fora os bailinhos, no fim do ano tinha os grandes bailes de formatura. Acho que isso nem existe mais.
    abs carinhosos
    Jussara

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  6. Lufe, que versão maravilhosa!!!!
    De voar de olhos fechados sem medo de cair...
    Obrigada por compartilhar com a gente toda sua sensibilidade!!
    Beijão

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  7. Realmente LINDA essa música , Lufe .

    Volta e meia a escuto , adoro !!!


    BjO.

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  8. Lufe,

    Não sei se ando fragilizada, não sei... mas estou aqui sofrendo, chorando, chorando tanto... Nossa! você tocou minha alma, talvez um pouco perdida, sufocada. Obrigada, eu gosto. Eu gosto de lembrar de fatos bons. Você escrevendo sobre o colégio, as ruas, tudo lá até hoje, eu sei. Não vivi ali na Serra, mas lembro-me bem da música.

    Lufe, no meio do ano que vem, vou ao Brasil. Ou melhor, vou aí em Belo horizonte. Eu gostaria muito de conhecê-lo. Vê-lo cara a cara, tenho certeza de que será muito bom. Marca na tua agenda.

    Um abraço!

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  9. Flavia

    Você já é de outra geração, na minha época surgiu a minisaia mas as escolas ainda eram conservadoras em seus uniformes. As meninas ao sair da aula, enrolavam o cós, na cintura e colocavam a barra das saias quase no meio das coxas era uma tremenda rebeldia. Tempos de ingenuidade....

    Bjo

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  10. Majju,

    Os tempos são outros, esta pureza, ingenuidade, hoje é considerada pejorativa, motivo de chacota, torcem o nariz....

    Bjo

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  11. Alexandre,

    O mercado japonês é que mantem viva a boa musica brasileira. O nosso mercado de hoje, só tem musica comercial de quinta categoria. De quando em vez surge algum trabalho de qualidade, as vezes tema de alguma novela ou coisa semelhante. As gravadoras não lançam musica boa

    Abço

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  12. Sil querida,

    Abriu o baú?
    Vi essa musica quando fui pegar o vídeo do Roupa Nova e confesso que me emocionei muito. Senti presentes todas aquelas sensações. Lembrei nomes de pessoas que não vejo a anos, das namoradas então.... Não foi aquele saudosismo piegas de que "aquele tempo é que era bom", não, foi sim uma constatação disso. Vivo os tempos de hoje, gosto, com seus avanços em todas as areas. Porem com relação a sentimento..... As gerações de hoje não encontram parâmetros para entender o que era isso.... Mas é pena que isso fica no campo da memória e a volta é por conta das boas recordações, dos sonhos...

    Bjoca

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  13. Guará,

    Aquela geração mineira é inigualável....

    Abço

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  14. Jussara,

    Como toda a juventude daquela época, final dos anos sessenta ate final dos setenta, era muito reivindicativa em busca de mudanças, e mudava tudo fazendo, na pratica, não tínhamos espelho.Não dava tempo para sabermos que éramos felizes, sabemos disso hoje quando olhamos pra tras...

    bjo

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  15. Regina,

    Quando escutei, nem me preocupei com o vídeo, você disse bem, é de se escitar de olhos fechados e se deixar levar...

    Bjo

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  16. Malu,

    Não escutava a muitos anos.... estou revendo isso.

    Bjo

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  17. Suzana,

    Acordei fantasmas? Ainda bem que foi o Gasparzinho, que é camarada, senão teria que chamar o Padre Damien.....rsrsrs
    Quando nos pega de surpresa realmente toca lá no fundo. Me senti assim quando ouvi, foi inesperado. Gostei da sensação.

    Tá marcado, tenho certeza que vou gostar muito. É só falar a época.....


    bjos

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  18. A música é linda...pena que não vivi essa época que comentas e nem em Belo Horizonte, apesar de conhecer sua Beagá!
    Um abç e uma boa semana!

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  19. Oi Lufe
    xiiii...essa musica nao fez parte da minha vida não...mas claroo que eu conheco a musica ...ela é linda, bem delicada e com ar de pureza !
    Eu lembro da minha mae rs !!!
    Beijooooos

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  20. Franck

    Era uma epoca diferente, da mudança radical do mundo conservador para um mundo liberal, mas com romantismo, com ideais, com a busca a felicidade,
    com repudio a violencia e aos preconceitos.
    A gente tem saudade pois foi uma epoca muito boa para o crescimento pessoal e coletivo.A cultura e a religiosidade foram partes importantes nesse processo. As religioes orientais se disseminaram assim como a cultura a não violencia.
    O que percebo hoje, é que os jovens tem ideais, mas não lutam por eles, parecem acomodados inseridos no contexto formal.Será que estão satisfeitos? Ou nós é que ainda somos inquietos?

    abço

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  21. Aninha,

    Você nasceu ontem, ainda tá de cueiro.....rsrsrs
    São poucas as pessoas de sua geração que se preocupam com as coisas como você, é ou não é?
    Considero você uma exceção.....Posso estar errado, mas acho que não....

    bjoca

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  22. Vivi essas paqueras de esquina de colégio feminino, Lufe, mas aqui no Rio. Tinha uma turma mais velha que parava lá, da qual faziam parte Jorge Bem, Erasmo e Tim Maia. Mas andei pouco por ali, porque minha irmã foi estudar no tal colégio e quase apanhei tentando impedir que jogassem piadinha pra ela...

    Cheguei a conhecer uns paralelelípedos das esquinas de Beagá. Eu me hospedava de início na casa de um amigo no bairro Funcionários, até ser expulso pela mãe e tias dele, sob acusação de ter piolhos na vasta cabeleira. Fui parar no Horto, acolhido pela simples e deliciosa família Horta, dos músicos Toninho, Lena, Paulo (baixista, já falecido) e Gilda. (Dona Geralda, mãe deles, faz 101 anos mês que vem!) Dali eu partia pra gandaiar no Centro... Lucas, Saloon, Stage Door, as biroscas do Mercado etc. Duro era dormir com Toninho me "torturando" com Bill Evans, Oscar Peterson e quejandos...

    Grande Beagá dos 70!

    Abraços

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  23. Tuca,

    Você andou em boas companhias e lugares especiais
    Toninho dali partiu pro mundo.
    "Travessia" lhe deu asas.E aquele grupo de musicos daquela epoca, tá dificil pra se emcontrar outro com tanta genialidade e musicalidade.
    A grande musica popular de Minas, nasceu deles.
    Varei noites na Cantina do Lucas, no saudoso Malleta.....acabou aquilo.
    Você se lembra que o Bituca era baixista?

    Um abraço

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  24. Lufe, que delícia de versão. Que saudades de tudo você me proporcionou. Não conhecia o Trio Esperança. vi no comentário do Alexandre que no Japão ele ainda é muito ouvido. Engraçado né?

    Adorei!

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  25. Malu,

    O Tri Esperança era formado inicialmente com um irmão e duas irmãs, todos pre adolescente mais ou menos em 1960. Depois, uma delas, a Evinha, saiu e entrou outra irma, mais nova. Hoje elas continuam atuando na Europa, onde vivem, se não me engano na França. Tres outros irmãos e um primo formavam os Golden Boys. Dê uma olhadinha no youtube que tem muita coisa dos dois grupos.
    Vale a pena.

    bjo

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  26. Adoro essas músicas, me lembra da adolescência.
    Sobre a Bergere, eu doei a nossa e troquei por aquela porltroninha reclinável da foto, tipo cadeira "do papai". Ela deita e abre uma abinha para se esticar os pés. A nossa foi uma liquidaçao do ponto vermelho da tok stok, foi irresistível, estava por quase metade do preço.
    È importante ter um cantinho do sossego, longe do barulho normal da casa. Meu marido ama. Eu não, eu fico no olho do furacao, ahaha
    @elainegaspareto fez um post imperdível hoje, espia lá...

    beijo

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  27. Fernanda,

    Se eu tivesse falado antes, poderia receber a "doação"....rsrs
    E pra isso que eu quero, canto de leitura.
    Vou lá na Elaine.

    bjo

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  28. Ô Lufe, assim é covardia, morei na Serra, pertinho da Ramalhete, estudei no Sacre Couer quando passaram a aceitar rapazes, mas a imensa maioria ainda era de moças, jogava bola e nadava no Olímpico! Que saudades!
    Excelente post,
    Blue

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  29. Oi Lufe, O Golden Boys eu conheço !! Vou ver mais coisas delas no you tube, com certeza!

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  30. Poxa, Lufe... de chorar de emoção. Tinha uns 14 anos no final dos anos sessenta e senti uma imensa saudade. Não quero falar da velocidade com que a vida passa, não quero ficar triste. Prefiro me lembrar das coisas boas e divertidas, puras e ingênuas que a gente fazia.
    Muito legal, meu amigo, muito bom recordar.
    obrigada. Essa música é linda e a Evinha cantava como ninguém.
    Beijokas e saudades de vc.

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