Ulisses, nesta resposta ao José Mauro, curva-se a tecnologia e mostra a força do progresso que impulsiona o universo
Do selo lambido ao ponto com
No mundo tecnológico
aparentemente ilógico
do viver globalizado
existem muitas pessoas
que seguem tecendo loas
à volta para o passado.
Assustadas com o novo
ficam espalhando pro povo
a mensagem distorcida
que a tecnologia mata
a sabedoria nata
acumulada na vida
Pessoalmente não creio
e vos falo sem receio
que a destruição do erro
nasce do nascer do novo
que Colombo no seu ovo
deu solução ao emperro
A humanidade tão ávida
acolhe a mudança, impávida
a internet é o portal
de nossa biblioteca
onde esta a hipoteca
do saber universal
O desuso é a conseqüência
do avanço da ciência
conforto sempre faz bem
usando certo o bom senso
podemos, sim, assim penso
ter o conforto também
Quem não tem computador
deveria andar de andor
voltar a telegrafar
sentar ao bonde parado
viver no ultrapassado
tempo do manivelar
Ora, pois, que absurdez!
parar o tempo de vez
bom mesmo é facilitar
mostrar a cara do mundo
num placar de um segundo
ver a noticia chegar!
Os dois lados da moeda
muitas vezes envereda
pro lado mal do pensar
mas quando o conhecimento
nos libertar do tormento
o bem há de despontar
Tudo é antropofagia
quando a tecnologia
muda, tudo há de mudar
Pois o avanço é uma alavanca
que a tartaruga manca
não consegue acionar
O medo da novidade
vem da historicidade
Basta ver na promissória
das invenções de Da Vince
até o século vinte
legadas pela memória
É bem grande o corolário
do pensar reacionário
não querendo aceitar
que a invenção é gerada
da necessidade alada
da vontade de mudar
Baudelaire foi rancoroso
não soube ser curioso
rejeitou a novidade
que foi a fotografia
pensando qu’ela trazia
às artes banalidade
Sem falar de Galileu
silenciado sofreu
vitima da neofobia
viu de perto a estupidez
a compulsiva surdez
do embotado que assobia
Deixemos de zum zum zum
o século vinte um
será de desvelamento
tudo nele será exposto
tempero de todo gosto
pra tudo que é pensamento
O homo-faber famoso
no dito do ser ditoso
não sabe mais o que faz
o burro constroi e tomba
o sábio desarma a bomba
que nos levara a paz
Meu amigo José Mauro
enfrentou o Minotauro
eu não lhe tiro a razão
visar apenas ao lucro
faz do homem um ser chucro
sem amor no coração.
Ulisses Germano Leite Rolim
Professor da região do Cariri e um apreciador do cordel
Obs : A história da literatura de cordel começa com o romanceiro luso-holandês da Idade Contemporanea e do Renascimento. O nome cordel está ligado à forma de comercialização desses folhetos em Portugal, onde eram pendurados em cordões, chamados de cordéis. Inicialmente, eles também continham peças de teatro, como as de autoria de Gil Vicente. desde o início da colonização. Na segunda metade do seculo XIX começaram as impressões de folhetos brasileiros, com suas características próprias. Os temas incluem fatos do cotidiano, episódios históricos, lendas , temas religiosos, politicos, entre muitos outros . Foram os portugueses que introduziram o cordel no Brasil desde o início da colonização.
No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados de Pernambuco, da Paraiba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. Costumava ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Hoje também se faz presente em outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. O cordel hoje é vendido em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos cordelistas.
fonte:Wikpedia
Outro achado poético.
ResponderExcluirAbraços.
Lufe,
ResponderExcluirAlguma criatura de mal com a vida entrou no meu BLOG e o DETONOU.
Tive que recomeçar, então o DA JANELA DO GARDEN PLACE tem agora o seguinte endereço:
http://janeladogardenplace.blogspot.com/
Beijinhosssss
Ora cá está uma resposta condigna, de abertura ao progresso. Contudo creio que deturpa um pouco o que defendia José Mauro que, fundamentalmente, se manifestava contra os excessos.
ResponderExcluirFoi uma boa postagem, Lufe!
Abraço
no meu blog BANCA DE REVISTAS faço uma citação ao modernismo, a tecnologia e a meu fascínio pelas coisas do passado.
ResponderExcluirMuito bom Lufe.
Já estava com saudades de poder visitar este
boteco que eu tanto gosto.
Forte abraço amigo!!
Muito bom! Literatura de Cordel lembra a minha infância no interior e rodas de pessoas ouvindo cordel...
ResponderExcluirAbçs*
Saudades!
ResponderExcluirNão quero vinho, nem me fale em uvas...
Água mineral, com gás, por favor, bem gelada.
Lufe,
Já dizia o Chacrinha, "quem não se comunica, se estrumbica".
E hoje é a Internet. Conheço pessoas que ainda se negam, andam lambendo selos. Nada, nada contra selos, amo cartas de papel enfiadas debaixo da porta, mas confesso e reconheço não recebo uma há séculos.
Fazer o quê? Usar a Internet e ponto.
Abraços, pendura a água, pago na volta.
Suzana/LILY