Nas estradas pelo interior de
Minas, acontece de tudo.
O viajante desavisado fica em
situações interessantes quando se envolve em algum confronto com o povo do
lugar. O minerim com aquela carinha de capiau, fala mansa, esconde sua grande
perspicácia, sua ironia e grande sabedoria.
Ai de quem se engraçar com ele!
Vou contar pra vocês alguns
causos que ocorreram por aqui, só pra exemplificar.
Houve uma vez que, montado em seu
carrão reluzente, o sujeito viajava pelo interior de Minas quando passa a toda
velocidade diante de uma fazenda e acaba atropelando um galo. Desce
imediatamente e, consternado, vê que o bichinho está morto. Nisso, olha de lado
e vê um homem capinando muito próximo à cerca.
Virando-se para o minerim, o
sujeito diz:
- Desculpe, amigo! Foi realmente
culpa minha...
O matuto fica olhando pra ele.
E ele, sem jeito, continua:
- Puxa, eu não deveria estar
correndo tanto... sinto muito, por ter matado o seu galo.
-Pois é.....matô. - Diz o minerim
- Mas eu faço questão de
substituí-lo. – Diz o viajante ainda sem jeito.
E o minerim olha pra ele, coça a cabeça e responde:
- Vóismicê fique à vontade! As
galinha num são muito boa não, mas o galinheiro é logo ali...
Doutra feita, depois de uma
pescaria, ia o minerim andando pela estrada afora rumo ao seu ranchinho, quando
passa um pescador da cidade grande. Para o carro, abarrotado de tralhas de
pesca das mais modernas, e puxa conversa:
- Você pesca em rio ou lago?
- Eu pesco lá no açude que tem na
minha roça, respondeu o minerim.
- E é grande esse açude?
perguntou o moço.
- Óia, se eu pegar o meu barco
com motor e sair de uma ponta, eu gasto uns 15 minuto pra chegar do outro
lado!
Aí o pescador fala pavoneando:
- Na minha propriedade tem um
lago que se eu sair no meu barco a motor de uma ponta às 6 horas da manhã, só
chego do outro lado às 2 horas da tarde!
Ao que responde o minerima:
- Eu acredito! Eu já tive um motor
desses, seu moço... É ruizim mesmo, né não?
E ainda tem mais outra, dum
minerim que vinha andando pachorrentamente com seu burrico por uma estradinha
quando, de repente, pára ao seu lado um "boyzinho" dirigindo uma
tremenda máquina importada.
O "agroboy" resolve
tirar uma em cima do matuto e diz, acelerando o motor turbinado:
- Dentro desse motor tem 400
cavalos!
E arranca cantando os pneus,
envolvendo o mineiro numa densa nuvem de poeira.
Um pouco a frente, o rapaz,
desacostumado com estradas de terra, se
desgoverna numa curva, atravessa a cerca de arame farpado e entra com a frente
do carro dentro de um riacho à beira da estrada.
Desce todo atrapalhado e fica
andando pra lá e pra cá com as mãos na cabeça, transtornado!
Logo depois chega o minerim com o
burrico.
Vendo o carro com a frente
mergulhada na água, o minerim pergunta:
- Tá dando de beber pra tropa,
seu moço?
Pra que o sujeitinho foi mexer
com quem tava quieto? Tomou!
Nao sou mineira Lufe, mas me divirto com os mineirinhos, cada causo mais "de cum força" que outros.
ResponderExcluirBeijokas doces e boa semana.
Pois é, uai. Cum nóis a história é diferente memo!!
ResponderExcluirEsses mineiros e sua sapiência, adoro!
ResponderExcluirbjs
Jussara
hahaha, Oi, Lufe, sabe que eu adoro esses "causos", não é? O primeiro eu ri muito, que é isso, substituir o galo? Os termos do terceiro foram ótimos, eu quase pude ver o "minerin" no burrico, hahaha. Muito bom, um abraço!
ResponderExcluirAdorei , muit6o bom esse causos rsrsrs
ResponderExcluirbjs
rs
ResponderExcluirSempre me divirto com essas histórias ou "causos, como vocês dizem.
Q tenhas um bom domingo, minerim.
Beijo*
Morri de rir dos casos. Acho que todos podem muito bem acontecer por essas bandas. E também morri de rir do "agroboy", porque já usei muito esse termo, rsrs
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