Um dia desses, apareceu no Buteco o Ariosvaldo, um sujeito bacana, na casa dos seus cinquenta anos, já tranqüilo na vida, filhos criados, mulher que depois de tantos anos de casada, já não pega mais no pé.
Enfim, ele esta naquela fase em que o sujeito esta procurando coisas para se ocupar e se divertir. Tá com o burro na sombra.
Dinheiro ele tem, filhos não preocupam mais, mulher tá mansinha, então, ele tá do jeito que pediu a Deus e do jeitinho que o diabo gosta.
Sentou-se pediu uma “loura” geladinha, um tira gosto e começamos a bater um papinho descontraído.
Ele me disse que estava voltando de uma pescaria no Velho Chico, que é como o pessoal chama o Rio São Francisco, aqui pelas nossas bandas.
Ele me disse que foi se hospedar na fazenda de Seu Miguelim, perto de Pirapora, já quase chegando na Bahia.
Lugar onde ainda se pega muito peixe, dourados, surubins, só peixe grande.
Como o Ariosvaldo é um sujeito esperto, daqueles que bota reparo em tudo, ele sempre tem uns bons "causos" pra contar. E já foi logo desembuchando um.
Ele me disse, que no dia da chegada dele à fazenda, o Seu Miguelim o recebeu de braços abertos, como é de praxe no interior de Minas.
Eles se sentaram na varanda, tomando uma limonada geladinha, proseando, proseando, pitando um cigarrinho de palha, quando de repente passa correndo um menino magrelinho, canela fina, espertinho.
Seu Miguelim dá um grito:
- Diproma, vai falá pra sua avó trazê um cafézim aqui pra visita!
E o amigo Ariosvaldo estranha:
- Mas que nome engraçado tem esse menino!! É seu parente?
- É meu neto! Eu chamo ele assim purquê mandei a minha fia estudá em Belzonte e a única coisa que ela trouxe de lá foi esse estrupicio!
O papo continuou o resto da tarde e o Ari, quietinho, nada mais perguntou, nem o véio falou.
No dia seguinte de manhanzinha ainda, o sol acabando de nascer, o pessoal veio chegando para saírem pra pescaria.
No dia seguinte de manhanzinha ainda, o sol acabando de nascer, o pessoal veio chegando para saírem pra pescaria.
Enquanto o Ariosvaldo prepara a sua tralha de pesca na carroceria da caminhonete ele escuta uma conversa entre dois “cumpanhêro” de pesca
O primeiro pergunta:
- Então cumpade, ocê tá animado?
E o segundo responde:
- Eu tô, home!
O primeiro, notando que o outro leva um embornal a mais pergunta:
- Ô cumpade, pro mode quê ocê tá levano esses dois embornar?
- É que eu tô levano uma pingazinha pra nois, cumpade.
- Pinga, cumpade? Nóis num tinha acertado que nois num ia bebê mais?!
- Cumpade, é que pode aparece uma cobra e pica a gente. Aí nóis desinfeta com a pinga e toma uns gole tamém que é pra mode de nois num sinti a dô.
- É..... e no outro embornar, o que qui ocê tá levano?
- É a cobra, cumpade. Pode num tê lá..... Vai que num tem, né?
Só posso dizer pra vocês que o Ariosvaldo quase caiu da carroceria, se engasgou, e quase passou mal, de tanto tentar engolir o riso. Vai que eles pensam que ele estava gozando deles. Cara da cidade.....pegava mal, não é mesmo?
Prosseguindo contando o causo, o Ari me disse que pescaram tanto que ele até ficou enjoado de tanto ver peixe.
Prosseguindo contando o causo, o Ari me disse que pescaram tanto que ele até ficou enjoado de tanto ver peixe.
Na volta, ele dá carona pra estes dois companheiros ate a estação ferroviária, pois eles iriam voltar para a cidadezinha deles de trem, pois a caminhonete estava lotada com os isopores para transporte dos peixes.
Ele me disse que acompanhou um dos mineirim até o guichê para comprar um bilhete.
- Eu quero uma passage pro Esbui , ele solicita ao atendente.
- Eu quero uma passage pro Esbui , ele solicita ao atendente.
- Não entendi.... o senhor pode repetir, por favor?
- Eu disse qui eu quero uma passage pro Esbui!
- Sinto muito, senhor, disse o atendente, não temos passagem para o Esbui.
Aborrecido, o mineirim se afasta do guichê, se aproxima do amigo que o estava aguardando e lamenta:
- Oia, Esbui, ocê vai tê que arrumá um otro jeitim de ir imbora, pois o home falô que procê num tem passage não!
Eu vou contar pra vocês, com essa, eu me levantei da mesa e fui procurar outra freguesia. Nesses "causos" de pescaria, dá pra acreditar?
Eu vou contar pra vocês, com essa, eu me levantei da mesa e fui procurar outra freguesia. Nesses "causos" de pescaria, dá pra acreditar?
Amigo,
ResponderExcluirPassa lá no meu blog que tem um presentinho prá ti!
Beijinhosssss
Lufe do céu, adorei o post 3 em 1..kkkkkk
ResponderExcluirCada causo que vou te contar...
Fiquei só com peninha do Esbui.
Discriminação sô!!!..rsrsrs
Beijão
Lupo, o Forrest Gump das Minas Gerais, hehehehe!
ResponderExcluirAbraços.
Sandra,
ResponderExcluirobrigado pela atenção e carinho. Já passei por lá rapidim.....rs
bjo
Rê,
ResponderExcluircom dó eu fiquei foi do estrupicio do "Diproma"....rsrs
bjo
Guará.
ResponderExcluirhe,he,he,he
abraços
Bom dia, amigo.
ResponderExcluirEstou lhe seguindo, e voltarei depois, para ler com calma, porque gosto de degustar cada palavra.
Um grande abraço.
Amapola/Maria
ResponderExcluirSeja bem vinda..
Sinta-se a vontade, a casa é sua.
E um prazer recebe-la aqui...
bjo
Eita causos bons, uai,quero mais!
ResponderExcluirAbçs*
Os teus causos me matam de alegria! Suaves e engraçados. Esse buteco dá o que falar.
ResponderExcluirUm bj querido amigo.
Essa ideia de levar a cobra é ótima, Lufe! Vou adaptar e adotar! ;)
ResponderExcluirBeijo.
ℓυηα
Franck,
ResponderExcluirsempre tem, sempre tem....
Mas se não tiver a gente inventa.......rsrsrs
abraços
Gisa,
ResponderExcluirO Buteco fica bom porque a freguesia é de primeira.....
bjos
ℓυηα
ResponderExcluirEu já vi uma adaptação dessas, mas se levava na bolsa..... se não me engano, em forma de batom.....rsrs
bjoca procê
rsrrsrsrrsrsrrsrsrs..ai ai, até me engasguei... só vc, Lufe!!! Me fez lembrar daquela que o carioca perguntou pro mineirinnn como se chamava mosquito em Minas e o mineirinnn respondeu: aqui nóis num chama eles não... Eles vem suzinnn...!
ResponderExcluirVou ter uma belíssima sexta feira graças às gargalhadas que vc me proporcionou.
Esse buteco é o máximo.
Beijokas e um fds animado e feliz.
oi amorzito! qto tempo né?
ResponderExcluirmto engraçado esse post!
bjos
saudades dôcê
Lufe,
ResponderExcluira correria de final de ano está muita!
Nessa altura do cansaço só rindo muuuito, o que seu post me proporcionou!
beijos
Jussara
Lua,
ResponderExcluirE onde ôcê viu piada nessa historia do musquito? Aqui ele vem suzinn mesmo, nois num chama eles não.......rsrsrs
bjocas
Oi Rita, moça sumida....
ResponderExcluirComo vai o brejo por aí?
Nós estamos sumidos, né?
Mas a gente sempre aparece.....
bjos
Jussara,
ResponderExcluira correria esta demais mesmo...
Mas daqui a pouquinho a gente esta tranquilo de novo.....
Mas estaepoca é bem gostosa, a gente encontra o povo todo, o que durante o ano fica dificil.
Tem suas compensações...
bjo